A Aposta — Capítulo 2 — capítulo 3
Hatsu acordou mais disposto do que nunca, tinha acabado de sair de sua casa e cama depois de uma noite inteira regada a muita conversa e carícias, e agora finalmente o ruivo estava sozinho, mas com o coração aliviado e a mente limpa e livre para pensar.
Levantando-se da pequena cama de casal ele foi até sua escrivaninha, pegando a pasta onde tinha alguns documentos sobre o caso Nostrade que o professor tinha dado para ele na tarde do dia interior, depois que eles saíram do presídio.
– Extorsão, latrocínios, vandalismo e homicídio qualificado. - Leu Hatsu as acusações contra Dante Nostrade, além é claro de embriaguês ao volante que era o que o matinha retido no momento. – Humm... Provas, provas... – O ruivo leu o documento, ficando surpreso quando chegou à parte das provas.
–Uma rosa negra? Devem estar de brincadeira. – Murmurou o rapaz relendo todo o documento, a cada linha que lia ia ficando mais e mais surpreso ao descobrir que a única prova que ligava Dante e toda a família Nostrade àqueles crimes era uma rara rosa negra deixada como um cartão de visita, a qual os promotores alegavam ser uma prova valiosa e concreta, já que o único lugar onde aquelas rosas eram encontradas era no sudeste da Ucrânia ou na estufa da enorme propriedade da família Nostrade. Esse é um caso ganho, murmurou o menino, pensando nas evidências patéticas que os promotores tinham, imaginando como seria a defesa de seu professor para o caso no tribunal, começando a trabalhar em cima do que ele pensava sobre aquelas provas para depois discutir o assunto com Campbell.
Muitas horas depois e satisfeito com o resultado da defesa que ele tinha bolado, mesmo que nunca fosse usá-la, Hatsu se levantou. Depois de um rápido banho seguiu o cheiro de café até a cozinha, encontrando sua avó sentada à pequena mesa com o jornal em mãos e o café da manhã sobre a mesa.
– Bom dia vovó. – Disse o rapaz se aproximando e beijando o rosto da avó com carinho, depois dando a volta na mesa e sentando-se em frente à mulher, pegando dois pães e um imenso copo de café com leite, começando a devorar seu café da manhã com vontade.
– Bom dia, querido. Vejo que hoje está de melhor humor. – Respondeu a mulher, avaliando o rosto tranquilo do neto com carinho. – Será que isso tem a ver com certo loiro que fugiu madrugada adentro?
– Sim, estou mesmo. O Drew não fugiu vovó, ele só tinha que passar em casa antes de ir trabalhar, por isso saiu tão cedo e, sim, é culpa dele meu estado de humor, eu sempre fico bem depois que conversamos.
– Conversar é? Sei... – Falou a mulher desconfiada, vendo o neto corar, ficando da cor de seus cabelos, tendo suas suspeitas sobre o que aqueles dois fizeram confirmadas.
– Se você estivesse em casa como prometeu, eu não teria que recorrer ao Drew para conversar. – Falou Hatsu um pouco contrariado, tentando mudar de assunto e se livrar do constrangimento.
– Oh! Querido, desculpe-me, eu... – Começou a mulher parecendo realmente arrependida, fazendo o ruivo se sentir um pouco culpado e interromper a avó.
– Calma Agatha. Estava só brincando, não é como se eu ainda fosse uma criança que precisasse de você vinte e quatro horas por dia.
– Sei... – Disse a mulher parecendo nostálgica, lembrando-se da época em que Hatsu precisava dela para quase tudo, assim como obedecia a seus pedidos e ordens como se fossem leis, lamentando-se que seu menino tivesse crescido e quase não considerasse mais suas opiniões. Apesar de admirar o homem que o neto havia se tornado, sentia falta do dependente Hatsu assim como ainda temia pela segurança e bem estar de seu eterno pequeno.
– O que está pensando, vovó? – Perguntou o rapaz desconfiado, percebendo a distração da avó e estranhando, afinal Agatha era como uma águia atenta, nunca perdia seu foco, principalmente quando se tratava dele.
– Estava só pensando que hoje você não está com aquele horrível terno.
Hatsu não retrucou as palavras da avó, pois pensava a mesma coisa sobre o terno, mesmo que nunca fosse admitir isso para a mulher sentada a sua frente.
– Hoje não preciso usar o terno, afinal vou estar na faculdade o dia inteiro, já que combinei de trabalhar com o professor Campbell lá mesmo.
– Campbell? Seu professor, aquele que te deu o estágio na Seigun, por acaso se chama Oliver Campbell? – Perguntou Agatha, arregalando um pouco os olhos.
– Sim? Por quê? - Perguntou o rapaz desconfiado, nunca sequer havia mencionado o nome do professor para a avó então como ela sabia? Se ele achou que não podia ficar ainda mais surpreso, se enganou quando Agatha levantou o jornal, agora na primeira página que mostrava uma imensa foto de Dante Nostrade e os dizeres: Finalmente preso em sua própria teia. Dante Nostrade atrás das grades.
Hatsu pegou o jornal com mãos trêmulas, lendo a reportagem com pressa e cada vez mais nervoso. Na grande matéria contava com detalhes absolutamente tudo que ele tinha lido há pouco tempo nos documentos que Campbell havia lhe passado, assim como mencionava Oliver Campbell, contado um pouco da carreira brilhante e um tanto inescrupulosa do advogado que representaria o Nostrade no tribunal.
– Não acredito que seu professor é o advogado de defesa desse monstro. – Falou a mulher chocada, não percebendo a cara de horror de Hatsu com as palavras dela. – Um homem que fez tudo isso que está escrito aí não merece defesa, o que ele merece é pena de morte.
– Vovó! Como pode dizer isso de um ser humano? – Perguntou o rapaz chocado.
– Não considero esse homem um ser humano, muito menos esse homem que irá defendê-lo.
– Pois saiba que eu também irei defender Dante Nostrade. – Rosnou Hatsu. – Vai me considerar um monstro também por isso?
– O quê?! – Gritou a mulher se levantado em um pulo, deixando o copo de café que segurava cair no chão e se quebrar. – Você não pode estar falando sério, Hatsu.
– Estou falando sério sim. Sou o assistente de Oliver Campbell e como um estagiário eu...
– Largue o estágio! – Gritou novamente a mulher. – Você não sabe com que tipo de pessoa está se metendo, meu filho, você sabe onde aquele homem está preso? Em quão perigoso ele é?
– Você acha que eu vou largar aquilo que eu tanto lutei para obter na primeira dificuldade? Nunca vovó, nunca vou largar esse estágio, pois não terei nunca mais uma oportunidade como essa.
– Hatsu... – falou a mulher chocada, seu neto era inteligente, mas também era muito ingênuo e emocional, acreditava fácil nas palavras das pessoas e, de fato, devia estar acreditando que Dante Nostrade era inocente, porém antes que tivesse chance de falar isso para ele, Hatsu se levantou e saiu sem olhar para trás.
Pela primeira vez na vida o rapaz ignorou os chamados aflitos da avó e pedidos para conversar. Saiu de casa e praticamente correu até o ponto de ônibus, entrando no primeiro que viu e indo direto para faculdade, como tinha combinado com Campbell. Chegando lá, foi direto para a sala dos professores encontrando Oliver Campbell atrás da sua mesa, parecendo aflito.
– Professor?
– Ah! Hatsu, finalmente chegou, estava a ponto de ligar para você.
– Aconteceu algo? – Perguntou o ruivo nervoso, mas logo se acalmou ao pensar que Campbell estava daquele jeito por causa da matéria no jornal.
– Dante Nostrade nos chamou ao presídio.
– Chamou-nos? Eu e você? Hoje?
– Sim, disse que é imprescindível sua presença. - Disse o professor, incomodado com aquele pedido de seu cliente e por mais que não quisesse levar Hatsu, os diretores da Seigun foram muito claros em suas ordens, devia fazer todas as vontades de Dante Nostrade sem reclamar.
– Ah! Mas eu nem estou de terno e...
– Não importa, no presídio teremos que trocar nossas roupas mesmo, então não tem problema. - Falou Campbell fazendo uma cara contrariada. - Droga, isso estragou todos os meus planos do dia, ia te mandar até o fórum para ver como está o andamento do processo para que Dante responda em liberdade.
– Eu poderia fazer isso, afinal não preciso realmente ir lá.
– Precisa sim. Dante foi claro, disse que você teria que ir junto.
– Será que ele vai pedir meu afastamento do caso por eu ser um Tal Neo?
– Acho que se fosse esse o motivo ele não teria pedido para você ir pessoalmente.
– Não teria tanta certeza assim, afinal ele falou que gosta de olhar as pessoas nos olhos, ele gosta de falar na cara, acho que se o senhor Nostrade quisesse dispensar meus serviços ele ia falar na cara.
– Humm... Boa analise Hatsu, mas você não deve julgar personalidade e nem caráter de seus clientes, lembre-se disso no futuro. Suas opiniões por melhores ou piores que sejam ficam para você. – “Ainda mais quando você está totalmente errado”. – acrescentou o homem, parecendo sério.
– Sim. – Concordou Hatsu parecendo um pouco envergonhado.
– Vamos então?
– Vamos.
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A aposta
FanfictionA Aposta fanfiction.com.br Hatsu Ominaga é um estudante de direito e jovem Tal Neo, um tipo especial de homem que pode engravidar que tem sua grande chance ao receber a oportunidade de estagiar com um renomado professor em um polêmico caso: o de Dan...