7 de janeiro. Sete dias desde o início de 2015 e sete dias desde a morte de seu pai.
Aquele bastardo, ele pensa amargamente. No ano anterior, Derek Hale deixara bem claro que o odiava até as entranhas, aproveitando todas as oportunidades para jogá-l...
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Derek se senta rigidamente no sofá da sala de estar, distraidamente esfregando o polegar sobre a página de um dos livros amarelados que fingia ler.
Ele podia ouvir Stiles chorando baixinho no quarto, quebrando o silêncio usual da casa com pequenos soluços abafados. Começou assim que ele se sentou contra o couro e não parou nos vinte minutos que se passaram desde então. Foi uma agonia - não porque o barulho fosse irritante, mas por causa da tempestade interna que cada soluço silencioso exacerbava.
Ele pensa em entrar. Para oferecer um copo d'água ou murmurar 'lá, lá' ou algo assim, mas ele continua se afastando do pensamento. O que ele iria fazer - Consolá-lo? Abraçá- lo? Ler uma história de ninar? Ele não saberia como confortá-lo nem se as instruções do passo a passo o socassem no rosto. Ele provou isso para si mesmo cinco minutos depois de Stiles passar pela porta da frente, demonstrado por sua total incapacidade de se dirigir a ele como um ser humano normal, especialmente para alguém que acabou de perder o pai. Em vez de suaves condolências e afirmações sensíveis, ele apenas cuspiu frases e instruções rudes e cortantes, como o cara grande e cruel que Scott e os outros pensavam que ele era.
Ele nunca disse "lamento sua perda".
Idiota.
Ele se cobra severamente, o olhar fixo e desfocado nas letras pequenas da página. De qualquer maneira ele provavelmente apenas deixaria Stiles sem graça. Eles mal se falavam, muito menos achegaram a ter qualquer relação de amizade. E, é claro, e toda vez que ele tentava falar com com o garoto, as palavras se transformavam em grunhidos ásperos no momento em que ele colocava os olhos naquele rosto estúpido.
Então por que ele se ofereceu para acolhê-lo?
Ele convidou aquele idiota, metido a esperto e bonzinho demais para vir morar com ele, e agora a única coisa que queria fazer era chutar o seu próprio traseiro por isso. Por falar sem pensar, "Vou levá-lo" na frente dos McCalls no funeral na terça-feira passada, depois de ouvir Melissa explicar a Scott que eles não poderiam manter mais uma boca em casa. Ele os viu e ouviu no canto da sala, os olhos de Melissa mareados enquanto Scott protestava e implorava com sussurros frustrados "- mas mãe, não! Eles vão tomar a casa dele! Ele não tem dezoito anos ainda, eles vão mandá-lo para o —" e, de repente, ele estava parado na frente deles, a mandíbula tensa e as sobrancelhas juntas, com as palavras saltando por entre seus lábios antes mesmo de perceber .
Eu levo ele.
Como se Stiles fosse algum tipo de animal de estimação para adoção.
Os dois pararam estarrecidos, de queixos caídos e os olhos esbugalhados, como se ele tivesse acabado de dar um tapa neles. Alguns momentos agonizantes se passaram enquanto eles o olhavam sem palavras, ao mesmo tempo em que ele entrava em pânico, desejando não trair sua consternação ou se desviar de seus olhares. Ainda bem que ele sabia ser dissimulado.