A Aposta — Bonus - Especial
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Raki e Seijin finalmente estavam desfrutando de uma folga juntos. Depois de todas as loucuras que estavam passando por causa de Dante e de seu surpreendente amante era bom relaxar, principalmente estando presos nos braços um do outro.
Raki estava com o corpo nu e saciado parcialmente, deitado sobre o parceiro. Como um gato, ele se espreguiçou levantando a cabeça para olhar Seijin adormecido, com um grande sorriso no rosto. Raki admirava os traços do homem mais velho, que apesar de possuírem algumas marcas de expressão denunciando que ele não era mais tão novo, o homem ainda era belo demais.
Enquanto admirava o rosto do amante que dormia relaxado, Raki voltou às memórias do passado, do tempo em que conheceu Seijin.
Flashback on
A vida de Raki mudou quando ele tinha apenas dez anos. Vindo de uma família humilde na periferia da cidade, desde cedo ele havia aprendido que se não trabalhasse não teria comida em seu prato. Sua mãe não era muito presente e seu pai ele sequer conhecia, porém ele tinha um teto sobre o qual morar. Raki não estudava, pois estudar era um luxo do qual ele não podia se dar se quisesse comer. Ele levantava cedo para fazer bicos pela cidade – afinal um menino de dez anos nunca conseguiria um emprego fixo - e só ia se deitar tarde da noite, entretanto tudo estava bem, ele não se importava com o fato de mal conhecer a mulher que havia lhe dado à luz ou de ter que trabalhar até a exaustão todos os dias contanto que continuasse a sobreviver, mas então tudo mudou.
Um dia ele acordou e sua mãe não estava mais lá. O tempo passou e ela não voltou, e tudo que lhe sobrou foi sua casa, mas que com o tempo ele também perdeu tendo que ir viver nas ruas, fugindo dos perigos que aquela cidade decadente apresentava e foi naquela mesma época, com apenas onze anos que ele sujou suas mãos de sangue pela primeira vez, descobrindo, entendendo, apesar de ser apenas uma criança, que para sobreviver teria de ser capaz de fazer tudo e foi nesse momento que ele pensou que seu futuro seria nada mais que viver em tragédia, isso até que ele conheceu Hysteria Nostrade.
Foi em um dos antiquários das ruas que Raki vagava que ele a viu pela primeira vez. A mulher morena era deslumbrante, mas o que prendeu sua atenção foi o modo como ela tratava e olhava o garotinho que passeava de mãos dadas com ela. Raki soube imediatamente que aquele garoto era muito amado só pelo jeito que a mulher olhava para ele.
Raki perdeu a noção de quantas horas ficou ali observando aquela pequena família, mas sua distração teve um preço. Nas ruas ele era vítima de pessoas ruins constantemente e uma dessas pessoas tentou se aproveitar de seu momento de distração que teve grandes consequências, pois para se defender Raki sujou as mãos de sangue pela primeira vez e para o seu horror tinha sido bem na frente daquela pequena família.
– Ei, querido... Está tudo bem?
Raki levantou os olhos para voz que lhe chamava. O homem que havia tentado atacá-lo e arrastá-lo para um beco na rua sabe-se lá para que, estava caído no chão sangrando e pedindo socorro com a faca - que Raki sempre carregava - cravada em sua barriga. Apavorado pelo que tinha feito, o menino olhou a mulher que ele observava momento antes. Sem saber o que fazer, ele olhou ao redor notando que não havia mais ninguém na rua, todos pareciam ter sumido.
– Eu... Não tive escolha, eu... Não chame a polícia. – Murmurou incerto sobre o que aquela mulher faria.
– Eu sei, querido. Não vou fazer isso. – Respondeu ela.
Raki levantou os olhos surpreso, ficando encantado por ver a mulher mais de perto. Ela era sem dúvidas a mulher mais bonita que já tinha visto e a mais estranha também por não estar dando um ataque pelo que ele tinha feito. Tremendo, ele direcionou seu olhar ao garoto ao lado da mulher que retribuiu seu olhar com um sorriso de lado.
– Humpt... – Resmungou o garoto ao lado da mulher. – Que foi?
– Dante... – Brigou a mulher olhando feio para o filho antes de se dirigir a Raki novamente. – Sou Hysteria Nostrade, prazer. Qual o seu nome?
– Raki... – Resmungou Raki, olhando para os lados se perguntando qual o problema daqueles dois. Será que estavam tentando segurá-lo até a polícia chegar?
– Prazer, Raki. – Falou Hysteria se abaixando para falar cara a cara com Raki, que arregalou os olhos não apenas pela ação da mulher como pelo barulho das sirenes que se aproximavam do local, haviam chamado à polícia. – Venha comigo, Raki, seja parte da nossa família que tudo ficará bem.
– O quê...? – Começou Raki confuso.
– Vamos, não temos muito tempo. – Esclareceu o menino, chamado Dante, ao lado de Hysteria. – A polícia está quase aqui.
Raki abriu a boca e fechou, olhando de Hysteria a Dante. Sabia que aquilo era bom demais para ser verdade, porém não tinha muita escolha e no final ele poderia sempre fugir. Era melhor ir com aqueles dois e enfrentar o que estava por vir mais ter uma chance de escapar a ser levado para algum reformatório e ser trancafiado por anos, pois se a polícia o pegasse era aquilo que aconteceria.
– Tudo bem. – Concordou Raki. E aquela foi uma decisão que ele nunca se arrependeu. Raki nem uma única vez tentou fugir da mansão Nostrade, pois sempre foi muito bem tratado. Sendo um ano mais novo do que Dante, que era o caçula da família, ele passou a ser o caçula, sendo tratado pelo casal Hysteria e Hokuro Nostrade como filho. Os próprios filhos do casal o tratavam como irmão, principalmente Dante que se sentia agora importante por não ser mais o caçula da família, apesar da diferença de idade entre eles ser apenas de um ano.
Claro que não levou muito tempo para Raki descobrir o que os Nostrade faziam para viver, contudo, ele já tinha matado e sentia que por aquela família, a sua “família”, ele faria tudo e não foi surpresa para ninguém quando ele quis seguiu os mesmos passos na “profissão” dos Nostrade.
Mas mesmo assim, ele sentiu que desapontou sua família. Ele podia matar, mas não tinha habilidade e discrição e em sua primeira missão quase foi pego, ao contrário de Dante que ele sabia que em sua primeira missão foi perfeito. De alguma forma, ele não queria mais falhar com sua família e foi então que decidiu ir estudar artes marciais, mas não ficaria em um único lugar. Com os recursos da família, ele rodou o mundo para se transformar em alguém capaz não apenas de fazer sua família orgulhosa como para poder protegê-los.
Ele partiu de sua casa com treze anos sob a supervisão de um dos membros da “família” e voltou quatro anos depois.
Raki mal podia conter a empolgação quando chegou aos portões da casa. Estava louco para mostrar aos seus “pais” tudo que havia aprendido, queria que eles sentissem orgulho dele. Com o sorriso nostálgico no rosto ele observava os portões que levavam à mansão, imaginando qual seria a reação de todos ao vê-lo.
– Ei, garoto... Aqui não é lugar para ficar rondando. É perigoso, sabe?
– Então o que está fazendo aí? – Devolveu Raki com o mesmo tom arrogante do homem frente ao portão, dentro da propriedade de sua família.
– Hahahah... Garoto esperto.
Raki ignorou o homem e se aproximou do portão pequeno, digitando uma senha e entrando.
– Oh! Um membro da família? – Constatou o homem erguendo a sobrancelha, avaliando Raki de cima a baixo.
– Sim, agora você sabe. Lembre-se do meu rosto, serviçal. – Ditou Raki odiando o rosto debochado do homem que o avaliava com aqueles profundos e brilhantes olhos negros com intensidade.
– Como se eu pudesse esquecer. – Cantarolou o homem voltando a avaliá-lo.
Raki fingiu que não ouviu enquanto passava pelo homem, ficando surpreso quando foi agarrado. Seu corpo reagiu instintivamente e ele derrubou o homem no chão, tirando sua espada da bainha e a colocando no pescoço dele com a respiração acelerada.
– Nossa! Acho que me apaixonei... – Falou o homem e sem que Raki esperasse, livrou-se da espada e de seu agarre pondo-se de pé.
– Mas o quê...? – Raki arregalou os olhos sem acreditar na velocidade do homem e muito menos nas palavras.
– Chamo-me Seijin e você, belezura?
– Chame-me de belezura de novo e arranco sua cabeça. – Rosnou Raki, erguendo-se do chão, limpando as roupas e olhando altivo para Seijin.
– Oh! Sinto muito. – Comentou Seijin com a voz pastosa. - Mas você ainda não se apresentou.
Raki rosnou com a voz desdenhosa do outro. Sentindo vontade de arrancar a cabeça daquele homem, porém achava que sua família não aprovaria se matasse um dos membros da família e entregasse sua cabeça como presente de retorno.
– Raki, chamo-me Raki Nostrade, e se não quer morrer cedo sugiro que fique longe de mim, Seijin. – Rosnou Raki antes de sumir por entre a estrada arborizada que levava a mansão da família, deixando um sorridente Seijin para trás.
A recepção da família Nostrade foi bem como Raki pensou que seria. Eles o receberam de braços abertos nem parecia que tinha ficado fora por quatro longos anos, contudo, as mudanças existiam, prova disso era o homem, o tal Seijin, que ele conheceu quando chegou. Ele ficou sabendo que Seijin era “porteiro” da casa, e que pelo o que ele podia ver era um homem muito respeitado e tinha a confiança dos Nostrade, o que o irritou profundamente, principalmente porque durante a comemoração pelo seu retorno tudo que ele conseguia pensar era no maldito homem.
***
Não demorou muito para Raki voltar à rotina da casa. E como filho adotivo dos Nostrade, ele pode escolher a função que exerceria na mesma. Como ele queria sempre estar ao lado de sua “mãe”, ele escolheu ser uma espécie de mordomo na mansão. Era ele também que cuidava da administração da casa, dando ordens aos outros empregados e se poderia dizer que ele se dava bem com todos, menos com “ele”.
– Oi, pequeno. Alguma coisa para eu fazer hoje? – Perguntou Seijin entrando na cozinha e sentando-se à mesa do café da manhã, olhando descaradamente Raki de cima a baixo enquanto o moreno punha a mesa para os empregados tomarem o seu café.
Raki rosnou apertando as mãos em punhos com força, quase machucando as palmas evitando atacar Seijin enquanto fingia que não tinha ouvido a pergunta, pois todos sabiam que se tivesse algum trabalho extra que precisasse ser feito ele já teria avisado. Ninguém precisava perguntar.
– Não vai falar comigo? – Fingiu-se de magoado Seijin.
Raki continuou ignorando o homem moreno, preparando-se para sair da cozinha quando foi surpreendido por Seijin, que se ergueu da cadeira em que estava rapidamente e o puxou, prensando seu corpo contra a parede da cozinha. Raki sentiu seu coração acelerar com o ato, tentando não corar com a aproximação para lá de perigosa do corpo e rosto do moreno, tentando se acalmar, começando a falar de maneira mais fria que conseguiu para que Seijin não percebesse seu abalo:
– Ah...! Queria que você mostrasse metade da competência em seu trabalho que mostra quando quer me provocar e agarrar. – Provocou Raki.
– Não se engane, Raki. No meu trabalho eu sou muito competente, mas incrivelmente parece que eu recebo os trabalhos mais difíceis ultimamente. – Comentou Seijin com um sorriso provocador, que só se ampliou quando viu o rapaz corar. – Mas confesso que sou ainda mais competente para conquistar o que eu quero.
Raki abriu a boca e fechou, odiando o fato de não conseguir retrucar aquelas palavras do outro. Seijin era a única pessoa que ele não conseguiu lidar, que o deixava sem reação, por isso ele o odiava tanto. Ele não entendia porque Seijin se comportava de maneira tão diferente quando estavam a sós, ele também não entedia porque às vezes passava horas observando o homem ou porque motivo queria tanto entendê-lo, decifrá-lo.
Seijin percebeu a distração de Raki, resolveu se aproveitar da oportunidade tão rara. Aproximando mais os rosto do outro, Seijin beijou Raki sentindo o menor tentar empurrá-lo antes de finalmente aceitar o beijo, permitindo que ele o aprofundasse, vibrando internamente quando foi retribuído.
Assim como ele pensou, beijar o rapaz era incrível e ele descobriu que queria mais, queria tudo daquele rapaz, mas ali não era o lugar nem o momento para tal, e ele se afastou rapidamente quando ouviu passos se aproximando, pois sabia que se eles fossem pegos se beijando Raki se afastaria ainda mais dele e nunca permitiria que ele se aproximasse novamente.
Raki quase foi ao chão quando Seijin o largou, porém recuperou o equilibro a tempo enquanto abria a boca para gritar com o outro, mas se calando quando um dos trigêmeos que trabalhavam na casa entrou na cozinha.
– Raki... – Murmurou Seijin.
– Não se aproxime mais de mim, seu maluco. – Interrompeu Raki quase em um sussurro, antes de virar-se e sair da cozinha soltando fumaça e totalmente irritado, mas com ele mesmo por permitir que Seijin chegasse tão longe do que com as atitudes do moreno.
Seijin sorriu, nunca pensando em desistir, sabendo que estava muito mais perto de alcançar seus objetivo e fazer daquele menino irritadinho seu. Mas para isso ele tinha que ser esperto.
***
Raki estranhou o afastamento de Seijin, que já não ficava mais rondando a casa ou ligando por besteiras como antes. Tudo bem que ele estava dando o máximo de trabalhos possíveis para ele, mas Seijin não era do tipo que desistia fácil.
– O que está pensando, querido? – Perguntou Hysteria enquanto descia as escadas, vendo Raki parado e pensativo, coisa que não era comum ao sempre enérgico e eficiente rapaz, ainda mais hoje com a festa anual onde os membros da família Nostrade que “trabalhavam” em outros países se reuniriam.
Raki deveria estar nervoso, pois seria sua apresentação oficial aos outros membros da família, contudo o fato de Seijin não estar mais o rondando era ainda mais perturbador do que enfrentar os membros mais velhos e experientes da família.
– Nada, mãe. – Respondeu Seijin.
– Então desfaça essa cara de preocupação que os outros estão chegando, querido. – Exclamou Hysteria.
E Raki fez exatamente isso, esquecendo-se de Seijin para não fazer feio diante de sua querida mãe, mas seu estado de humor despencou novamente quando Seijin finalmente apareceu, pois além de nem sequer olhá-lo ele estava acompanhado.
– Mas quem é aquele? – Perguntou-se Raki, vendo o rapaz loiro que estava com Seijin.
– Jolly. Ele chegou aqui na mesma época que Seijin, mas foi transferido para a outra casa da família, entretanto parece que a amizade dele com Seijin permanece. – Comentou Dante se aproximando de Raki, entregando um copo de bebida ao mesmo. – Seijin tem bom gosto.
Raki mordeu os lábios nervosamente, olhando Jolly, um loiro lindo de olhos azuis. Ele também era bonito, mas não tanto quanto o rapaz. Na verdade, ele era do tipo comum com seus cabelos e olhos castanhos escuros e pele branca, Jolly era definitivamente mais interessante.
Seijin se divertia vendo Raki olhar de esguelha para eles de minuto em minuto. A volta de Jolly se mostrando muito benéfica para os seus planos.
– O que está aprontando, Seijin? – Perguntou Jolly, que sorria ao amigo.
– Apenas reivindicando o que é meu. – Murmurou Seijin.
– Acho que ele não pensa assim. – Comentou Jolly olhando na direção em que Seijin olhava, vendo o rapaz alto e bonito derramando um copo de bebida garganta abaixo sem hesitar.
– Por enquanto. – Ditou Seijin. – Mas ele está com ciúmes. Acho que o gelo que dei nele mais o fato inesperado de sua presença hoje, realmente irão me ajudar.
– Acho que tem razão, o instinto assassino dele está no máximo e creio que eu seja a vítima. – Comentou Jolly sorrindo para o rapaz quando ele olhou para onde estavam, fuzilando-os com o olhar. - O nome dele é Raki, não é? Ele é filho adotivo dos patriarcas da família, tem certeza que quer se meter com ele, Seijin?
– Claro. – Comentou Seijin sem hesitar. – Você me ajudaria Jolly?
– Acho que pode ser divertido. – Respondeu o loiro.
Seijin sorriu e agarrou Jolly pela mão, estava na hora de testar os sentimentos do temperamental Raki.
****
Raki estava irado. Como aquele maldito do Seijin falava que gostava dele e depois ficava a noite toda agarrado com outro?
Dando uma olhada de esguelha para o “casal” que se divertia, ele entornou seu o seu vigésimo copo de bebida garganta abaixo sentindo-a arder antes de virar-se, indo em direção ao banheiro para ficar sozinho e se acalmar antes que partisse para cima de Seijin e o tal Jolly e os matasse.
Tropeçando em seus pés, ele se dirigiu ao banheiro, porém ele nunca voltou dele. Estava tão bêbado que não notou que alguém o seguia e sem seus reflexos apurados por causa da bebedeira, quando saiu do banheiro, ele foi facilmente nocauteado.
Raki acordou sentindo sua cabeça latejar. Lentamente ele abriu os olhos, porém a escuridão dominava o local em que estava, o que em certo ponto não era ruim. Resmungando e se xingando por ter bebido demais, ele tentou se mover na cama sem êxito.
– Mas o quê...? – Resmungou Raki novamente tentando se erguer e falhando, sentindo que seus braços e pés estavam presos. – Mas que merda é essa?
– Oh! Vejo que acordou.
Raki rosnou, fechando os olhos instintivamente quando uma luz se acendeu, mas mesmo de olhos fechados ele sabia muito bem a quem pertencia àquela voz, e fazendo um esforço sobre-humano abriu seus orbes castanhos olhando para frente e se deparando com Seijin, seu olhar descendo sobre o peito sarado e descoberto do mesmo antes dele notar o seu próprio corpo.
– Mas porque inferno eu estou nu?! – Gritou Raki se debatendo na cama, agora podendo ver que o que o detinha na mesma eram cordas que prendiam suas mãos e pés.
– Só queria te deixar mais confortável, Raki.
– Confortável uma ova, Seijin, eu estou amarrado e nu.
– Eu sei. – Comentou Seijin, seu olhar descendo sobre o corpo do rapaz de forma nada casta, fazendo Raki corar. – Estou tendo a melhor vista da minha vida.
– Cala boca, seu velho tarado! – Gritou Raki constrangido e irritado, vendo alarmado Seijin sorrir e se aproximar, subindo na cama e se instalando entre suas pernas que estavam amarradas em forma de “v”, deixando-o totalmente exposto.
– Vamos ver se você é tão quente e boca suja na cama como é fora dela, Raki querido.
Raki não teve tempo de responder, pois sua boca foi tomada pela do outro em um beijo violento que o fez gemer tanto de dor quanto de prazer. Seu extinto mandava que mordesse a língua do homem em cima de si, porém seu orgulho e desejo não permitiram e gemendo ele beijou Seijin de volta enquanto permitia o intensificar do beijo, sentindo uma fisgada em seus lábios e logo o gosto de sangue se juntou ao gosto de cigarro que o beijo de Seijin tinha.
– Bom... – Gemeu Seijin separando as bocas e lambendo os lábios de olhos ainda fechados, apreciando o sabor antes de abrir seus orbes negros que brilhavam de excitação, indo para o ombro de Raki e mordendo-o fortemente enquanto suas mãos se fixavam nas coxas do mais novo.
Raki ofegou quando o beijo teve fim, notando desnorteado que seus olhos estavam turvos e sua mente um caos e isso apenas por causa de um beijo, contudo, seu corpo estava todo alerta e estremeceu quando sentiu as unhas do outro deslizarem por suas coxas. A boca de Raki se abriu, porém nenhum som foi ouvido. Raki queria pedir para Seijin parar, para deixá-lo ir embora, no entanto, não conseguia enquanto se perdia em meio às carícias brutas do mais velho.
– Realmente você é um rapazinho devasso, Raki. – Cantarolou Seijin no ouvido do menor. - Já está tão duro.
– E você é um maldito tarado. – Retrucou Raki, ofegando quando sentiu os dedos compridos e calejados envolverem seu membro em uma carícia preguiçosa.
– Sou? – Questionou Seijin, abaixando a cabeça e reivindicando um mamilo túrgido em seus lábios, mordendo levemente e depois sugando forte enquanto sua mão não parava de tocar Raki.
Raki gemeu enquanto se debatia na cama tentado se soltar, a essa altura seu orgulho tinha ido para o alto e tudo que ele queria era conseguir se soltar da cabeceira da cama para tocar o corpo do outro.
– Seijin... Solte-me.
– Só se você prometer que será um bom menino e não irá fugir. – Falou Seijin, lambendo e mordendo o peito de Raki de forma provocativa.
– Que serei um bom menino eu não posso garantir, mas prometo que não irei fugir. – Confessou o menor com um sorriso sacana no rosto.
– Acho que posso viver com isso. – Decidiu Seijin, abaixando o rosto e mordendo com força o ombro de Raki enquanto erguia os braços e facilmente desamarrava as mãos do menor.
– Os pés também. – Ronronou Raki enquanto sentava-se na cama e tocava o peito de Seijin, deslizando as unhas pelo mesmo, vendo a pele branca se tornar avermelhada por onde suas curtas unhas se arrastavam enquanto Seijin parecia ronronar, com o rosto cheio de satisfação.
Ansioso para ver o que Raki faria, Seijin abaixou-se sobre o corpo menor e apressadamente cortou as cordas que prendiam os pés do rapaz antes de se arrastar para cima do menino novamente, voltando a atacar a boca dele com ansiedade.
Raki gemeu por entre o beijo e voltou a se deitar na cama, circundando a cintura do outro com as pernas e impulsionando o corpo, rolou-os na cama. Ficou por cima do maior e finalmente descolou as bocas.
– Você me sequestrou. – Ronronou Raki, erguendo a mão e dando um sonoro tapa no rosto de Seijin. – Trouxe-me para esse lugar desconhecido... – Continuou Raki dando outro, agora no outro lado do rosto do moreno enquanto Seijin apenas encarava. – Amarrou-me ...
– E vou fazer amor com você. – Reagiu Seijin, interrompendo o outro antes que levasse outro tapa. Agarrando o cabelo castanho de Raki com força, ele o puxou novamente reivindicando sua boca, mordendo os lábios carnudos com vontade antes de enfiar sua língua ansiosa na outra boca.
Raki gemeu e deixou Seijin fazer o que quisesse, levando um susto quando sentiu uma das grandes mãos do outro espalmarem seu traseiro.
– Seijin...! – Gritou Raki.
– Retribuição, Raki. – Riu Seijin rolando-os na cama novamente e rapidamente saindo de cima de Raki, girando-o na cama e deixando-o de bruços. Olhando o traseiro arredondado e branquinho que tinha uma marca de seus dedos perfeitamente visíveis, Seijin gemeu antes de dar o mesmo tratamento ao outro lado do traseiro, continuando com os tapas até o traseiro de Raki estar todo vermelho.
Raki estava surpreso por não estar desgostando daquilo, seu traseiro ardia por causa dos tapas, mas ele sentia prazer naquilo, prazer que logo só aumentou quando Seijin parou o que estava fazendo e passou a lamber e beijar seu traseiro.
– Seijin...? – Inquiriu Raki, virando a cabeça para olhar o maior.
– Você me deixa maluco, pequeno. – Murmurou Seijin agarrando os dois lados da bunda do menor e abrindo-as enquanto sua língua começava a explorar o meio de Raki em uma preparação sensual e lenta, seus dedos logo se juntado a língua quando Raki gritou e se abriu mais, dando toda a liberdade que ele precisava para fazer o que bem quisesse, a constatação disso quase o deixando maluco de vontade de possuí-lo logo.
Seijin não foi carinhoso ou lento na preparação. Estava no auge da excitação depois de ter ouvido Raki gemer e gritar daquele jeito enquanto ele o estapeava. Rapidamente, ele alargou Raki e obrigando-o empinar o traseiro, penetrou-o em uma única estocada. Ia fundo, mordendo os lábios tão fortemente na tentativa de evitar chegar ao auge que os cortou, sentindo o gosto ferroso de sangue que se misturava ao gosto de Raki em sua boca, o que apenas o deixou mais insano.
Raki gritou apertando sua passagem, seu mundo rodando com a mistura de dor e prazer e sem nem mesmo ser tocado, ele chegou ao auge.
– Nossa! Já gozou, pequeno? – Caçoou Seijin começando a mover-se lentamente no canal ondulante de Raki. – Mas não se preocupe que vou fazer você ir ao céu novamente em instantes.
– Então... Leve-me ... Se puder. – Ofegou Raki.
E Seijin fez. Não demorou muito e Raki estava duro de novo, empinando-se e movendo-se de forma intensa com o outro, seus corpos suados e escorregadios se chocando com cada vez mais força e rapidez.
– Seijin... Eu vou...
– Mmmnnn... – gemeu Seijin, colando sua barriga às costas de Raki, aproximando-se da orelha dele e mordiscando-a. – Então venha, Raki... Goze para mim de novo enquanto grita o nome do seu homem.
Raki estremeceu, captando a prepotência de Seijin, contudo não estava em condições de discutir e entregue, fez o que foi ordenado. Gritando o nome de Seijin, ele novamente gozou, só não desabado na cama porque o maior o manteve na mesma posição enquanto o estocava ainda mais rápido.
– Raki... – Rosnou Seijin, abaixando a cabeça e cravando seus dentes no ombro de Raki enquanto gozava, despejando-se profundamente dentro do menor, marcando-o como seu, e finalmente deixando-se cair na cama em cima do menor.
– Meu... – Rosnou Seijin.
– Convencido. – Murmurou Raki.
– Verdade? Nem percebi. – Debochou Seijin com um sorriso.
–Sim, mas você tem razão. Sou seu. Você me capturou, mesmo sendo um homem, seu velho pervertido.
– E isso realmente importa para você? Digo, o fato de eu ser um homem e também ser nove anos mais velho que você?
– Você acha que se isso realmente me incomodasse eu estaria aqui? – Inquiriu Raki.
– Você tem razão. – Concordou Seijin, abrindo ainda mais o sorriso.
– Mas se tem algo que me incomoda é o fato de eu ter me apaixonado tão facilmente por você. – Sussurrou Raki, porém Seijin ouviu perfeitamente.
– Então acho que eu deveria estar mais incomodado ainda, pois me apaixonei por você no minuto que te vi, Raki. Amo-te, você vai ser meu namorado agora?
– Também te amo, Seijin, e sim, inferno... Não tem como eu não ser o seu namorado.
Seijin sorriu satisfeito. Seus planos tinham dado certo e agora aquele garoto irritadinho era todo dele e se dependesse dele, seria para sempre.
Flashback off
Raki sorriu com a lembrança de como havia conhecido e se apaixonado por Seijin. Lembrando-se que no dia seguinte ao início do namoro dos dois, ele tinha feito um verdadeiro interrogatória a Seijin sobre Jolly e seu “envolvimento” com o namorado, mas Seijin como sempre conseguiu fugir das suas perguntas facilmente. Ele sempre conseguia o que queria de Raki.
– Ele realmente soube como me vencer. – Murmurou Raki. – Mas foi um jogo sujo. – Completou enquanto beliscava as bochechas de Seijin.
– Au... Você precisa mesmo me acordar sempre assim, Raki? – Rosnou Seijin irritado.
– Sim. Eu gosto de judiar um pouco de você. – Falou Raki. - Ainda mais depois de certas lembranças.
– Que lembranças? – Perguntou Seijin curioso.
– Nosso primeiro encontro e o início do nosso namoro. – Respondeu Raki. - Você foi muito cruel comigo naquela época, lembra-se?
– Nunca vou esquecer o momento em que te vi pela primeira vez, Raki. - Murmurou Seijin vendo Raki suspirar e se jogar em cima de seu peito. - Algo errado, pequeno?
Raki sorriu com o apelido que Seijin matinha até hoje, antes de suspirar novamente.
– Só estava pensando... Estamos há tanto tempo juntos. Quase seis anos já e acho que talvez esteja na hora de mudar um pouco as coisas.
– O quê? – Inquiriu Seijin seriamente enquanto sentava-se na cama, obrigando Raki a se erguer e olhar para ele. – Cansou-se de mim por caso? Está querendo me dizer que quer terminar?
– Você deixaria se eu quisesse? – Questionou Raki.
– Não. – Falou Seriamente Seijin.
– Que bom, porque eu também não quero. –Ditou Raki vendo Seijin sorrir e relaxar novamente. Mas Raki ainda não tinha acabado e usando a atenção adquirida com a conversa, continuou: - Quero que nossa relação evolua, Seijin.
Seijin abriu um sorriso cínico e olhou nos olhos de Raki com diversão brilhando em seu olhar.
– Você está me dizendo que quer casar, pequeno?
Raki corou, porém não desviou o olhar enquanto balançava a cabeça em confirmação.
– Sim, quero me casar e ter filhos, e como nenhum de nós dois é Tal Neo como Hatsu, estava pensando em adotar. – Falou de uma única vez Raki, atento a reação do amante. - Vai fazer o que eu quero?
– E tem alguma coisa que você peça que eu não faça, Raki? – Murmurou Seijin antes de mover o corpo e se esticar para alcançar o criado mudo, retirando uma caixinha de dentro e abrindo-a. – E não é como se eu não pretendesse te pedir para passar o resto de sua vida comigo e juntos construirmos uma família.
Raki sorriu sem tirar os olhos da pequena caixa, pensando em como Seijin sempre estava um passo a sua frente e era exatamente por aquilo que ele odiava e amava tanto aquele o homem, o homem com o qual muito em breve ele construiria uma família.
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A aposta
FanfictionA Aposta fanfiction.com.br Hatsu Ominaga é um estudante de direito e jovem Tal Neo, um tipo especial de homem que pode engravidar que tem sua grande chance ao receber a oportunidade de estagiar com um renomado professor em um polêmico caso: o de Dan...