Mouse

81 14 47
                                        


Ele realmente aceitou, no fundo eu ainda tinha uma insegurança que mais pra frente ele iria voltar atrás. Mas eu estava tentando, e não era isso que importava ?

Antes dele ir embora, ele me deu o número dele. E falou que eu ficasse a vontade para mandar mensagem, quando eu mandei um "oi" eu esperava que fosse só para salvar o meu número de volta, mas acabamos conversando sobre filmes e desenhos infantis.

Entramos em uma discursão séria, pois como assim ele prefere Barbie a princesa e a pop star do que Barbie escola de princesas?

Soltei um "Eu me torno amigo de cada espécie viu? Preciso rever meu conceito de amizades" e ele logo rebateu com um "Como você é!! Acho um absurdo essa sua fala, eu que deveria rever algo, alguém que prefere calor a frio não deveria opinar sobre absolutamente nada". E assim se passou o restante da madrugada, quando ele relutantemente teve que desligar porque tinha trabalho no dia seguinte.

Combinamos que quando ele fosse encomendar os colares, ele me mandaria uma mensagem e eu deixaria na porta dele caso não estivesse bem para vê-lo.
E hoje antes dele chegar do trabalho, eu entraria mais cedo para que não nos encontrássemos.

Perguntei para ele novamente se ele estava bem com essas condições, e ele me respondeu calmamente com um "Eu já disse que aceitava, não disse? Sou um homem de palavra. Com o passar dos dias, meses e até anos, você verá que continuarei ao seu lado."

E eu quis mais que tudo acreditar nas suas palavras naquele momento. Mas infelizmente eu não consegui e ele sabia disso, e fiquei mais aliviado e agradecido quando ele falou "Eu imagino que você não acredita nisso agora, eu irei acreditar por nós dois e vai ficar tudo bem, eu te mostrarei que vim para ficar!"

Eu só precisava tomar cuidado para não me apaixonar por ele. Mas isso certamente não aconteceria, não nos veríamos todos os dias, nem nos falaremos tanto assim, então cada um no seu quadrado. Ficaríamos bem.

Hoje consegui vender 8 colarzinhos, mais 10 vendi para o pessoal da empresa do Louis. Se continuasse assim, eu certamente conseguiria me manter sem a ajuda de ninguém. E eu estava radiante com essa sensação. E amanhã até ligarei para Gemma e papai para contar tudo o que aconteceu, e como eu consegui me virar só. Terei que ocultar a carta da mamãe , mas tudo bem.

Quando faltava uns 15 minutos para a chegada do Louis, decidi entrar. Coloquei a mesa e a cadeira para dentro e fui tomar um banho.

Fiz uma panela de pipoca pois essa seria minha janta, coloquei Barbie a princesa e a pop star só pra tentar entender do porque o vizinho preferir esse filme.

Estava quase na metade do filme quando eu vi um bicho fedorento pelo meu chão. Era um rato. Eu tenho medo de rato. Uma vez quando criança Gemma comprou um ratinho de borracha e jogou em cima de mim. Só perdoei ela quando joguei várias baratas em cima da cama dela com ela já deitada. Mamãe ficou uma fera.

O rato encapetado foi para a cozinha e eu só estava pensando se valia a pena disputar a casa com ele. A casa nem era tão importante assim. Só havia várias recordações, e por esse único motivo, peguei meu celular passando o olho nos nomes dos contatos salvos e vendo quem poderia chegar o mais rápido possível.

Então eu vi, o nome da minha salvação. "Vizinho". Essa seria a nossa terceira vez nos vendo, mas aquilo era uma emergência. Okay, talvez eu estivesse surtando atoa e o rato já até tivesse ido embora.

O rato desgraçado pareceu ler os meus pensamentos, pois ele escolheu esse exato momento para sair da cozinha e vim novamento para a sala. Ele parou diante de mim e ficou me encarando. Eu tenho certeza que na cabecinha diabólica dele, falava que era melhor eu sair pela porta, ou então ele iria chamar os parceiros de gangue dele. Então no desespero apertei em ligar, e o celular começou a chamar.

I can't break [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora