Sinopse: Sienna e Ainde estão acasalados mas será que a relação se manterá forte, com a chegada dos pais de Ainde
E Sienna em busca de seu passado ...
AUTOR: Sapir Englard
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O calabouço da Casa da Matilha era um resquício de outra época. Enquanto os alfas anteriores o usavam sempre que alguém olhava de maneira errada para eles, eu nunca tinha visto isso ser usado durante minha vivência na Matilha da Costa Leste. Eu vaguei pelos corredores mal iluminados, deixando nossa conexão guiar o caminho através dos túneis sinuosos que ficavam sob a Casa. Os sentimentos que eu tinha por Nina em meu coração ainda eram fortes, embora minha cabeça estivesse me dizendo que tudo o que eu sabia sobre ela era baseado em uma mentira. Quando fiz a curva em um corredor, encontrei Nina algemada à parede de uma cela, coberta de sujeira e sangue seco. Passei os dedos pelas barras quando meus olhos começaram a lacrimejar. Eu odiava vê-la nesse estado. Eu não me importava com os motivos ocultos que ela tinha; ninguém merecia ser tratado assim. Ela ergueu a cabeça e sorriu fracamente ao me ver. — Jocelyn? Pensei ter sentido você aqui embaixo, mas não acreditei. Achei que você nunca mais iria querer me ver... — Eu queria dar a você uma chance de me dizer como você realmente se sente. Nina, seja honesta comigo, o que Aiden disse é verdade? — Ele disse que eu sou uma canalha, uma causa perdida da escória da terra? Porque se sim, então sim, é verdade. Normalmente Nina teria dito algo assim como uma piada, mas não havia nenhum pingo de humor em sua voz. Apenas dor. — Estou entrando, — eu disse, destrancando a porta. Ajoelhei-me na frente de Nina e tirei um pano e um antisséptico da minha bolsa de suprimentos médicos. — Deixe-me tratar este corte em seu rosto, — eu disse, enxugando seu queixo enquanto ela estremecia. — Quem fez isto com você? — Jocelyn, você sabe que eu não sou dedo-duro, — brincou Nina. Nada nessa situação era engraçado, mas seria melhor mesmo eu não saber quem tinha sido. Eu deveria tirar as pessoas do hospital, não colocá-las nele. — Eu imaginei que minha primeira vez usando algemas com você seria de uma forma muito mais sexy do que essa, — disse Nina, forçando um sorriso. — Então, eu seria a dominante? Estou intrigada. — Coloquei minhas mãos acima do coração de Nina. — Eu posso? Ela acenou positivamente com a cabeça. Fechei meus olhos e foquei minha energia. Comecei a absorver a dor de Nina em meu corpo, e desta vez realmente funcionou. Minhas veias ficaram pretas e meu corpo começou a doer como se tivesse acabado de cair de um penhasco. — Pare, já chega, — gritou Nina. Eu caí para trás, esgotada, mas Nina parecia já estar em melhores condições. A cor estava voltando a suas bochechas rosadas, e ela parecia tão selvagem e linda como sempre. — Por que foi que você fez isso? — Porque você vai precisar de sua força... Estou te libertando. — Jocelyn, não. Você vai ser presa por isso, — ela protestou. Coloquei minha mão no rosto de Nina. — Você ainda não percebeu que eu faria qualquer coisa por você? — Eu a beijei suavemente e ela me beijou de volta. — Eu só preciso encontrar algo para quebrar essas correntes, — eu disse, procurando na cela. — Na verdade... — Nina puxou uma chave do bolso. — Espere... como? Por que você ainda esta aqui? — Eu suspirei. — Não é óbvio? — ela perguntou. — Eu não ia sair sem te dar uma explicação. — Nina, eu não preciso disso, — eu disse, destravando suas algemas. — Por favor, Jocelyn, eu tenho que te dizer. Eu cruzei meus braços e desviei o olhar. — Certo, vá em frente. — Primeiro, você tem que saber que meus sentimentos por você sempre foram reais. Nunca menti sobre isso, nem por um segundo. Mas eu sou uma espiã. Fui enviada aqui... por alguém muito poderoso, — ela disse em um tom sério. — Quem? Outra matilha? — Não, não é uma matilha, mas eu não posso dizer o nome. É para sua própria segurança. Mas Jocelyn... sua amiga, Sienna... ela atraiu o interesse de alguém com quem não se brinca. — Espere... Sienna? Você foi enviado aqui para espionar Sienna? — Eu perguntei, chocada. — Sim, eu deveria vigiá-la e... se certos eventos acontecessem, eu deveria eliminá-la. Essas foram as minhas ordens. — Quem iria querer machucar Sienna? Que ameaça ela poderia representar? — Jocelyn, prometa-me que você vai ficar longe disso. Não suportaria ver você se machucar. Eu já te machuquei o suficiente. Nina me puxou para seus braços e colocou sua testa contra a minha. — Eu tenho que ir, Jocelyn. Eu nunca poderia fazer o que me pedem, especialmente não para alguém próximo a você. Mas quando eu quebrar meu vínculo com meu benfeitor, terei que enfrentar as consequências. — Então eu as enfrentarei com você. Nós iremos juntas, — eu disse com firmeza. — Eu tenho que enfrentar isso sozinha. Mas, Jocelyn, saiba que... — Nina ergueu meu queixo e pressionou seus lábios contra os meus com toda sua paixão. — Você merece o mundo — e eu só queria poder dá-lo a você. — Não vá, Nina, — eu disse, minha voz falhando. Ela saiu da cela com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Isto não é um adeus. Nós veremos novamente. Nina era uma boa mentirosa. Mas ela não podia mentir para mim. Ela se foi. Quando voltei para o Baile de Inverno, enxugando minhas lágrimas, ouvi barulho e gritos vindos do salão de baile, ressaltados por Josh gritando a plenos pulmões. — MICHELLE! Que merda estava acontecendo lá? Eu me recompus e corri para o salão de baile para encontrar o caos. Todos os convidados estavam se dispersando enquanto Michelle — Meu deus. Ela estava suspensa no ar, meio deslocada, com mesas, cadeiras e talheres flutuando em um vórtice ao seu redor. Eu tinha lido histórias raras como essa em diários restritos de curandeiros, mas nunca pensei que veria em toda a minha vida. Possessão. Corri até Josh, que estava tentando falar com ela. — Michelle, ouça minha voz. Você pode lutar contra isso. Eu sei que você está aí, — disse ele, com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Josh, cuidado, — eu gritei, empurrando-o assim que uma mesa voadora se chocou contra o local onde ele estava. — Jocelyn, eu não sei o que fazer, — ele disse, desesperado. — Eu acho que tenho uma ideia... mas você vai ter que me manter perto.
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Eu não poderia ficar aqui. Eu não estava segura. Konstantin sabia minha localização, e só porque eu o bani da minha cabeça não significava que ele não viria me procurar novamente. Eu precisava chegar até Aiden na Casa da Matilha. Ele nem tinha ideia de que um vampiro estava em nosso meio. Um vampiro que eu convidei. Konstantin era uma ameaça para a matilha, e ele esteve bem na minha frente o tempo todo. Enquanto corria pela minha galeria, as luzes começaram a piscar. Já era tarde demais. Konstantin apareceu em uma nuvem de fumaça negra, bloqueando minha saída. — Sienna, minha querida, você estava indo embora? Acabei de chegar aqui. — Você está doente, eu nunca deveria ter confiado em você! — Eu cuspi. — De que outra forma você iria encontrar seus pais? — ele zombou. — Eu os encontrarei sozinha. Eu não preciso de você ou de seus poderes. Konstantin soltou uma risada maligna e se materializou bem na minha frente. — Eu tenho mais um presente para você, Sienna, — disse ele, tocando minha testa antes que eu pudesse impedi-lo. Eu estava na floresta à noite, mas não era nenhuma floresta que eu reconhecia. Esta não era minha memória; era de Konstantin. Eu ouvi galhos quebrando à distância e me preparei. Eu tinha certeza de que Konstantin não poderia me machucar fisicamente quando estávamos mentalmente ligados — caso contrário, ele já teria feito isso. Mas tudo o que ele quisesse me mostrar seria projetado para me machucar psicologicamente Passos. Eles estavam se aproximando. Minha mãe irrompeu na clareira, ofegante e sem fôlego. Ela estava fugindo de alguma coisa. Uma nuvem familiar de fumaça negra desceu sobre a clareira, tornando impossível ver qualquer coisa, até que se materializou em Konstantin. Ele avançou em direção a minha mãe com uma intenção ameaçadora. — Onde ela está? Onde está a criança, Vanessa? — Você nunca a encontrará, Konstantin. Eu tenho certeza disso. — Mulher tola. Você permitiu que seu amor por uma criança anulasse seu bom senso. Poderíamos ter um poder incalculável. — Não, Konstantin. Você deixou seu desejo de poder destruir tudo o que havia de bom em você, se é que já houve alguma algo bom. — Vanessa, não há necessidade de você ter o mesmo destino que seu companheiro. Ele também não queria cooperar e você viu as consequências disso. — Eu mereço qualquer destino que as divindades considerem adequado para mim depois do que fizemos. Aceito minha penitência, mas minha filha não será um peão para você ou para eles. Ela merece uma vida normal. Do que diabos ela estava falando? Eu estava tremendo. Não havia nada que eu pudesse fazer a não ser assistir; Eu não conseguia sair dali. — Você me decepcionou, Vanessa. Você tem sangue de alfa. O poder corre por ele. Mas se você se recusa a reconhecer isso... Konstantin desapareceu e reapareceu atrás de minha mãe com uma lâmina em sua garganta. — Não, seu desgraçado! — Eu gritei. Ela fechou os olhos, um olhar pacífico em seu rosto. Tudo que eu podia ver era vermelho. Nossa conexão foi interrompida e eu caí no chão. — Tudo o que você me disse era mentira, — falei, sem fôlego. Parecia que minha própria garganta tinha acabado de ser cortada. — Você julgou mal minhas intenções. Eu sou o único tentando levá-la à verdade. Konstantin se ajoelhou e ergueu meu queixo, então fui forçada a encontrar seu olhar. Eu estava chocada demais para lutar. — Você não tem ideia de quem realmente é, do poder que detém. Existem aqueles muito mais perigosos do que eu que procuram destruí-la antes de desbloquear esse poder. Eu simplesmente quero te ajudar. Uma fumaça negra saiu da capa de Konstantin e me envolveu. — Deixe-me aliviá-la de seu fardo.