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✦ Capítulo O9 ✦
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Mantive meus olhos vidrados no celular, enquanto passava pelos portões pesados e de aparência antiga, enviando uma mensagem ao moreno, avisando que estava a caminho de sua casa.
E — graças aos céus — não demorando para ser respondido, Hyuck havia acabado de enviar um emoji fazendo joinha. Só torcia para que quando chegasse, ele já estivesse me esperando na porta, o mesmo tinha um hábito terrível de enrolar até não haver mais tempo, e como podem ver ainda estou mau humorado. 

E meu humor não iria melhorar por agora, visto que passaria pela casa de Jeno depois daquele ocorrido — vergonhoso. Soltei um ar pesado, apertando as alças da mochila leve ao chutar pequenas pedrinhas na calçada, e lutando contra o vento frio que atingia minhas orelhas expostas. Meu celular havia começado a vibrar incessantemente no bolso traseiro do macacão, quando lhe peguei meus olhos cresceram em surpresa, vendo que era Hyuck quem ligava. 

— O que foi? — Perguntei franzindo o cenho. Parando de ensaiar mentalmente como devolveria as roupas a Jeno, e decidindo por fim apenas arremessá-las contra seu busto. 

— Renjun-ah, onde você está? — Sua voz soava ofegante. 

— Hum, eu.. — Olhei para os lados procurando uma resposta que lhe convencesse — Indo comprar um saco de elásticos, o cabelo do Nayu tá enorme — Enfatizei forçando meu melhor sorriso. 

— Ele realmente deveria cortar — O moreno resmungou do outro lado, cessando seus passos ao se sentar na cama que rangeu — Não te liguei pra isso, Injun.. — Ele disse manhoso.

— Diga rápido, antes que eu desligue.

— Queria pedir um sorvete, estou chateado e preciso de algo gelado pra congelar meu coração — Hyuck choramingou.

— Certo, certo — Como alguém podia ser tão dramático?! — Afinal, o que está acontecendo? — Arqueei a sobrancelha mesmo sabendo que ele não podia ver. 

— Duas palavras, Mark Lee — Bufou arremessando algo contra a parede. 

— Hyuck, o que você acabou de quebrar? — O mesmo apenas me ignorou.

— Venha depressa, está bem?! — Assenti baixinho, lhe ouvindo resmungar palavrões ao esbarrar na poltrona — Estou à beira do desastre, quase cortando a cabeça dos meus ursinhos de pelúcia — Suspirou pesadamente. 

— Chego em cinco minutos — Encerrei a ligação olhando as portas da casa de Jeno, guardando o aparelho novamente no bolso e assegurando que a mochila estava bem fechada. Não é como se apenas estivesse enrolando, jamais faria isso. 

Poderia deixar na porta, bater e sair correndo como acontecia nos filmes. Seria muito patético? 

Me aproximei da própria, sentindo minha respiração se tornar ofegante e o suor escorrer pelo meu rosto ligeiramente pálido, após segurar a aldrava dourada de leão entre meus dedos finos. Atingindo-a contra a porta de madeira, engolindo seco, esperando ser atendido pelo moreno. 

A mesma finalmente havia sido aberta e quando iria abrir minha boca, a fim de reclamar sobre a demora, me assustei olhando aquela figura masculina semelhante a Jeno. Dando alguns passos para trás e conferindo se tinha batido na casa correta através dos números, ao meu azar, estava certa. 

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