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✦ Capítulo 11 ✦
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Mark havia cruzado os braços na tentativa de se aquecer, ao sentir a brisa fria vinda diretamente da chuva barulhenta, e por incrível que pareça, a panela não havia sido deixada de lado. Hyuck o olhava surpreso, mas mantinha sua feição, desdenhando a presença do outro que lhe causou inúmeros surtos momentâneos. 

— Ah, é só você.. — Disse ríspido e dando de ombros quando assumiu a porta, me pondo de lado, enquanto encarava Lee dos pés à cabeça.

— Eu posso entrar? — Perguntou jogando seus cabelos para trás e sorrindo pequeno, sem apresentar os dentes ou o quão ansioso estava querendo ouvir uma resposta positiva. Meu amigo tinha vacilado sua postura vendo a maneira risonha e carinhosa que era encarado por Mark, mas ainda precisava manter seu orgulho.

Algo que, particularmente, acho burro. 

— Não sei.. — Hyuck fingiu pensar colocando a mão no queixo — Eu devo deixar a chuva entrar na minha casa, sem mais nem menos?! — Suas metáforas estavam piores a cada dia. Assim como o de olhos escuros, não havia entendido nada e nem sequer as entrelinhas de sua indireta. 

— Okay.. — Mark disse sorrindo, tentando disfarçar o quão perdido estava com a atual situação — Eu, suponho, que sou a chuva?! Mas, isso não faz sentido algum — Ele parecia pensativo, enquanto tudo se encaixava em minha cabeça.

— Vamos ver, a chuva hoje está sendo fria e insensível, e tendo uma pitadinha de arrogância por sequer dar um aviso prévio que chegaria — Hyuck disparou nas palavras difíceis, gesticulando e praticamente apontando com seu indicador contra o peitoral do moreno que franzia o cenho e soltava um ar pesado preso nos pulmões. 

Talvez, estivesse sendo intrometido demais por não ousar mover um músculo que insinuava minha retirada. Hyuck tinha as mãos trêmulas por não conseguir manter uma postura tão rígida e fria com o outro, que coçava a nuca deixando um sorriso nos lábios. 

— O que fazer contigo?! — Mark dizia sorridente apoiando ambas as mãos gélidas no rosto do meu amigo, que tentava se afastar e continuar mantendo o semblante raivoso. Mas quando a história envolvia Mark, seu coração parecia virar uma gelatina. 

— Me solta, eu tô irritado com você! — Hyuck bufou por não conseguir desvencilhar-se do toque daquele canadense de sorriso ladino. 

— Não que seja justificável, mas acabei perdendo meu celular e nem deu pra tentar te ligar. Aliás, sabia que os telefones públicos são cortados em tempos chuvosos? — Os olhos de Hyuck cresceram em surpresa pela sinceridade. Mark olhava fixamente a feição envergonhada de Dong-hyuck, que desviava sua atenção aos proprios pés — E por isso, eu vim até aqui, apesar de ser chamado de 'chuva' num tom bastante grosseiro — Brincou deixando meu amigo ainda mais constrangido. 

— Desculpa.. — As bochechas dele se tornaram vermelhas como pimentões — Como e-eu iria saber disso?! — Sua voz falhou, apesar disso conseguiu passar sua mensagem e a vergonha que nem cabia mais nas bochechas infladas. 

A chuva havia se acalmando e aos poucos as gotas grossas, se tornaram apenas respingos que deixariam seus cabelos úmidos, tinha a impressão que os céus ficavam contentes por uma reconciliação, ainda mais quando pareciam destinados um ao outro. 

Desde a maneira única que se olhavam, ou pelo jeito que Mark afastava os fios castanhos num sopro e deixava um selar em sua testa. Sorrindo abertamente parecendo querer dizer o quão apaixonado é por Lee Dong-Hyuck ao inflar seu peito. 

 Efeito Contrário Onde histórias criam vida. Descubra agora