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● Capítulo 59 ●

Any

Uma cidade pequena, era bem intrometida na vida alheia. De forma invasiva é engraçada.

Quase todos da cidade sabiam meu nome, mesmo eu não conhecendo a maioria.

Não havia muito o que conhecer lá, tinha algumas sorveterias, lojas pequenas de conveniências e alguns outros pontos de comércio.

Eu insisti a Ben que fôssemos andando, pois queria ver a cidade. Era tudo tão bonito, e eu voltaria daqui a alguns dias para casa, tinha pouco tempo para apreciar.

Estava terminando de colocar algumas flores no cabelo, estava um clima totalmente em paz. Era perceptível em minhas roupas e expressões.

Ouvi a porta do primeiro andar abrindo e minha tia cumprimentando Ben. Desci rápido e quase cai no final da escada, fazendo a atenção dos dois vir para mim.

- parece que alguém está ansiosa para o encontro. - minha tia brincou.

Fechei os olhos tentando fingir que ela não havia dito aquilo.

- vamos? - eu perguntei. Ele assentiu e segurou minha mão, me guiando para fora de casa.

- como é morar na cidade grande? - ele perguntou. - nossa parece muito caipira agora.

Ele riu, com um pouco de vergonha. Sorri, Ben era muito fofo.

- na maior parte do tempo é bom, pra mim que gosta de movimentação e agitação, mas as vezes faz falta a calmaria. - disse olhando para meus pés.

- eu fui pra Los Angeles ano passado, cara foi irado, aquela cidade é linda. - ele pareceu animado. - se fosse escolher outro lugar para morar ao invés daqui, seria lá sem dúvida.

- minha cidade tem seus encantos. - sorri.

Ele pareceu receber uma mensagem e pegou o celular.

- me desculpa, eu tenho que passar na padaria do meu tio, ele precisa da minha ajuda urgente. - Ben disse muito receosamente.

- tudo bem, quer que eu vá com você? - Não queria voltar para casa agora, seria um passeio de todo modo.

- não se incomoda? - perguntou e eu neguei com a cabeça. - então vamos.

Caminhamos mais algumas ruas até pararmos na frente de uma padaria, Pequena, mas botina. Entramos e pude sentir um cheiro maravilhoso no ambiente.

- graças a Deus! A batedeira quebrou de novo e tenho várias encomendas pra hoje. - o homem atrás do balcão disse.

Ben apenas revirou os olhos e entrou Na cozinha.

Era um senhor, velho, mas bonito. Tinha olhas claros e seus cabelos grisalhos, alto com uma cara fechada.

Ele percebeu minha presença e me analisou. Saiu de trás do balcão e se aproximou.

- quem é você, minha jovem? - perguntou.

- Any, amiga de Ben. - ele me olhou feio, mas logo cedeu.

- sou Sr. Gonzales, tio do Ben. - entrou de novo atrás do balcão.

Algum tempo depois Ben saiu da cozinha, limpando suas mãos em um pano.

- pronto tio, dei um jeito. Mas não garanto que vai durar. Compra logo outra. - disse indo em direção a porta.

- não cago dinheiro Ben. - ele disse enquanto saíamos.

- mas esconde no colchão. - Ben disse e saímos antes de ouvir a resposta.

Dei risada da situação e ele me olhou.

- o que foi? - questionei.

- sua risada é linda. - senti uma pequena falta de ar, tentei segurar o riso, mas foi inevitável.

- obrigada. A sua também. - coloquei uma mecha de cabelo para trás.

Fomos conversando até chegar em uma sorveteria. Sentamos na parte de fora, já que lá dentro estava cheio.

- eu vou buscar os sorvetes, quer do que? - ele perguntou em pé.

- flocos.

- ok, já volto. - ele disse e saiu.

Comecei a olhar em volta, admirar admirar a rua e as pessoas.

Analisei cada pedaço, até voltar meu olhar para o céu. Estava azul, com algumas nuvens.

Pude jurar que vi uma com formato de pênis, comecei a rir sozinha, mas parei para que as outras pessoas não me achassem estranha.

Peguei um celular e tirei uma foto. Ri olhando para tela e pensei em mandá-la para alguém.

Só tinha uma pessoa que eu queria mandar.

Mas eu não podia mandar, nossa primeira conversa não poderia ser sobre uma nuvem com formato de parte íntima.

Bloqueei o celular e voltei a atenção para ao redor e pude ver Ben vindo.

- o sorvete daqui é o melhor da cidade, apesar de não ter muitas opções. - riu.

Sorri e provei, meu Deus era muito bom.

- eu adorei. - comentei.

- meu dever é te deixar feliz. - sorriu sorriu e continuou comendo.

Eu sei que parecia precipitado e estúpido, mas eu poderia estar gostando dele.

Desculpem qualquer erro ortográfico.

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