Breakfast

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Louis

Eu não sabia exatamente a hora em que eu tinha acordado, mas quando abri os olhos eu vi um emaranhado de cabelo perto da minha boca, o Harry estava com a cabeça em cima do meu peito e o braço por cima da minha cintura.

Eu não queria incomodar, então continuei ali aproveitando um pouco do abraço dele. Eu estava preocupado como ele iria reagir quando acordasse. Eu não queria me levantar e ir embora, sem mais nem menos. Ele também poderia acabar acordando quando eu me levantasse, mas eu também não queria que ele tivesse uma crise quando ele olhasse para mim.

E com essas dúvidas do que fazer eu peguei no sono novamente. Quando eu acordei dessa vez eu estava sozinho, e mesmo sem o Harry no quarto eu conseguia sentir o cheiro dele, estava impregnado nos lençóis travesseiros e agora em mim. Ainda um pouco desorientado sem saber o que fazer, conseguir ouvir o som de uma música bem baixinha que parecia vir da cozinha. Então me levantei e fui até a cozinha tentando fazer o menor barulho possível.

Chegando na cozinha, eu tive uma visão e tanto. Deveria ser considerado crime aquela visão essa hora da manhã. Harry estava sentado tocando violão e cantando alguma música, eu não conseguia entender nada do que ele estava cantando, mas era muito bonito e ele estava colocando emoção na música era realmente lindo de se ver. Eu facilmente poderia passar horas o observando.

"Sei que você não vem pra ficar
Então só me dê um pouco de amor e pode ir embora
(Um, dois, três)
E pode ir embora
E pode ir embora
Mas se quiser ficar (Se quiser ficar)
Mas se quiser ficar (Mas se quiser ficar)
(És bem-vinda) Mas se quiser ficar
Se quiser ficar, se quiser ficar, se quiser ficar
(És bem-vinda)
Senta, escolhe o jantar
Espera a vergonha passar
Pra eu cantar pra você
Tento, não dá pra disfarçar
Não consigo parar de olhar pra você, ah
(De olhar pra você, ah)
(Não consigo parar de olhar pra você)"

Quando ele terminou de cantar não resisti em bater palmas para ele, que até então, ainda não tinha me notado escorado na parede o admirando.

- Bom dia Louis, faz muito tempo que você está aí? - Ele me pergunta com um sorriso de canto.

- Bom dia, na verdade não faz muito tempo, eu não queria te atrapalhar. - Falo me aproximando e me sentando ao seu lado - É brasileira a música?

- Sim! Eu te falei né que meu pai fez uma playlist com músicas brasileiras? - Ele pergunta e quando faço que sim com a cabeça ele continua - Eu gostei muito do estilo e das letras, então sempre tô atualizando e procurando quais os últimos lançamentos de lá.

- Eu não entendi nada do que você cantou, mas achei muito bonito, e você toca muito bem. E canta muito, sua voz, uau... Já pensou em ser cantor?

- Muito obrigado... Eu não acho tudo isso, não tenho muita confiança. Eu gosto de cantar só pra me divertir mesmo, canto sozinho ou só para os meus amigos. - Ele fala corando um pouco. Adorável...

- Ah cara, qual é? Sua voz é linda! Vamos lá, cante algo para mim.

- Outra? Tipo, brasileira? - Ele pergunta arregalando um pouco os olhos.

- Sim, por favor.

- Okay, tudo bem... - Ele fala suspirando um pouco, talvez tomando coragem - Eu tive uma ideia, eu coloco o nome da música e passa para o inglês, assim você consegue entender o que estou cantando.

- Ótima ideia. - Digo sorrindo.

Então ele se ajeita um pouco melhor na cadeira, pega o celular digitando um tempo e logo me entregando. Olho para a tela do celular e vejo que se encontra a letra da música que ele escolheu para cantar. Olho para a letra da música e vejo que se chama "Você vai me destruir", e aquilo me deixa com expectativa para o que há de vim.

"Tua boca na minha, minha desgraça
Teu peito no meu, só bate e arregaça
Eu quero você e você disfarça
Com essa cara de quem vai me destruir

Cidade pequena, a gente se esbarra
'Cê passa sorrindo em frente de casa"

Nesse momento ele olha pra mim e da um risinho, logo voltando a olhar pro violão.

"Te digo "te amo" e você disfarça
Com essa cara de quem vai me destruir

Você não ama ninguém
Nem me deixa ir além
Eu tenho medo de te perguntar
O que a gente é
Você abala minha fé

Você não ama ninguém
Nem me deixa ir além
Então vivo, e se me deixa ir
Eu continuo aqui
'Cê vai me destruir
Me deixa ir, me deixa ir, me deixa ir
Me deixa ir
'Cê vai me destruir
Me deixa ir, me deixa ir, me deixa
Me deixa ir
'Cê vai me destruir"

- E aí? Gostou? - Ele pergunta.

Mas que pergunta besta. Ele não estava vendo minha cara de desespero? Eu queria me levantar, puxar sua nuca e colar sua boca na minha. Puxar um pouco os seus cabelos e sentir ele suspirar entre os beijos. Naquele momento eu me segurei muito na cadeira em que eu estava sentado, ele com certeza me mandaria embora e estava muito cedo para isso. Eu queria conquistar ele aos poucos, mas estava sendo muito difícil ir aos poucos.

- Estou sem palavras, a letra e a sua voz, uau!!

- Pode ir parando, eu vou ficar sem jeito. Eu vou preparar um café pra gente, que tal??

- Humm... Você está bem com isso? - Pergunto só para checar, ele poderia estar sendo só educado.

- Sim, estou bem, obrigado por checar. E sabe, você ficando pode me falar mais sobre você. Sinto que você sabe muito mais sobre mim, e eu gostaria de te conhecer mais. - Ele diz enquanto faz torradas.

- Justo, o que você quer saber sobre mim?

- Tudo o que você quiser que eu saiba, pode ser sobre o baby Louis, ou sobre sua família, o que você quiser me contar, ficarei feliz em saber.

O café da manhã se passou com leveza. Contei sobre minhas 4 irmãs, sobre as peças que já preguei em cada uma. Falei quando era menor e adorava sentar no muro de casa para dar bom dia e perguntar se as pessoas estão bem, para cada pessoa que passava em frente minha casa.
E enquanto eu contava cada parte mais sobre minha vida, o Harry esboçava sempre a mais natural e bonita expressões. Seja arregalando os olhos desacreditado do que eu aprontava, ou um sorriso enorme que demonstrava felicidade com as coisas bobas que eu fazia.

Eu queria gravar a gargalhada que ele soltou quando contei que já tinha tentado matar um peixinho afogado quando era menor. E o sorriso dele quando contei que eu com toda minha inocência infantil acreditava que as luzes de natal eram todas para o meu aniversário?? Adorável...

A nossa manhã foi regada de risos e piadinhas bobas entre nós, e depois que eu me ofereci para lavar a louça me despedi dele e fui para minha casa. Eu não parava de sorrir feito bobo, e eu deveria me refrear um pouco. Eu não deveria ir com tanta sede ao pote, poderia acabar assustando ele. Mesmo que na minha mente tinha um alerta implorando para ir devagar com os meus sentimentos, eu estava radiante, e nada seria capaz de me tirar essa sensação.

Era isso que eu pensava...

I can't break [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora