Louis
Eu definitivamente tinha acordado com o pé esquerdo. Não tinha a menor dúvida disso. Estava cansado emocionalmente e fisicamente.
Eu tinha tanto a pensar sobre o Harry, eu não queria fazer isso nesse momento, mas ele se infiltrava nos meus pensamentos.
Eu estava no trabalho com uma enorme dor de cabeça, tudo devido a cruz que tenho que carregar. Charles Tomlinson é o nome dele.
Eu tive uma relação boa com meu pai até os meus 15 anos, quando ele me flagrou dando um selinho em um garoto que eu gostava.
Max foi o meu primeiro namoradinho na escola, nós adorávamos passear de mãos dadas, como tínhamos medo de alguém nós flagrar no nosso bairro, pegavamos um ônibus até o bairro seguinte e assim andavamos em todas as ruas. De mãos dadas, sem medo de nada. Era libertador.
Mas em um dia de nossa aventura, Max estava um pouco inquieto, disse que tinha algo incomodando. Talvez fosse um aviso, e nesse dia ele fez questão de me levar até a porta de casa.
Como as luzes estavam apagadas, me despedi dele com um selinho e entrei. Logo depois o meu pai entrou em casa.
Antes que eu desse ao menos um boa noite só senti um soco em minha boca.
Ele não disse nada, continuou me socando até que eu caísse e mesmo depois de caído ele começou a me chutar.
Minha mãe desceu as escadas e se deparou com aquela cena. Seu marido espancando o seu filho. Ela correu até Charles o segurando e o puxando para longe de mim.
Mesmo machucado quando olhei pra escada vi minhas irmãs lá... Olhando com lágrima nos olhos, fiz um sinal para minha irmã mais velha, Lottie, para levar as meninas pra cima. E assim ela fez.
Meu pai gritava me chamando de coisas absurdas, e minha mãe com o rosto vermelho de tristeza e ódio chorava.
Eles discutiram por alguns bons minutos enquanto eu continuava no chão, sem conseguir executar um movimento que não me causasse dor.
Meu pai saiu batendo a porta com força, e minha mãe veio até mim correndo. Puxando-me para os seus braços, beijando meus cabelos, e falando palavras carinhosas e dizendo que tudo ficaria bem.
Dali em diante tudo piorou, meu pai começou a beber e gastar todo o seu salário em bebidas, provavelmente até em drogas. Algumas vezes minha mãe aparecia com algum roxo pelo corpo.
Sempre me culpei por isso. Sempre preferi apanhar dele, sempre tive medo que ele batesse nas minhas irmãs, fiz do meu corpo a proteção delas. Já que foi culpa minha.
Ele parou de me bater quando comecei a revidar, ele já estava ficando velho, e eu mais forte devido aos exercícios que eu fazia quando saia da escola.
Nós apenas ignoravamos ele. Vivíamos com o salário de mamãe, e com mais alguns trocados que minha mãe conseguia tirar dele quando chegava morto de bêbado.
Assim estavamos levando nossa vida, fui tolo ao pensar que o pior já tinha passado.
Minha irmã Fizzy ficou doente. Isso foi um baque pra nossa família. Mas o importante era que estávamos juntos.
E no pior momento, meu pai achou que seria a oportunidade perfeita de abandonar nossa família. Sem mais nem menos, arrumou suas coisas e foi embora.
Então éramos só nós, pra cuidar da casa, das contas, do dinheiro para o tratamento da Fizzy, das gêmeas que aindam eram crianças.

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I can't break [l.s]
Fanfic" Quando tudo se encaminha para dar errado, nós tendemos a desacreditar que tudo possa melhorar. Mas, as vezes, a luz do fim do túnel surge quando menos esperamos. - Quando Harry perde o emprego e precisa se reinventar para ganhar dinheiro e continu...