Sinopse: Sienna e Ainde estão acasalados mas será que a relação se manterá forte, com a chegada dos pais de Ainde
E Sienna em busca de seu passado ...
AUTOR: Sapir Englard
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O ar gelado do inverno feria minha pele nua enquanto eu corria pela rua com meu vestido e salto alto. Estava difícil de respirar, mas era mais fácil do que no Baile de Inverno. Lá, eu não conseguia respirar de jeito nenhum. Minha mente estava me sufocando e eu precisava clarear a cabeça. Aquelas vozes... as coisas horríveis que me disseram. Será que estavam certas? Eu fui a causa da miséria de todos? O que Michelle disse me assombrou mais — e a maneira como ela disse, com aquele sorriso estampado no rosto. Ela não era ela mesma. Não poderia ser... Ou talvez você simplesmente não queira admitir que ela estava certa. Você é uma vagabunda. — PARE, — eu gritei. — Saia da minha cabeça. As luzes da rua piscaram assustadoramente ao meu redor quando parei e segurei minha cabeça. Eu acabei de fazer isso acontecer? Eu não sabia mais o que era real e o que era fantasia. Eu estava perdendo o controle da realidade. A neve começou a cair enquanto eu prosseguia pela rua inquietantemente silenciosa. Aquilo era real ou era outro truque que minha mente estava pregando em mim? Eu me lembrei daquele pesadelo horrível na minha cabeça: Dançando com Konstantin. Debaixo das luzes. Deitado sobre as peles — o lobo de Aiden. Eu fiquei tonta. Olhei para cima e todas as luzes da rua pareciam estar me iluminando. Eu estava de volta ao palco. — Não, — eu disse, balançando minha cabeça. — Aquilo não era real. Mas parecia real. Eu precisava estar em algum lugar seguro. Em algum lugar onde eu pudesse me esconder. Minha galeria. Corre, Sienna. Meus calcanhares começaram a bater na neve recém- caída. Continue correndo.
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Apenas. Continue. Correndo. Não pare. Não olhe para trás. Meus pés estavam ficando cansados. Eu poderia correr muito mais rápido se estivesse transformada, mas não poderia fazer isso enquanto carregava um artefato inestimável. Merda, o corredor à minha frente estava começando a fechar. Que sorte a minha. Eu fui extremamente estúpida por pensar que roubar de uma divindade seria uma tarefa fácil. Foda-se. Eu não tinha escolha. Me transformei em loba, arrancando minhas roupas. Peguei minha mochila em minhas mandíbulas e corri enlouquecidamente até a luz no fim do túnel. Eu estava por um triz. Pressionei minhas patas traseiras no chão e saltei pela abertura, assim que as paredes se fecharam atrás de mim. Eu rolei pela terra e caí em uma pilha na borda de uma floresta. Eu me transformei em um humano e me levantei, olhando para trás, para o templo que quase tirou minha vida. Sorrindo, levantei meu dedo do meio para o céu e mostrei minha língua. — Chupem, deuses. Sobrevivi para roubar ainda mais. O ar úmido parecia pegajoso contra meu corpo nu enquanto eu olhava ao redor, procurando por minha mochila descartada. Eu a encontrei alojada em um arbusto próximo, enquanto o artefato captava o reflexo da luz do sol dentro dela. — Ai está você, — eu disse, puxando meu prêmio. A Balança de Llinos. Ela não parecia nada demais, mas era feita de ouro maciço. Uma balança como qualquer outra. Ela custaria um preço alto no Covil, o maior mercado negro para lobisomens da América do Sul. Era um objeto sagrado, supostamente contendo algum tipo de poder divino, mas eu não acreditava nessa besteira. Eu acreditava no que eu podia ver. No que eu poderia gastar. O poder do dólar todo-poderoso foi o que me manteve viva, não orações a divindades. Eu coloquei a balança em uma pedra e comecei a incliná-la para frente e para trás. — Você vai determinar meu destino? — Eu perguntei ironicamente. — Não, criança, mas eu vou, — retumbou uma voz profunda, mas feminina atrás de mim. Uma figura alta, esguia e encapuzada pairou sobre mim. Embora seu rosto estivesse obscurecido, seu corpo e características eram andróginos. — Quem... quem diabos é você? — Eu perguntei, segurando a balança no meu peito nu. — Sou eu quem mantém este mundo equilibrado, você alterou esse equilíbrio, — explicou ela. As escamas dispararam de meus braços para a mão da mulher e fiquei paralisada. Não importa o quanto eu tentasse, eu não conseguia me mover. Será que era uma... Ela colocou uma pedra em cada lado da balança. — A balança vai determinar se você viverá ou morrerá. Eu assisti com horror quando eles balançaram para frente e para trás, até que finalmente o lado direito caiu. Meu corpo descongelou e eu caí no chão. — O que... o que isso significa? — Significa que vou lhe conceder um favor. Você vive, por enquanto. Mas, para restaurar o equilíbrio, você permanece em dívida comigo até que cumpra um favor em troca, — ela respondeu. — E que tipo de favor você está sugerindo? — Eu perguntei, tremendo. — Qualquer indulgência que atenda às minhas necessidades. Vou visitá-la novamente quando chegar a hora, — ela disse enquanto desaparecia no ar denso, me deixando sozinha. — No que você está pensando? — Jocelyn perguntou, acariciando meu rosto enquanto deitamos perto da lareira. — Parece que você está em algum lugar longe. — Eu estava por um minuto, mas estou de volta, — eu disse, aconchegando-me ao lado dela. — Não há nenhum lugar que eu prefira estar do que aqui, perto de você. — Nina, aquele sexo foi... — Incrível? Surpreendente? O melhor que você já experimentou? — Eu disse, terminando a frase dela. — Que presunçosa, — Jocelyn riu. — Eu ia dizer que... foi perfeito. — Também achei, — eu corei. Eu nunca corei. — Sabe qual a melhor parte de ser mulher? — Jocelyn perguntou timidamente. — Talvez, mas me diga mesmo assim. — Orgasmos múltiplos, — respondeu ela. — E sabe o que mais? Minha Bruma ainda está queimando. — O que você está sugerindo, doutora? Jocelyn subiu em cima de mim e me deu um beijo longo e profundo — do tipo em que parecia que sua alma estava deixando seu corpo por um plano superior. Droga, como aquela garota beijava bem. — Você está pronta para a segunda rodada? — ela perguntou, olhando nos meus olhos. Porra, claro que estou. Eu peguei Jocelyn enquanto ela colocava seus braços e pernas em volta de mim. Caímos de costas em uma estante, derrubando dezenas de livros históricos no chão. Comecei a dedilhar seu sexo, deixando-a ainda mais molhada enquanto continuava a empurrá-la contra a prateleira. Jocelyn agarrou minhas costas e engasgou de alegria. — Ai, meu Deus. Nossa. Esta é a melhor... a melhor sensação de todas, — ela gritou. Tá aí algo que eles podem adicionar aos livros de história da Matilha da Costa Leste. Jocelyn se soltou de meus dedos e ficou de joelhos. — É a sua vez, — disse ela, beijando meu umbigo. Ela colocou a língua no meu sexo e começou a movê- la como se estivesse falando a mil por hora. Ela está recitando o maldito juramento hipocrático do curandeiro lá embaixo? O que quer que ela estivesse fazendo, era incrível. — Não pare — continue, — eu disse, agarrando seu cabelo. Jocelyn começou a brincar com seu sexo enquanto me estimulava, e nós duas gritamos de prazer em orgasmos simultâneos. Caímos de volta no chão, rindo e respirando pesadamente ao mesmo tempo. — Eu vou ter um ataque cardíaco, — Jocelyn ofegou enquanto colocava sua calcinha de volta. O jeito que ela me olhou com desejo enquanto eu prendia meu sutiã de volta no lugar... Eu nunca tinha visto alguém me olhando assim antes, como se eu fosse realmente desejada. Ela era tão linda, e eu não a merecia. Eu me perguntei o que ela diria se soubesse por que eu realmente estava aqui. Talvez fosse melhor se eu apenas concluísse minha tarefa esta noite — e desaparecesse como a covarde que sou... Não importa o que eu fizesse, eu iria machucá-la. — Nina, venha sentar-se comigo, — Jocelyn me persuadiu com o sorriso mais fofo do mundo. Sentei-me em frente a ela, e ela agarrou minhas mãos, corando em um tom forte de vermelho. — Eu... eu quero, porra... eu não sei como dizer isso, — ela disse, tropeçando em suas palavras. Espere um segundo, ela estava prestes a dizer...
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Meu deus, eu parecia uma idiota. Por que eu ficava tão nervosa perto dela? É que... eu nunca disse essas palavras a ninguém antes. E se ela não retribuísse? A verdade é que eu nem sabia se Nina era minha companheira. Não tínhamos tido aquele momento de confirmação ainda — aquele momento de certeza. Mas, apesar disso, havia uma coisa que se tornava cada vez mais clara para mim. — Jocelyn..., — ela começou. — Nina, acho que estou me apaixonando por você, — deixei escapar. Ela estava atordoada, completamente silenciosa e imóvel. Aí, diga alguma coisa — qualquer coisa. Isso é insuportável. — Eu... eu, bem... — Ela trouxe seu olhar para o meu. A última coisa que eu queria fazer era assustá-la, mas nossa conexão era tão forte que eu sabia que ela também sentia. Quando eu estava com Nina, era como se eu estivesse realmente viva. Ela acendeu um fogo em meu coração, e estava queimando mais forte a cada dia. Ela colocou a mão sobre a minha e apertou. — Jocelyn, eu estou... A porta da biblioteca se abriu e Aiden invadiu com Josh e um enxame de soldados. — Jocelyn, saia de perto dela — Aiden rosnou. — Ela não é quem diz ser. — Aiden, que merda você está falando? — Eu exigi. — Você não pode simplesmente invadir aqui e... — Ouça, Jocelyn, — Josh avisou. — Ela está mentindo para nós esse tempo todo. Dois soldados agarraram Nina e amarraram suas mãos atrás das costas enquanto eu olhava com horror, incapaz de parar aquela loucura. — Nina, o que está acontecendo? — Eu disse, engasgando. — Sinto muito, Jocelyn. Sinto muito, — ela disse, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Eles a arrastaram para fora da sala enquanto eu me sentava em nossa pilha de travesseiros, soluçando. Aiden olhou para mim enquanto fechava a porta, me deixando sozinha. Eu sempre acabo sozinha.