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A Aposta — Capítulo 13 — capítulo 14

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Hatsu abriu os olhos, sentindo-se desnorteado. Sua visão estava embaçada e tudo ao seu redor parecia girar. Dando um curto suspiro ele fechou novamente os olhos só para reabri-los novamente depois de alguns minutos - podendo enfim focalizar-, vendo três pessoas ao seu redor, todas usando roupas brancas e máscaras hospitalares que fizeram o rapaz se exaltar ao imaginar que estava em um hospital.

Mas o quê?! – Falou o ruivo tentando se erguer, sendo impedido por uma das pessoas, naquele que parecia um quarto, que o segurou gentilmente pelo ombro.
– Tudo bem, Hatsu. – Falou o homem que segurava o ruivo pelos ombros delicadamente, impedindo-o de se erguer. – Que bom que acordou, mas fique deitado mais um pouquinho, estamos terminando os exames. – Completou, retirando a máscara e tentando sorrir de forma a tranquilizar o Ominaga.
Hatsu demorou apenas um segundo para reconhecer o homem frente a si quando ele retirou a máscara hospitalar. Era um dos trigêmeos que ele conheceu na estufa a primeira vez que esteve na mansão Nostrade e, reparando bem, ele viu que os outros presentes na sala eram os outros dois irmãos.
– Como assim vocês estão fazendo exames em mim? Você e seus irmãos não são apenas jardineiros e cozinheiros da casa? – Perguntou Hatsu alarmado. - E onde exatamente eu estou? Pareceu-me um hospital quando acordei, mas... – Hatsu hesitou, olhando ao redor. O local que ele estava era mais luxuoso e sofisticado que qualquer quarto de hospital que ele tivesse visto; fora que a presença daqueles homens ali era estanha. – Onde estou exatamente?
– Todos nós exercemos uma segunda ou até terceira função dentro da família Nostrade, Hatsu. – Falou Tatsuo, o gêmeo que havia impedido o ruivo de se levantar e que ainda segurava-o pelos ombros. – Os empregados da família tem que ter... Humm... Como devo dizer? Tem que ter mais de uma habilidade e utilidade. Eu sou enfermeiro, além de ajudante do Cheff da casa e também lido com informações digitais, popularmente falando, sou um hacker.
– Acho que você não deveria estar abrindo a boca assim, Tatsuo. – Falou Toshi, o mais mal humorado dos três irmãos, de forma séria.
– Que isso, Toshi. Hatsu aqui já é praticamente da família. – Falou Totsou, o outro gêmeo, também retirando a máscara e sorrindo.
– Na verdade, Toshi está zangado porque a outra habilidade dele não é bem o que ele queria. Toshi queria ser médico como Totsou, mas como tem medo de sangue é só nosso ajudante em casos que não envolvam sangue, além de rastreador e jardineiro oficial da família. – Disse Tatsuo com uma gargalhada, fazendo Toshi fuzilá-lo com o olhar. – E por último, mas não menos importante, temos Totsou que é médico, além de trabalhar no jardim também às vezes.
– Onde eu estou? – Perguntou Hatsu novamente para Tatsuo, que não parava de falar. – O que aconteceu?
– Está na mansão Nostrade ainda, em uma ala especial. Vamos dizer que os membros da família feridos em algum trabalho não podem ir a hospitais convencionais sem serem “incomodados” pela polícia, por isso na mansão tem esse lugar onde eles podem vir caso estejam machucados.
– Um hospital ilegal dentro da mansão? – Resmungou Hatsu. – Como não pensei nisso. Mas porque exatamente estou aqui?
– Você desmaiou no banheiro. – Falou Totsou. – Deu um baita susto no nosso chefe que te achou inconsciente com um frasco de calmantes na mão, ele achou que você tinha tentado se matar.
– Mas eu não tomei nenhum comprimido. – Falou Hatsu confuso. – Devo ter desmaiado de fraqueza já que não tenho comido e dormido muito bem nas últimas semanas.
– Sim, foi o que constatamos. Não tinha nenhum traço do calmante no seu organismo, mas você está um pouco desnutrido, precisa se cuidar melhor. Se não por você, talvez, então pelo bebê.
Hatsu arregalou os olhos enquanto se sentava rapidamente, evitando assim se engasgar com a própria saliva.
– Que bebê? – Gritou o Ominaga.
– Ah! Então você não sabia mesmo, não é? A senhora Hysteria estava certa então. – Falou Totsou. – Foi ela que desconfiou que talvez o seu “problema” fosse uma gravidez assim que descartamos a ideia de suicídio. Quando confirmamos a gravidez e Dante se mostrou nervoso, esbravejando contra você por não ter lhe contado, foi ela que também falou que provavelmente você nem sabia que estava grávido. A senhora Nostrade mais uma vez estava certa.
– E... Como Dante reagiu a... Notícia? – Perguntou Hatsu hesitante, porém se os gêmeos perceberam o estado de espírito de Hatsu não se preocuparam.
– Ele pirou, cara. Parecia que ia matar todo mundo a sua volta. Dante ficou realmente irritado, afinal, ele sempre deixou claro que não queria nada que o prendesse a ninguém. – Falou Toshi despreocupadamente, não vendo o pânico que nublou os olhos de Hatsu. – Mas acho que ele já recuperou e está bem feliz.
Hatsu tinha parado de ouvir quando o outro falou que o Nostrade tinha ficado irritado. O próprio Dante já tinha falado muitas vezes que não queria compromisso de nenhum tipo. Foi com pavor que se lembrou do moreno dizendo que nunca permitiria ser preso a alguém, que destruiria qualquer um que tentasse acabar com a sua “liberdade”.
Dante iria acabar com ele. Talvez o fizesse abortar ou o matasse, afinal, o Nostrade já tinha mostrado que era um homem cruel e não tinha nada realmente a perder enquanto ele tinha tudo. – Pensou Hatsu, o pânico inundando sua mente e coração.
– Terminamos os exames. – Falou Totsou. – Acho melhor irmos chamar os Nostrade, eles devem estar ansiosos para falar com você, Hatsu.
Hatsu que tinha se fechado em seu próprio mundo por um segundo, voltou a si ao ouvir aquelas palavras. Ele não poderia permitir que Dante fizesse algo a ele, não agora que tinha algo a proteger. Tinha que fugir e tinha que ser agora. O ruivo viu sua chance de escapar quando Toshi saiu dizendo que iria chamar Dante. Olhando para os lados ele avaliou o quarto calmamente, vendo quais eram suas opções de fuga.
– Tenho que fugir. – Murmurou afoito enquanto se erguia da cama de hospital em que estava deitado.
– O quê? – Perguntou Tatsuo, ficando surpreso quando foi empurrado com força, indo ao chão, batendo a cabeça com força e ficando um pouco desnorteado. Rapidamente Hatsu correu, porém ainda tinha um empecilho em seu caminho, Totsou.
– Hatsu, pare! Você não deveria... – Começou Totsou a falar, mas Hatsu não deu atenção. No seu desespero de fugir e movido pela adrenalina do momento, ele pegou a primeira coisa que viu para tirar o outro da frente, que nada mais era do que um suporte de soro que ele acertou com tudo contra a cabeça do outro. Sem ver o dano causado em Totsou ele correu, correu para fora daquele quarto e se tudo desse certo para bem longe daquela família.
A família Nostrade estava em polvorosa com a nova notícia. Jogados no sofá da sala, com garrafas de champanhe na mesa e taças em suas mãos todos sorriam e comemoravam. Hysteria orgulhosa estava ao telefone, contando a todos da família que seria avó, enquanto Hokuro dava conselhos ao filho que não conseguia tirar o sorriso que adornava seu rosto desde que o choque inicial à notícia da gravidez havia passado.
Depois de todo pavor ao pensar que Hatsu tivesse tentado se matar, aquela notícia era no mínimo interessante. Dante nunca quis se prender a ninguém, porém quando pensava que teria um filho com Hatsu não conseguia deixar de se sentir feliz e um tanto realizado.
– Meu filho, você entende que agora as coisas mudarão, não é mesmo? – Falou Hokuro a Dante. – Com isso você e aquele rapaz terão um laço eterno.
– Claro que sei pai, mas aposto que certo ruivo não vai pensar assim. O que me faz pensar que seria uma ótima ideia prendê-lo em uma das nossas ilhas até que o nosso filho nasça, para o bem dele e do nosso filho. – Falou Dante pensativo.
– Nem pense nisso, Dante Nostrade. – Falou Hysteria, desligando o telefone com uma expressão irada. –Hatsu vai permanecer aqui, se você não quer, eu quero cuidar do meu terceiro filho.
Dante e Hokuro ergueram a sobrancelha antes de darem uma gargalhada. De todos, Hysteria era a mais animada com tudo e já tinha adotado Hatsu como seu filho e nessa animação toda, eles se esqueciam de pensar o que a peça principal daquilo tudo estaria achando da situação.
Seijin e Raki que também comemoravam com a família sorriam, mesmo que discretamente com toda aquela empolgação. Sorriso que se desmanchou quando o telefone tocou e Seijin foi obrigado a interromper a comemoração da família.
– Aham... Dante. - Falou Seijin fechando o celular e olhando seriamente para o moreno, que ergueu a sobrancelha com o tom usado pelo outro.
– Problemas? – Perguntou Hysteria tranquilamente.
– Parece que Hatsu fugiu. – Falou Seijin, um pouco sem graça.
– Como assim? – Perguntaram os três membros da família Nostrade ao mesmo tempo enquanto Seijin repetia a notícia. Depois de ouvi-lo, Hokuro, Hysteria e Dante levantaram-se em um pulo, saindo apressados para a ala médica da mansão, encontrando os trigêmeos no meio do caminho. Toshi que tinha saído para chamar Dante havia retornado ao quarto ao receber um telefonema de Tatsuo para tentar cercar Hatsu, porém o rapaz foi mais rápido e já havia desaparecido.
– O que vocês fizeram? – Perguntou Dante irado, agarrando o primeiro dos gêmeos que viu e que era Tatsuo, prensando-o contra a parede com força e agressividade.
– Dante... Não temos tempo para isso. – Falou Hokuro, fazendo o filho soltar Tatsuo. – O que aconteceu?
– Ele acordou e nós contamos o que tinha acontecido. – Falou Toshi. - Como à senhora Hysteria tinha previsto nem ele mesmo sabia sobre a gravidez. Ele pareceu reagir bem à notícia, mas...
– De repente, ele pirou. Empurrou-me, e atacou Totsou com o suporte de soro e fugiu. – Completou Tatsuo, enquanto os Nostrade pareciam reparar somente agora no estado de Totsou que estava com a cabeça enfaixada e as roupas sujas de sangue.
– Vamos alertar todos os empregados, não sei o que pode estar passando na mente dele para ter feito isso, mas as terras envoltas da casa, principalmente agora que está escurecendo, são perigosas. Temos de achá-lo antes que algum animal ache. - Falou Hokuro em forma de ordem.
– Você quer dizer que temos que achá-lo antes que seja devorado pelos lobos. – externou Dante o medo da família.
Então, na mansão uma verdadeira caçada humana tinha início. Com Seijin, Raki, os trigêmeos, Dante, Hokuro e até Hysteria e mais alguns outros empregados da casa, todos procuravam em todos os lugares, chamando pelo nome de Hatsu mesmo que duvidassem que ele respondesse.
Hatsu não conseguia conter o pavor. Ele não sabia para onde ir. Toda vez que escutava seu nome ser chamado, saia do lugar onde estava escondido e ia para outro, esperando a noite cair para ele poder tentar sair da propriedade dos Nostrade sem ser visto. Seus pés descalços já estavam doendo e ele começava a sentir frio com o sumiço do sol e a noite que chegava, porém continuou sua fuga alucinada, pensando onde deveria se esconder até que ele viu a estufa. Suspirando de alívio ele entrou cautelosamente, escondendo-se em meio ao vasto roseiral, finalmente sentando e descansando suas pernas cansadas, torcendo para ninguém achá-lo ali, pensando no que faria depois, porém o pânico que ainda o dominava não deixava que pensasse com clareza.
Foi Totsou que reparou na porta meio aberta da estufa quando estava passando por ali. Olhando com atenção, conseguiu ver marcas de pés no chão de terra do lugar. Discretamente, ele mandou uma mensagem para todos que estavam buscando Hatsu e Dante que estava mais perto foi o primeiro a aparecer. Pedindo silêncio com o dedo para o moreno que veio correndo, totalmente desalinhado, com o corpo e cabelos molhados de suor, Totsou quase não conseguiu conter a gargalhada ao ver o chefe tão agitado por causa de um pequeno e terrível garoto fujão.
– Acho que ele está ali dentro. – Falou Totsou baixinho. – Vamos ser discretos e entrar, e se ele for esperto deve estar no meio ou no final do roseiral.
Dante concordou, entrando na estufa, vendo Totsou fazer o mesmo só que do lado oposto ao seu.
E foi Totsou o primeiro a ver Hatsu todo encolhido, exatamente no meio do roseiral. Querendo evitar que o rapaz se machucasse em meio aos espinhos, ele achou melhor chamar a atenção dele do que entrar ali e tentar tirá-lo do local a força.
– Hatsu...
Hatsu que estava encolhido desajeitadamente no chão por causa do frio, quase adormecido devido ao cansaço tanto físico quanto mental, ergueu rapidamente a cabeça quando ouviu seu nome ser chamado, levantando-se em um pulo quando viu Totsou.
Totsou ofegou quando viu aquelas esferas vermelhas e apavoradas, que eram os olhos de Hatsu, se direcionarem a ele, percebendo todo o pânico seja lá do que Hatsu estivesse sentindo.
– Hatsu... O que está fazendo? Você deveria estar descansando e não correndo por aí. – Falou Totsou com um sorriso.
– Eu não... – Começou Hatsu trêmulo, vendo a cabeça enfaixada do outro e o sangue que manchava o jaleco branco que o médico usava, sentindo-se terrivelmente culpado e ainda mais temeroso.
– Hatsu, pare de bobeira e vamos para casa. – Falou Dante, assustando Hatsu.
A voz de Dante soou como um trovão ao Ominaga que virou a cabeça tão rápido para trás que sentiu o pescoço doer. Assim que viu a expressão furiosa do Nostrade sequer pensou, apenas correu não se importando com os arranhões causados pelas rosas, tudo que ele pensava era que tinha que fugir. Como era pequeno e rápido conseguiu chegar à porta da estufa sem ser alcançado por Dante ou Totsou, porém assim que chegou a mesma notou que pessoas se aproximavam da estufa e, agindo por extinto, pegou uma vassoura já atacando Seijin que entrava no lugar.
– Segure-o! – Gritou Dante a Seijin que, surpreendido pelo ataque inesperado, teve o ombro acertado pela vassoura, contudo, conseguiu desviar de um novo ataque e tirar o objeto das mãos do ruivo; e o segurou, mesmo que no processo tenha sido arranhado por Hatsu.
– Fiquem longe de mim! – Gritou Hatsu histérico, debatendo-se e tentando se soltar dos braços de Seijin, que estava surpreso com a força que um homem pequeno como o ruivo tinha.
– Hatsu... Está tudo bem. – Falou Totsou, tentando acalmá-lo.
– Não... Não está! Eu quero, não, eu tenho que fugir, tenho que ir embora daqui! – Continuou gritando o rapaz, chamando a atenção de todos para a estufa.
Dante sabia que no estado do ruivo não adiantaria argumentar, mesmo assim tentou se aproximar, vendo surpreso o ruivo se exaltar ainda mais nos braços de Seijin quando tentou tocá-lo.
– Não, não Dante! – Gritou Hatsu se debatendo. – Não me machuque, por favor.
– Hatsu... Para com isso, eu não... – Tentou falar Dante.
– Não mate meu filho! Eu juro que sumo da sua vida, mas não o mate. Não me mate! – Gritou Hatsu.
– O quê? – Perguntou Dante, arregalando os olhos.
– Não nos mate... Eu sei que você não queria esse filho, que está zangado, mas não nos mate. – Repetiu o rapaz.
A família do moreno que havia chegado à estufa há pouco escutava os gritos desesperados de Hatsu com incredulidade, vendo o estado do rapaz pelo vidro e, enfim, entendendo as atitudes de Hatsu. O rapaz estava pensando que Dante iria querer se livrar do bebê.
– Hatsu, eu não vou fazer isso. – Rosnou Dante, porém Hatsu não escutava mais, continuava a gritar e se debater desesperado.
– Dante, segure o braço dele. – Falou Tatsuo, percebendo que naquele momento tentar conversar com o ruivo seria inútil, enquanto retirava uma seringa que havia preparado com calmante para em caso de necessidade.
Dante fez o que foi pedido e junto a Seijin segurou direito o ruivo, vendo Toshi aplicar algo nele, suspirando aliviado quando paulatinamente Hatsu caiu no mundo da inconsciência provocada pelo sedativo.
***
Quando Hatsu acordou novamente algumas horas depois a primeira coisa que pensou foi que estava faminto, antes de finalmente se lembrar de tudo que havia acontecido e se erguer rapidamente, assustando Hysteria que cochilava em uma poltrona ao seu lado.
Vendo o pânico que começava a nublar os olhos do garoto, Hysteria se aproximou calmamente, sentando-se ao lado de Hatsu.
– Calma, querido, ninguém vai fazer nada a você e ao bebê. – Disse ela abraçando o ruivo, percebendo que mesmo trêmulo Hatsu relaxou em seus braços.
– Mesmo? – Perguntou o ruivo de forma hesitante.
– Mesmo. Estamos muito felizes com a sua gravidez, querido, todos nós e ninguém está te culpando pela sua reação anterior, entendemos porque agiu daquela maneira... Acho que agiria exatamente assim em seu lugar.
– Entendemos, mas você exagerou. – Falou Dante bufando enquanto entrava no quarto junto com o pai. – Poderia ao menos ter esperado para conversar comigo.
– E você queria que eu pensasse o que depois que Toshi falou que você ficou zangado quando descobriu sobre a gravidez?! – Ditou Hatsu.
Vou matar Totshi. – pensou Dante antes de abrir um sorriso e responder:
– Claro que eu estava zangado! A gente usou camisinha em todas às vezes, porra! Como isso aconteceu? Só fiquei confuso, mas isso não significa que iria matá-los.
– Usou camisinha todas às vezes uma ova, seu otário! – Gritou Hatsu, assustando a todos com sua rápida mudança de humor. – Na primeira vez que me comeu você não se preocupou com isso. Eu que depois tomei providências para evitar uma gravidez, mas parece que foi inútil. – completou Hatsu, ficando vermelho de vergonha ao ver as expressões surpresas dos pais do moreno e do próprio Dante.
– Não adiantar mais discutir como aconteceu, afinal, já é um fato concreto, agora é aceitar. – Falou Hokuro como a voz da razão em meio a toda aquela loucura, mas quase não contendo a gargalhada de diversão pela reação de Hatsu, vendo que seu filho teria problemas com aquele garoto que, aos poucos, estava mostrando que não era nenhum pouco bobo mais sim inteligente e audacioso.
Hatsu abaixou os ombros em derrota, enquanto Dante abria o sorriso.
– Agora que você voltou ao seu estado normal, vamos comemorar. Mandei preparar um jantar com tudo que você tem direito, Hatsu.
– Eu não... – Começou a dizer o ruivo quando ouviu sua barriga roncar e corou um pouco.
– Vamos que o meu filho precisa ser alimentado. – Falou o moreno e para surpresa geral, aproximou-se da cama pegando Hatsu no colo.
O ruivo não protestou, estava cansado demais para isso, porém agradeceu mentalmente por estar limpo e não estar mais vestido naquelas constrangedoras roupas de hospital e sim em um folgado pijama enquanto era levado para o andar de baixo da mansão, pensando em tudo que tinha acontecido e tudo que estava por vir, mas o pior de tudo com certeza era saber que querendo ou não a partir de agora estava ligado irremediavelmente à família Nostrade. Agora mais do que nunca estava preso a Dante, para sempre.

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