Fúria.
Isso o consome, queimando em suas veias e turvando todos seus outros sentidos com uma cortina vermelha.
Stiles está no quarto.
O quarto.
Derek acabou de voltar de uma corrida, trotando pela varanda com o ar frio da floresta ainda grudado em seu suor, mas a euforia se dissipou assim que ele passou pela porta e ouviu um barulho alto vindo de cima, acompanhado pelo batimento cardíaco de alguém em pânico. Ele para por uma fração de segundo, quase esmagando a maçaneta da porta em seu punho porque ele sabe exatamente o que caiu e exatamente de que onde veio.
E havia apenas uma outra pessoa na casa poderia estar lá.
Num piscar de olhos ele está no topo da escada, o estômago se contorcendo raivoso, ainda mais quando ele vê uma fresta aberta na porta que deveria estar fechada - invadida pela primeira vez desde o incêndio. Outro piscar de olhos e de repente ele está entrando, rugindo entre os destroços pela primeira vez em seis anos. O espaço parece quase o mesmo de então, quando ele destroçou com as garras os móveis queimados em fúria e tristeza, após o funeral. Era o quarto de seus pais; outrora espaçoso e bonito com a cadeira de escritório de seu pai e a penteadeira antiga de sua mãe, o edredom roxo que Laura gostava de roubar e o armário em que ele e Cora costumavam se enfiar quando crianças para o esconde-esconde, agora tudo sujo e mofado e enegrecido com fuligem. Não era como ele queria se lembrar, e foi por isso que ele jurou nunca mais pisar lá dentro, trancando sua dor atrás da porta fechada.
Mas agora a porta estava aberta.
E isso, por sua vez, arrancou o curativo, reabrindo a ferida.
Isso o atinge de repente - a janela quebrada, a cômoda derrubada, lâmpadas quebradas e cortinas rasgadas; a maneira como as estações atacaram os destroços, com vento e chuva e deixaram para trás guardanapos de musgo e folhas úmidas em todas as partes - e Stiles parado no no meio de tudo isso, olhos de corça e tremendo como um coelho assustado. Antes que Derek pudesse sequer formar um pensamento, seu lobo se lançou para a frente e assumiu o controle, e em um flash ele agarrou o humano pelo colarinho e o jogou contra a parede com força suficiente para fazê-lo gritar, arrancando a poeira do teto.
"Que porra é essa. O que você acha que está fazendo aqui?" Ele exige com os dentes cerrados, o nariz enrugando acima de seus caninos pontiagudos. Cada palavra escorre através de uma parede de raiva tão densa que fisicamente o machuca, mais do que ver Stiles recuar e jogar a cabeça para trás contra a parede, como se estivesse tentando desaparecer na pintura queimada.
"Merda- eu-desculpe, eu s-só-" Stiles gagueja, claramente apavorado enquanto se contorce em suas mãos, tênis arranhando inutilmente o vidro quebrado no chão de quando Derek deu um soco na janela. Os batimentos cardíacos do adolescente estão nas alturas, mas Derek não tem piedade, cego pelo tormento de sua dor desenraizada
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LAR (STEREK)
Fanfic7 de janeiro. Sete dias desde o início de 2015 e sete dias desde a morte de seu pai. Aquele bastardo, ele pensa amargamente. No ano anterior, Derek Hale deixara bem claro que o odiava até as entranhas, aproveitando todas as oportunidades para jogá-l...