🐺 Capítulo 5 🐺

4.6K 203 0
                                    

Eu não era idiota

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu não era idiota. Eu sabia que meus pais não tinham
vindo para a cidade com o desejo de se reconectar.
Depois que Aaron morreu, eles deixaram claro quais
eram suas prioridades. Claro, eu era tão culpado
quanto eles por não manter contato, mas tinha dezoito
anos quando eles começaram sua jornada pelo mundo.
Eu havia perdido meu irmão e precisava deles mais
do que nunca. Em vez de se certificarem de que eu
estava bem, eles me entregaram à Matilha e, ao mesmo
tempo, me disseram adeus.
Posso ter sido o alfa, mas não significava que
tinha todas as respostas.
Foi um alívio quando acordei e vi que o carro deles
havia sumido.
Depois que Sienna foi para a cama ontem à noite, eu
esperava algum tipo de conversa séria, inferno, talvez
até um pedido de desculpas. Em vez disso, acabamos de
falar sobre suas viagens e ouvi suas críticas e
elogios a pessoas que nunca havia conhecido antes.
Por que eu estava ficando nervoso com isso? Não é
como se eles fossem ficar para sempre. Dei a eles uma
semana no máximo antes que fossem obrigados a viajar
novamente.
Talvez eu os visse novamente em mais dez anos. Até
então, eu estava mais do que satisfeito em receber um
ou dois cartões postais aleatórios que eles mandariam.
Eu poderia lidar com tudo isso mais tarde esta
noite, no entanto. Agora eu estava finalmente sozinho
e podia começar a trabalhar na montanha de papelada
que estava na minha mesa.
Quando abri a primeira pasta da pilha, ouvi uma
batida suave na porta do meu quarto.
— Sim? Entre — eu disse.
— Espero não estarmos interrompendo nada, — começou
minha mãe, entrando com meu pai como se fossem os
donos do lugar. — Quando você se livrou das
secretárias? Eu me sinto tão rude em aparecer sem
alguém para me anunciar.
— Gosto do que você fez no escritório, filho, —
disse meu pai, examinando a sala. — Você contratou
alguém ou fez o trabalho sozinho?
— Eu mesmo fiz. Acho que o papel de parede e as
tapeçarias não combinavam muito comigo.
— Você não jogou fora as tapeçarias, jogou, Addy?
Aquelas eram peças inestimáveis da herança da Matilha.
É claro que essa foi a primeira coisa que lhe veio
à mente. Foi ela quem fez com que eu crescesse
conhecendo cada pedaço da tradição e história da
Matilha.
Quando eu era pequeno, ela me fazia recitar os
nomes dos últimos vinte alfas e o que cada um deles
tinha feito para contribuir com nossa Matilha antes
que eu pudesse jantar.
— Onde está aquela sua esposa cabeça quente? —
perguntou Daniel.
— Não sei, — respondi.
— Eu a controlaria com mais vontade se fosse você,
— respondeu ele. — Ela tem o pavio curto, e não há
como adivinhar que outras 'declarações' ela possa
fazer
— Eu não sou o dono dela, pai. Ela é uma mulher
adulta.
— Bem, de acordo com as notícias, você deve ser o
único que acha isso, — interrompeu minha mãe. — Aquela
façanha no festival foi inescrupulosa. Mesmo estando
do outro lado do mundo, nós ficamos sabendo, pelo amor
de deus.
— Ela e eu estamos conversando sobre isso, mãe. Eu
não preciso que vocês interfiram.
— Pelo contrário, acho que é exatamente o que você
precisa que façamos. É claro que ela não tem conceito
de dever ou tradição. Daniel, ajude a explicar ao
nosso filho a importância do que está acontecendo.
— Aiden, você tem que perceber que Sienna não
cresceu como você. Sabemos que você não pode escolher
com quem acasalar, então não estamos dizendo que nada
disso é culpa sua, mas ela é muito jovem, filho.
— Ela simplesmente não entende o que significa
estar à frente do grupo. Quando o deixamos no comando,
sabíamos que tudo estaria em boas mãos. Você foi
preparado para isso. Ela não foi.
— E daí? Você está dizendo que as coisas não estão
em boas mãos? — Eu perguntei, perplexo.
— Sinceramente, Addy, não estão. Esta família tem
sido a cabeça da Matilha por cinco gerações, e essa
garota qualquer pode acabar manchando todo o nosso
legado.
Eu estava farto de seus insultos. Eles eram meus
pais, mas havia um limite que eu não os deixaria
ultrapassar.
— É da minha companheira que você está falando,
mãe.
— Sim, tenho plena ciência disso. Suas origens
humildes são de conhecimento comum, querido. Não há
necessidade de ficar irritado.
— Estamos aqui para ajudá-lo com esse pequeno
problema, Aiden. Se você, sua mãe e eu nos sentarmos
com Sienna, sei que podemos fazê-la entender que a
união da Matilha é mais importante do que seus
protestos fantasiosos.
— Pai, eu já disse, estamos trabalhando nisso
juntos.
— E você acha que está dando certo? — minha mãe
respondeu. — Você tem 29 anos, Addy. O que você acha
que acontece quando o alfa de uma Matilha chega aos
trinta e ainda não tem filhotes? As pessoas começam a
ficar preocupadas. Outros alfas começam a observar seu
território.
— Você precisa colocá-la sob controle e tentar
criar uma família, Aiden. É sua responsabilidade como
alfa.
Antes que eu pudesse dizer outra palavra. Josh
entrou pela porta, sem saber da briga que eu estava
tendo com meus pais. Ele os viu e então olhou para
mim.
— Eu volto depois — ele disse, começando a recuar.
— Não, eles já estavam saindo, — respondi, feliz
por encerrar a conversa.
— Josh, é você? — perguntou minha mãe, radiante. —
Ah, que homem bonito você se tornou. Eu também ouvi
que você acasalou.
— Olá, Sra. Norwood, Sr. Norwood. Sim, já faz um
tempo. Na verdade, é por isso que estou aqui. Aiden,
nossas amáveis esposas escaparam do segurança de
Sienna. Meus rapazes estão meio que perdendo a
paciência.
Ótimo, isso era exatamente o que eu precisava
agora.
Olhei para minha mãe, que estava prestes a proferir
algo presunçoso, como: "Eu te avisei". Nós nos
olhamos, e eu soube imediatamente que ela não ficaria
em silêncio. O momento era bom demais para ela
desperdiçá-lo.
— Sim, parece que você tem total controle sobre sua
companheira — ela disse, mordendo a ponta de seus
óculos de sol. — Bem, já que tudo está sob controle
por aqui, acho que podemos encontrar um lugar para
almoçar, Daniel. Você não acha?
— Sim, vamos deixar Aiden em paz. Veremos você e
Sienna esta noite, filho. Manhattans às oito. Sem
desculpas.
Fiz questão de acompanhá-los até a porta e a fechei
prontamente após sua saída.
Minha vida estava indo de mal a uma merda completa,
mas a primeira coisa a fazer era ter certeza de que
Sienna estava segura.
Esta foi a quarta vez que ela e Michelle escaparam
de seus guarda-costas. Insisti neles desde que aquela
mulher estranha, Eve, apareceu no Baile de Inverno do
ano passado e disse a Sienna que ela estava em perigo.
— Eu não sabia que seus pais estavam na cidade, —
disse Josh.
— Eu também não, até ontem à noite. E mal posso
esperar que eles saiam.
— Você... quer falar sobre isso? — disse Josh,
claramente se sentindo um pouco estranho, mas também
obrigado a perguntar. A comunicação interpessoal nunca
foi seu ponto forte.
— Está tudo bem, — respondi, para grande alívio de
Josh. — No momento, precisamos descobrir onde nossas
esposas estão.
— Como é o horário nobre do brunch, e estamos em
uma quinta-feira, tenho um bom palpite de onde
Michelle levou Sienna.
— Ótimo, você pode ir buscá-las? Preciso resolver
algumas coisas aqui.
— Sim, sem problemas. Eu as trarei de volta aqui
imediatamente.
— Mande Sienna direto para o meu escritório. Vou
ter uma longa conversa com ela.

A doçura borbulhante da mimosa era exatamente o que eu precisava

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A doçura borbulhante da mimosa era exatamente o que eu
precisava. Mais um motivo para eu estar feliz por não
estar grávida.
— Então, como ela é? — perguntou Michelle.
— Ah, a Charlotte é um anjo, — eu respondi. — Ela
basicamente falou na minha cara que acha que sou muito
jovem para estar com seu filho e que eu estava sendo
imatura por não seguir o ritual. Quem ela pensa que é
para me julgar sendo que foi ela quem basicamente
abandonou seu filho por dez anos?
— E eles vão ficar aqui?
— Sim, na casa de hóspedes, embora eu duvide que
eles vão ficar só lá.
— E o pai do Aiden?
— Ele não é tão nojento quanto a mãe, mas tem uma
mente muito fechada. Ela é literalmente a pior.
— Caramba, lembre-me de dar um grande abraço na mãe
de Josh quando eu a vir. A pior coisa que Nancy já fez
foi me dizer que achava que minhas batatas precisavam
de mais sal.
— Eu nem quero ir para casa. Para você ver como é
ruim, Michelle. Não há como aguentar essa mulher. Ela
está presa em uma máquina do tempo. É como se ela
tivesse sofrido tanta lavagem cerebral pela tradição
que não tem ideia de como ela é louca.
— Por que não juntamos as garotas e fazemos uma
viagem neste fim de semana? Isso manteria você fora de
casa.
— Não, ela vai pensar que estou fugindo. Eu não
posso dar esse motivo para ela.
— E Aiden? O que ele pensa?
— Na real, não tivemos um momento a sós desde que
eles chegaram aqui.
— Sienna, querida, você precisa falar com ele, —
respondeu Michelle, virando outro copo. — Você ainda
nem resolveu toda a situação das crianças. Quanto mais
você esperar, mais difícil vai ficar.
— Eu sei, eu sei, — respondi, servindo-me de outra
mimosa. — Eu só preciso que a Bruma aguarde mais
alguns dias.
— Fale por você, — disse Michelle enquanto passava
manteiga em um bolinho. — Mal posso esperar pela minha
primeira temporada com Josh. Tenho todos os tipos de
surpresas sensuais planejadas para ele. Coitado, mal
vai ter tempo de dormir.
— Ai, Michelle, para, — eu disse, rindo. — Minha
imaginação é fértil.
— Quem sabe, você aprende alguma coisa, — respondeu
Michelle, dando uma mordida sedutora em seu bolinho.
Eu estava me divertindo com Michelle, mas, ao mesmo
tempo, não pude deixar de sentir que estava passando a
manhã inteira provando que Charlotte estava certa.
Uma mulher forte não teria fugido de seu guarda-
costas para fazer um brunch. Uma mulher forte a
enfrentaria de frente, e era exatamente isso que eu
pretendia fazer.

Sinalizei para o garçom trazer outro jarro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sinalizei para o garçom trazer outro jarro.
Eu amava Sienna, de verdade, mas às vezes ela
tornava sua vida mais complicada do que precisava ser.
No fim das contas, ela ainda estava acasalada com o
alfa da matilha. Tipo, olá, quão ruins as coisas podem
realmente ser?
Claro, eu não poderia dizer isso a ela.
Agora, animá-la era a prioridade número um.
Razão pela qual eu me certifiquei de ficar longe de
tudo relacionado à Matilha esta manhã. Além disso, o
suco de laranja e o champanhe curam todas as feridas.
— O que você está fazendo? — Eu perguntei, pegando
Sienna olhando por cima do ombro.
— Nada, é só...
— O que? Fale, garota. — Sienna se inclinou sobre a
mesa como se estivesse prestes a me contar um segredo
da Matilha. O espírito de fofoqueira que habita nela
começou a surtar de empolgação.
— Desde que saímos da loja, estou com uma sensação
estranha... como se estivéssemos sendo observadas.

Os Lobos Do Milênio ( LIVRO 2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora