Louis
Já fazem três dias que eu não durmo. Três dias em que eu não vou para o trabalho. Três dias onde passei a maior parte do tempo enfiado no meu quarto, saindo só para ir ao banheiro ou a cozinha pegar algo pra comer, mas logo voltando para o quarto.
O que tanto eu fazia lá? Eu estava há espera de qualquer sinal, de qualquer barulho, qualquer chamado dele.
Desde que Harry falou que não precisava da minha ajuda, ele simplesmente se fechou, não falou mais comigo, nem por mensagem. E duvido muito que ele tenha saído ou recebido visitas. Deixei alguns posts its em sua porta, mas ele não pegou.
Tudo que obtive foi silêncio da parte dele, mas dentro da minha cabeça só se tinha caos e gritos ensurdecedores.
Questionamentos sobre o que poderia ter acontecido para ele falar todas aquelas coisas.
Suas palavras rondavam meus pensamentos como abutres sobrevoando sobre suas vítimas.
Todo o tempo que passei no quarto, fiz questão de ficar colado a parede, talvez eu quisesse passar algum tipo de conforto, mesmo sem ele saber que eu estivesse ali.
Na minha cabeça era um conflito enorme entre o que aconteceu com ele e o que eu poderia fazer para ajudá-lo. Mas talvez ele estivesse certo, eu não poderia fazer nada. Talvez algumas pessoas não servem para serem salvas...
Que merda eu estava pensando? Harry valia a pena cada esforço que eu tentasse. Cada célula do meu corpo implorava para salva-lo.
Estava perdido em devaneios quando ouvi meu celular tocando, ele tava jogado em algum lugar por aí mas eu não estava fazendo questão de procurar. Provavelmente era o Calvin ou o Zayn. Ou os dois.
Finalmente o celular parou de tocar, agora sim eu poderia voltar pro espiral de melancolia onde eu estava envolvido.
Até que ouvi um barulho de chaveiro, e a porta da sala sendo aberta.
Eles só podem tá de brincadeira com minha cara...
Me cobri da cabeça aos pés e fiquei o mais imóvel possível, quem sabe assim eles iriam embora né?
Aparentemente não, já que depois de uns 5 minutos, eu senti duas coisas. Do meu lado esquerdo senti a cama afundar e alguém engatinhar até o meu lado. E do meu lado direito só um baque. Alguém tinha se jogado, literalmente, na minha cama.
Descobri apenas minha cabeça, vendo do meu lado esquerdo o Calvin, e do lado direito o Zayn. Nenhum me encaravam.
Os dois olhavam para o teto com falso fascínio, como se fosse a coisa mais extraordinária.Eles queriam uma explicação, era justo. Eu tinha sumido de tudo, a única coisa que fiz foi enviar uma mensagem no nosso grupo dizendo "cuidem da empresa".
Imitando a mesma posição que ele, encarei o teto e comecei a contar. Eles não me interromperam em nenhum momento, botei tudo pra fora, tudo o que ele falou, tudo o que eu senti e em como eu estava me sentindo no momento. Depois de alguns momentos em silêncio, Calvin questionou com delicadeza.
- Ele mexeu mesmo com você né?
- Mexeu é apelido, nosso amigo aqui tá com os quatro pneus arriados.
- Eu sei que pode parecer rápido demais. Mas quando a pessoa certa aparece, não importa a quantidade de tempo, você simplesmente sente. É um sentimento avassalador, você só quer estar perto. Eu sei dos muros do Harry, eu estou disposto a lutar por ele. Mas não posso fazer nada sem que ele queira. Ele precisa querer, e até o atual momento, ele não quer.

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I can't break [l.s]
Fanfiction" Quando tudo se encaminha para dar errado, nós tendemos a desacreditar que tudo possa melhorar. Mas, as vezes, a luz do fim do túnel surge quando menos esperamos. - Quando Harry perde o emprego e precisa se reinventar para ganhar dinheiro e continu...