🐺 Capítulo 4 🐺

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Enquanto preparava o café, esforcei-me para ouvir qualquer boato que eles pudessem deixar escapar enquanto eu estava fora da sala

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Enquanto preparava o café, esforcei-me para ouvir
qualquer boato que eles pudessem deixar escapar
enquanto eu estava fora da sala. O chá de bebê de
Selene estava bem mais quente do que eu imaginava.
Após o choque inicial, todos trocaram gentilezas;
afinal, eles eram meus sogros.
Aiden, no entanto, rapidamente os levou para longe.
Ele queria me manter longe, mas eu queria ir junto.
Eles claramente tinham um motivo para aparecer do
nada, e eu não queria ficar de fora.
Terminei de preparar a bandeja e levei para a sala,
onde todos se sentaram. Eu sorri para a mãe de Aiden,
e ela retribuiu meu gesto com um sorriso educado. Eu
sabia que ela estava me julgando.
— Charlotte, se você não se importa que eu
pergunte, como você e Daniel souberam sobre o chá de
bebê da minha irmã?
— Ah, querida, que pergunta mais boba, — ela
respondeu com uma risada tolerante. Ela bateu seus
óculos escuros de grife contra os lábios enquanto ria,
como se ela achasse que isso a fazia parecer
pensativa.
— Nós sempre sabemos onde Aiden está, — ela
continuou, pegando a caneca de café como se nunca
tivesse visto uma antes. — Aiden, toda a sua porcelana
está lavando?
Eu queria gostar dessa mulher, queria mesmo, mas
com ela agindo desse jeito, não tinha certeza de
quanto mais eu aguentaria.
— Onde vocês estão hospedados? — perguntou Aiden,
tentando mudar de assunto.
— O que você quer dizer? — respondeu Daniel. — Você
ainda tem a casa de hóspedes, não é?
Nem por cima do meu cadáver Eu sutilmente movi meu
pé sobre o de Aiden e pressionei seus dedos.
— Não tenho certeza se está de acordo com os
padrões da mamãe, — ele rebateu.
Bom menino.
— Ah, nós podemos cuidar disso, — respondeu Daniel,
tomando um gole de café. — Além disso, ficar em outro
lugar iria anular o propósito de nossa visita.
— E qual seria o propósito? — Eu perguntei o mais
inocentemente possível.
— Ora, para conhecê-la, querida, — respondeu
Charlotte. — Eu queria ver que tipo de mulher estava
acasalada com meu filho.
— Se você estivesse tão interessada, você poderia
ter vindo para a nossa cerimônia de acasalamento, —
disse Aiden severamente.
— Não se irrite, Addy. As cerimônias de
acasalamento são um monte de pompa e lengalenga. Não é
como se você tivesse que se transformar ou algo assim.
Charlotte deixou as últimas palavras pingarem de
sua língua como ácido.
Mas que bela vagabunda.
Então, tudo isso tinha a ver com o festival da
fertilidade. Eu tinha causado um escândalo, e agora
ela queria ver quem tinha bagunçado o mundinho alfa e
perfeito de seu filho.
— Você mesmo decorou este lugar ou contratou
alguém? — Charlotte perguntou enquanto examinava a
sala.
— Eu mesma decorei, — eu disse.
— Foi o que pensei, — respondeu ela, levando a
caneca aos lábios. — Hm, — disse ela, sentindo o
cheiro.
— Algo está errado? Posso trazer outra coisa para
você beber — eu ofereci.
— Não, isso está maravilhoso, — respondeu ela,
pousando a caneca. — Só acho que não estou mais com
disposição para líquidos. Addy, o que deu em você para
comprar aquele quadro? É um pouco amador, ou era essa
a intenção?
— Sienna pintou, na verdade, — respondeu Aiden. —
Ela tem sua própria galeria.
— Então, é isso que você faz quando não está nas
manchetes, — comentou Charlotte, ainda mastigando seus
estúpidos óculos de sol.
— Aiden, que tal você colocar esses músculos para
trabalhar e me ajudar a trazer nossas malas, — disse
Daniel, pondo-se de pé.
Aiden me lançou um olhar como se dissesse que não
havia nada que ele pudesse fazer, e eu respondi com um
sorriso forçado.
Eu assisti ele e seu pai saírem da sala, e parecia
que eu estava sendo abandonada em uma ilha com uma
leoa faminta.
— Você não tem ideia da sorte que tem, — disse
Charlotte, recostando-se na cadeira. — Eu tinha vinte
e quatro anos quando acasalei com Daniel. Quantos anos
você tem mesmo?
— Vinte.
— Então você tinha apenas dezenove anos? Que
beleza, — ela disse, entusiasmada. — Agora tudo faz
sentido. Dezenove, meu deus.
— Desculpe?
— Eu estava tentando descobrir por que você sentiu
que era importante fazer o meu filho e toda a nossa
Matilha de bobos. Mas agora está claro que você não
sabia de nada. Não se preocupe, vamos esclarecer tudo
agora mesmo.
— Na verdade, eu sabia exatamente o que estava
fazendo, — retruquei.
— E o que você achou que era, querida?
— Protestar contra um ritual arcaico que me deixou
extremamente desconfortável.
— Você já se perguntou por que, nos milhares de
anos em que a Matilha existe, você foi a primeira a
recusar a se transformar?
— As coisas mudam.
— Sim, minha querida, elas mudam, mas as pessoas
não.
— Claramente, — eu murmurei baixinho. — Talvez eu
deva ir ver se Aiden e Daniel precisam de ajuda.
— Não precisa, — respondeu Aiden, carregando duas
malas de couro ridiculamente grandes.
— Tem certeza? Posso colocar lençóis na cama.
— Não, eu posso fazer isso quando eu deixar essas
malas, — disse Aiden.
— Bem, nesse caso, se não precisam mais de mim,
acho que vou dormir.
— São apenas nove e meia, — protestou Daniel. — Eu
estava prestes a fazer Manhattans para todos nós.
— Podemos adiar para amanhã?
— Claro. Vejo você de manhã, minha querida — ele
respondeu.
— Quanto tempo você e mamãe vão ficar? — perguntou
Aiden.
— Você já se cansou de nós? — disse Charlotte,
brincando com seus óculos de sol novamente.
Eu juro que queria pegar aquele negócio idiota da
mão dela e parti-lo ao meio. A audácia dessa mulher,
entrando em nossa casa e me dizendo que meu protesto
era infantil.
Eu não me importava se ela era minha sogra; ela
iria descobrir que tipo de mulher eu era.
— Sienna e eu temos muitas coisas para cuidar, —
disse Aiden. — Vocês sabem como é liderar a Matilha.
Só quero ter certeza de que vocês entendem que não
estaremos por perto o tempo todo.
— Não se preocupe conosco, Addy. Seu pai e eu não
precisamos de babá. Nós sabemos que você já está
cansado disso — ela disse, piscando seus olhos para
mim.
Essa vaca está pedindo para apanhar.
— Boa noite a todos. Charlotte e Daniel, vejo vocês
pela manhã.
— Eu te encontro daqui a pouco, — disse Aiden. —
Vou tentar não te acordar.
— Aiden, não se preocupe comigo, querido, — eu
respondi, agarrando-o pelo rosto e cravando meus
lábios nos dele. Eu fiz de tudo para que minha língua
explorasse toda a sua boca antes de deixá-lo ir. — Não
demore muito.
Eu lancei um olhar presunçoso para Charlotte, que
estava fervilhando silenciosamente.
Quando fechei a porta do quarto, sabia que não
havia nenhuma maneira de ficar em casa no dia
seguinte.
Eu precisava encontrar uma desculpa para sair.

Os Lobos Do Milênio ( LIVRO 2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora