𝘲𝘶𝘢𝘵𝘰𝘳𝘻𝘦.

96 4 1
                                    


O olhar de Abel não negava, ele não queria só um simples abraço apertado, queria mais. Apesar de estarem num momento fragilizado, o que ele mais queria era beija-la, de todas as formas, não fisicamente mas sim espiritualmente.

Queria beijar cada ferida que não se fechou, cada lágrima que escorreu e cada sinal que a fazia ser única em sua alma.

Summer segurou o rosto de Abel entre suas mãos e ficou na ponta dos pés, ele fechou os olhos esperançosos e recebeu o mais singelo beijo na testa.

Mas dessa vez, não foi tão desanimador quanto da última vez. Ele já tinha entendido que ela parecia não sentir desejo por sua pessoa, então, os beijos na bochecha e na testa passaram a ser perfeitos.

Ele sorriu e acariciou o rosto dela, se inclinando e beijando sua testa logo cheirando os cabelos castanhos.

— Obrigado por me tirar daquele fundo do poço.

— Mas... Eu não fiz nada.— Ela respondeu confusa e se afastou, sentou na bancada e o chamou com os dedos.

— Claro que fez.— Ele se encaixou ao meio das pernas dela — Quando a mãe do Kayin foi embora, eu me fechei e não quis saber de sair por um bom tempo... E até hoje sou assim, qualquer coisa me abala e já quero me fechar mas você...— Ele sorriu e apertou suavemente a ponta do nariz dela — Você me tirou dessa, me chamando para vir aqui e me tirando para sair... Obrigado por isso, eu sei que as vezes eu sou meio fechado e...

— Shiii...— Ela colocou o indicador sobre os lábios carnudos — Eu gosto de você assim, exatamente do jeito que é. Não pode se martirizar por isso, porque você é maravilhoso, exatamente desse jeitinho.

Abel suspirou e sorriu, deixou um beijo leve sobre o indicador dela e acariciou os joelhos.

— Abel... Você 'ta sentindo esse cheiro?

— Que che... Ah meu deus!

Ele praticamente correu até o forno e pegou um pano, tirando a forma de lá de dentro.

— Acho que não queimou muito, talvez só em baixo...

Os dois riram e ele a envolveu em mais um abraço, beijando seu rosto e desejando nunca mais se soltar.

— Eu nunca achei que você iria aceitar...— Ele sussurrou — Sabe... Eu ter feito você passar tudo aquilo e ainda você aceita ser a melhor garota que já conheci, minha amiga...

— E ainda bem que eu aceitei e...

— Licença?

Abel e Summer se viraram para a porta da cozinha, onde Arthur e uma garota loira que Abel não conhecia os olhavam de forma curiosa.

— Oi Si, oi Arthur.

— A gente 'ta... hm... Atrapalhando?

— O que? Não...— Ela balançou a cabeça.

Sim meu deus, sim!

— Então... Abel essa é a Sierra, ela trabalha comigo e com o Arthur... E Si, esse é o Abel.

— Oi, tudo bem?— Ele comprimentou de forma educada.

— Oi.— Ela sorriu simpática — Então você é o grande Abel? Ouço muito de você, a Summer não para de falar sobre esse tal Abel...

— Ah é?— Ele se virou e viu Summer, o rosto todo vermelho e um sorriso tímido — Espero que seja bem que ela fale bem...

— E é, pode confiar.

— Enfim Summer... A gente veio te chamar para sair ou só ficar de bobeira e conversando... Topa?

— Ah... A gente pode só ficar conversando? 'To cansadona...

𝘧𝘢𝘭𝘴𝘦 𝘢𝘭𝘢𝘳𝘮Onde histórias criam vida. Descubra agora