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A Aposta — Capítulo 7 — capítulo 8

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Em minutos, Oliver Campbell e Hokuro Nostrade chegaram ao hospital em que Hatsu estava. Tinham ido de helicóptero por insistência do Nostrade. Oliver ficou surpreso com a rapidez com que tudo acontecia estando ao lado daquele homem, porém ficou feliz por essa rapidez quando assim que pousaram foram cercados por uma junta de cerca de cinco médicos que os esperavam para informar o estado de Hatsu Ominaga.

Então... – Falou Hokuro Nostrade, exigindo saber se suas ordens tinham sido cumpridas, se os exames do ruivo tinham sido feitos, se ele estava no melhor quarto do hospital.
– Todos os exames já foram feitos como ordenado. – Falou o médico mais velho dentre o grupo. – Não tem nenhum dano grave no cérebro como podemos ver na ressonância, apenas um pequeno inchaço que está cedendo rapidamente. Esperamos que ele esteja acordado em breve.
Hokuro deu um sorriso de lado satisfeito, enquanto Oliver dava um pequeno suspiro de alívio e sem que reparassem, já estava em frente ao quarto de Hatsu.
– Mas ele está bem machucado. – Oliver ouviu o mesmo médico dizer, tinha voltado a prestar atenção nos médicos depois de uma breve e hesitante olhada para a porta do quarto. - Algumas costelas fraturadas, pulso trincado e vários hematomas pelo corpo, mas nenhum dano interno ocorreu. Uma verdadeira sorte, considerando-se a surra que ele levou.
Eu não diria que isso foi sorte. – Pensou Campbell quando a porta do quarto foi aberta e ele viu seu sempre tão enérgico aluno ali deitado naquela cama de hospital tão pálido, parecendo tão frágil, ficando chocado ao se aproximar e ver o rosto outrora belo todo inchado e cheio de hematomas tão feios que estavam de uma tonalidade quase preta, os braços de Hatsu estavam em igual estado em alguns pontos e Oliver só podia imaginar como estaria o resto do corpo do menino, que estavam cobertos pela roupa hospitalar e um fino lençol.
– Vou falar com a avó dele. – Ditou Campbell antes de dar meia volta e sair sem mais coragem de encarar o rapaz, enquanto pensava se não seria ele o causador daquilo tudo ao ter escolhido Hatsu como seu assistente, afinal, ele tinha mais inimigos do que poderia contar nos seus dedos.
– Vão com ele. – Ordenou Hokuro, que ainda estava na porta do quarto, aos médicos e quando eles finalmente se foram ele entrou no quarto, aproximando-se da cama, balançando a cabeça em negativa, imaginando o que o seu filho faria com quem machucou aquele rapaz tão frágil daquela maneira.
Drew se levantou em um pulo do sofá da sala de espera quando viu Oliver e mais uns três médicos virem em sua direção. Agatha que viu a reação do loiro também se levantou, olhando para frente e se deparando com os médicos e com o homem de terno amassado, expressão séria e sombria que se aproximava.
– Oliver. – Falou Drew, quando o homem estava a sua frente.
– Como ele está? – Perguntou Agatha aflita, ignorando qualquer tipo de apresentação, no momento só queria saber de Hatsu. Quando os médicos repetiram tudo que haviam dito a Campbell e Hokuro minutos atrás, a ruiva sentiu como se um grande aperto houvesse deixado seu coração. Lágrimas de felicidade automaticamente começaram a rolar por seus olhos verdes, enquanto aliviada se jogava nos braços de Drew, que suspirava tranquilizado com um sorriso no rosto. – Eu quero vê-lo. - Ditou a mulher.
– Sim, claro. – Respondeu um dos médicos. – Mas somente a senhora, por enquanto. – Falou, deixando Drew decepcionado.
Agatha olhou para o loiro que assentiu e murmurou que o próximo seria ele, enquanto via a ruiva junto dos médicos se distanciarem.
– Como conseguiu resolver as coisas tão rápido? – Perguntou Drew a Oliver quando eles estavam sozinhos.
– Não fui eu, Drew... Não fui eu.
***
Agatha entrou afoita no quarto, agradecida pelos médicos ficarem do lado de fora, ficando surpresa ao se deparar com alguém sentado na cadeira ao lado da cama do neto, segurando a mão do mesmo enquanto sussurrava alguma coisa ao ruivo adormecido.
– Quem é você? – Perguntou a mulher se aproximando cautelosamente da cama, estreitando os olhos quando o homem se ergueu da cadeira e olhou para ela. Os olhos dourados brilhando sagazes, exibindo um meio sorriso que muitos poderiam considerar simpático, mas para ela era apenas perigoso.
– Sou Hokuro Nostrade, prazer. - Ditou o homem, afastando-se um pouco da cama e se aproximando da mulher ruiva, estendendo a mão para um aperto amigável.
– Agatha Ominaga, avó de Hatsu. – Falou a mulher aceitando a mão que lhe era oferecida, mas não retribuindo o sorriso, olhando com atenção o homem a sua frente, atenção esta logo sendo roubada pelo ruivo deitado na cama. – Oh! Meu Deus, meu menino, o que fizeram com você! – Exclamou a mulher tocando gentilmente o rosto machucado do neto.
Logo Agatha se achava sentada na cadeira que Hokuro antes ocupava quando ela chegou, ficando no quarto, cuidando do neto até um dos médicos informar que o horário de visitas havia acabado.
– Eu não posso ficar? - Perguntou ela, notando surpresa que o Nostrade ainda estava no quarto, sentado em uma poltrona um pouco mais afastada da cama.
– Não, as regras do hospital... - Começou o médico.
– Sim, pode. – Falou Hokuro calando o médico, fazendo Agatha sentir um mal estar. Sabia muito bem que, ao contrário do neto, enxergava o perigo naquele homem só de estar no mesmo ambiente que ele. Em seu íntimo soava um gigantesco alerta de perigo.
Hokuro sorriu para a mulher e saiu do quarto logo atrás do médico, porém Agatha foi atrás, vendo o Nostrade parado conversando com o médico.
– Por que está fazendo isso? Por que está ajudando o meu neto? O que você está ganhando com isso?
–Por quê? – Perguntou Hokuro surpreso enquanto dispensava o médico assustado com um menear de cabeça. – Porque quero oras, gosto do seu neto, podemos dizer assim. – Falou o homem, dando de ombros.
– Não sou tão ingênua para acreditar nisso, tampouco quero ser ingrata, está fazendo muito por Hatsu, mas temo as consequencias desse ato de “bondade”.
– Eu não cobrarei nem um centavo de vocês. Dou a minha palavra. - Disse Hokuro.
– Isso não é um consolo para mim, senhor, porque sinto que não é com dinheiro que nossa dívida com os Nostrade será cobrada. – Falou a mulher antes de virar-se e voltar a entrar no quarto, dando aquela conversa como encerrada.
Hokuro sorriu diante da perspicácia da mulher, pensando que se Hatsu tivesse herdado pelo menos metade da intuição da avó ou pelo menos a personalidade forte, ele seria um advogado perfeito. Ainda com o sorriso, ele começou a se afastar, indo procurar Oliver para terem uma conversa e depois ir para casa, lembrando-se que tinha que contatar o mais rápido possível Dante e contar como estava Hatsu assim como à sua esposa, além de relatar o interessante encontro com a raposa velha e muito inteligente que era a avó dele.
***
Hatsu acordou desnorteado, perguntando-se onde estaria. Demorou menos de um segundo para ele se lembrar de tudo que tinha passado e automaticamente seu corpo dolorido começar a tremer e se agitar enquanto um choro baixo que aos pouco se tornou alto, quase histérico, surgir do fundo de sua garganta, chamando a atenção das enfermeiras que entraram no quarto tentando acalmar o rapaz que se debatia na cama.
– Hatsu! – Gritou Agatha na porta, deixando o copo de café que segurava cair no chão, sabendo que não deveria ter saído do lado do rapaz, porém depois de uma noite em claro velando seu menino, ela precisava de um café pelo menos. Correndo até o neto ela o abraçou, vendo que gradualmente Hatsu se acalmava, deixando que ela o abraçasse com carinho e cuidado por causa dos machucados. – Oh meu querido, sinto muito, muito mesmo.
– V-vovó. – Falou o rapaz com a voz embargada, feliz por poder vê-la novamente, por estar vivo, enquanto lembranças do que tinha acontecido pipocavam em sua mente desnorteada e ele voltava a se agitar, obrigando uma das enfermeiras a dar-lhe um sedativo. Eles ficaram abraçados até que Hatsu voltou a dormir.
– Durma meu menino, dessa vez quando você acordar novamente estarei aqui. - Falou Agatha.
Quando o ruivo acordou novamente, a primeira coisa que viu foi um loiro sorridente sentando ao seu lado na cama, acariciando os seus cabelos ruivos.
– Drew... – Murmurou Hatsu com um singelo sorriso.
– Hummm... Fiquei com ciúmes. – Falou Agatha que estava sentada ao lado da cama do neto em uma cadeira, segurando a mão do mesmo. – Você não sorriu para mim assim quando me viu.
Hatsu olhou a avó que apertava a sua mão e sorriu mais com a cara brava dela, porém logo sua expressão se fechou, alarmando os dois.
– Há quanto tempo estou aqui? - Perguntou Hatsu.
– Três dias, Hatsu. - Respondeu Drew. - Você dormiu um dia inteiro depois do que aconteceu. Ontem acordou na parte da tarde, mas estava muito abalado e agitado que acharam melhor dar-lhe um tranquilizante, que te fez dormir a tarde e noite inteiras, e já é quase noite do terceiro dia agora.
– Você faltou à faculdade, Drew? – Perguntou Hatsu estreitando um pouco os olhos.
– Faltei, tinha de vê-lo. – Respondeu Drew, omitindo ao ruivo que não ia à faculdade desde que o garoto fora atacado e, pensando no ataque, ele queria saber quem havia feito aquilo ao rapaz. – Hatsu... Quem fez isso com você?
Agatha engoliu em seco, esperando que Hatsu dissesse que tinha sido algum inimigo dos Nostrade, para quem sabe assim fazê-lo desistir da ideia de ser advogado ou pelo menos desistir daquele caso, mas quando depois do que pareceu uma eternidade o neto abriu a boca, a resposta que veio não era a que ela esperava.
– Foram Neofóbicos. – Falou Hatsu. – Eu, dentre todos os milhares de Tal Neo que vivem nessa cidade, tive a infelicidade de cruzar com esses malucos. – Completou o ruivo amargo, sentindo mais uma vez na carne o preconceito das pessoas. – Eles me atacaram a troco de nada e quase me mataram, somente por eu ser diferente deles.
– Hatsu... – Falou Agatha vendo toda raiva e dor naqueles olhos vermelhos que não sabiam mentir. – Eles...
– Não! – Disse o rapaz, entendendo só pelo olhar onde sua avó queria chegar. – Eles não me estupraram se quer saber, mas foi só porque eu lutei, vovó, e me recusei a ir com eles. Se não tivesse lutado tanto, eles teriam sim abusado de mim e provavelmente me matado, na verdade nem acredito que consegui escapar vivo.
– Oh! Meu querido... - Falou Agatha, sentindo um nó se formar em sua garganta.
– Devíamos denunciá-los. - Falou Drew se sentindo culpado, impotente. -Você se lembra do rosto deles, não lembra?
– De alguns, do líder principalmente, sei até o nome dele: Jin. Nunca vou me esquecer, mas... Cadê a polícia, Drew? Vocês informaram que eu fui atacado, eles vieram fazer algum exame de corpo de delito? Não, não é mesmo? - Falou o rapaz ao ver a cara desanimada do amigo e da avó. - E sabe por quê? Porque sou um Tal Neo e os Tal Neo não têm direitos nesta cidade. Aqui não somos ninguém. É por isso que quero ser advogado.
– Hatsu... Por favor... – Falou Agatha.
– Vou acabar com essa impunidade, vovó, você vai ver. Esses malditos que fizeram isso comigo vão pagar muito caro. – falou Hatsu, fazendo Agatha e Drew se olharem preocupados. Nunca tinham visto o ingênuo ruivo falar com tanto ódio na voz, se perguntando se por causa daquilo tudo ele iria mudar, não sabendo se Hatsu perderia a inocência, se o trauma afetaria não somente seu corpo, mas também sua mente e coração e o faria se fechar e talvez odiar, coisa que ele nunca foi capaz, nem mesmo quando era criança. Não queriam que o ruivo mudasse, queriam que continuasse a ver o mundo com a pureza de uma criança e não como ele realmente era: sujo e preconceituoso.
***
Raki tinha prestado muita atenção em cada detalhe da conversa no quarto de Hatsu com a escuta que tinha colocado no mesmo, ficando impressionado que aquele ruivinho mostrasse tanta fibra depois de tudo que havia acontecido a ele. Tão impressionado a ponto de afirmar que Hatsu seria um valioso membro para a família Nostrade.
Com um sorriso, ele se ergueu da cama do hotel onde estava instalado e que ficava ao lado do hospital onde o ruivo estava internado, pegando o celular em cima do criado mudo e ligando para Seijin para ele ir buscá-lo. Quando terminou a ligação, começou a juntar suas coisas e em minutos saia do hotel, vendo feliz que o carro esporte do moreno já estava estacionado do outro lado da rua.
– E então? – Perguntou Seijin quando o moreno entrou no carro. Jogando o cigarro que fumava pela janela, ele virou sua cabeça em direção ao outro. Seus olhos frios escondidos por grandes óculos escuros enquanto ele olhava o outro antes de dar partida no carro.
– Ele foi atacado por aquele grupinho nojento que vem se destacado na cidade, aqueles que se intitulam neofóbicos. - Ditou Raki fazendo uma careta. Ele odiava pessoas como aquelas que julgavam as pessoas baseadas em suas diferenças, não no que realmente importava o caráter.
– Humm... Será muito fácil então. Faz tempo que um dos nossos, que é um Tal Neo, está de olho nesse grupo e teremos todas as informações que quisermos em breve. – Falou Seijin retornando a mansão, pois lá estava a fonte de informações que eles precisavam.
– Sim. Fácil demais até, pena que não tem uma recompensa nisso, como geralmente tem, pois seria uma grana ganha praticamente de graça. – Falou Raki tirando sua Katana de um compartimento secreto do carro de Seijin, tirando-a da bainha e tocando a lamina com um sorriso provocador, olhando de esguelha para Seijin que sorriu de forma sensual.
– Mas acho que defender o delicioso Hatsu já é uma bela recompensa. – Falou Seijin vendo a expressão de Raki fechar e ele inesperadamente agarrar o volante, puxando-o com uma mão enquanto levava a katana ao pescoço do moreno com a outra, fazendo-o parar o carro bruscamente no acostamento, sentindo uma fisgada no pescoço quando a lamina o cortou.
– Hatsu é de Dante, nunca mais ouse falar algo assim de novo. - Ditou Raki, com o rosto a milímetros do moreno, tentando ser frio, mas soando apenas irado.
– Sério? – Falou Seijin nem um pouco aborrecido com os atos do outro, como teria ficado se fosse outra pessoa. Tirando delicadamente a espada de seu pescoço machucado, ele moveu um pouco a cabeça alcançando os lábios do outro, passando a língua sobre os lábios de Raki que estremeceu. – Defendendo o tesouro do seu chefe, Raki-kun, ou está apenas com ciúmes de seu amante?
Raki não respondeu. Estreitando os olhos, ele lambeu a ferida no pescoço de Seijin, sentindo gosto forte de ferro do sangue antes de levantar a cabeça e beijar Seijin com força, quase em um desespero, dividindo o gosto de sangue com o outro. O beijo durou até ambos ficarem sem ar.
– Vamos! Está esperando o quê? Temos trabalho a fazer. – falou Raki quando o beijo se encerrou.
Seijin apenas sorriu e deu partida novamente no carro, pensando em como seu adorável amante era ciumento.
Em poucos minutos eles estavam em frente à mansão e logo tinham todas as informações que precisavam. Os Neofóbicos costumavam se encontrar todos os dias no final da tarde em frente ao um galpão, que escondia o carro que eles costumavam usar. Eles usavam o local também como motel e deposito.
Enquanto ordenavam que alguém vigiasse o local, Sejin e Raki ficaram planejando o que iriam fazer, afinal, não poderia haver erros. Dante nunca os perdoaria se houvesse.
– E então? O que descobriram? - Perguntou Hysteria entrando na cozinha com o marido, que era onde Raki e Sejin estavam. Eles tinham acabado de voltar de uma breve visita que tinham feito a Hatsu, a morena ficando decepcionada por não encontrar Agatha, afinal, queria muito conhecer a única mulher, além dela, que enxergou Hokuro do jeito que ele era.
– Descobrimos tudo. - Falou Raki com um sorriso, começando a contar o que sabiam.
– E Dante já sabe? - Perguntou Hokuro quando ele terminou.
– Sim, falamos com o chefe a pouco e nos pediu para mandarmos um presentinho para ele na prisão. Dante quer o líder deles, o tal de Jin que o Hatsu falou que nunca vai esquecer.
– Só espero que esse garoto não apronte algo que o impeça de sair da prisão, agora que falta tão pouco. - Falou Hysteria.
– Não se preocupe Hysteria, nosso filho não é burro, ele sabe o que faz e no lugar dele eu faria o mesmo. - Falou Hokuro. - Raki, Seijin não nos decepcionem. - Falou o patriarca da família antes de se virar e sair.
– Sim, senhor. - Falaram os dois empregados, vendo Hysteria suspirar e seguir o marido.
***
Já era noite quando os primeiros movimentos em frente ao galpão tiveram início. Cinco homens haviam se reunido lá, depois entraram no local só para alguns minutos depois saírem em um cadilac preto.
– Está na hora de agir. – Falou o informante de Seijin e Raki, pelo celular.
Enquanto isso o grupo de Neofóbicos que era o mesmo do ataque a Hatsu estavam se considerando com sorte, mal haviam saído de seu esconderijo e já tinham encontrado uma bela presa. O homem vestido em um terno negro não era o tipo que eles costumavam abordar. Ele tinha um porte físico mais forte e era bem mais alto, contrastando com a maioria dos Tal Neo que eram pequenos e delicados, porém eles sabiam que tinham, sim, Tal Neo mais másculos e aquele homem tinha o rosto tão bonito quanto um Tal Neo. Mas o que interessou mesmo o grupo e os deixou com a certeza que encontrado achado a vítima da noite eram os óculos escuros que o homem usava, entregando o jogo. Somente Tal Neo usavam óculos escuros à noite.
Quando o homem começou a andar, eles passaram a segui-lo com o carro, sentindo-se exultantes quando a sorte mais uma vez sorriu para eles e o homem entrou em uma rua praticamente deserta, onde não tinha uma viva alma, mesmo que não fosse tão tarde.
– Ei, para aí cara... – Falou um dos homens no carro, enquanto o mesmo andava lentamente atrás do homem que parou e se virou para olhá-los.
– Eu? – falou o homem apontando para si mesmo. – O que desejam senhores?
– Tire os óculos. – falou Jin, o líder deles, e o homem que estava ao volante.
– Eu posso até tirar, mas vocês terão que pagar caro por isso. - Ditou o homem.
– Tudo bem, temos muito dinheiro, só tire os óculos. – Falou novamente Jin parecendo irritado, melhor ofendido, ao imaginar que aquele maldito prostituto pensava que ele não tinha dinheiro para pagá-lo.
O Homem sorriu e tirou os óculos, exibindo os olhos negros para o grupo que xingou, porém eles não tiveram muito tempo para outro tipo de reação, pois escutaram um forte barulho e logo uma lâmina atravessava o capô do carro entrando na cabeça de um dos homens que morreu automaticamente. Os outros ocupantes do carro gritaram tentando sair do automóvel, no entanto, não tiveram tempo. Tão rápido como o primeiro ataque o segundo aconteceu, eles viram a lâmina desaparecer e logo surgir de novo, praticamente rasgando o capo do carro, acertando mais dois homens que estavam no banco de trás, matando-os sem dó.
– Jin saiu desesperado do carro enquanto outro homem, esse no banco da frente, também tentava sair, mas não conseguindo abrir a porta enfiou o corpo pela janela, sentindo a lâmina fria em seu pescoço e ficando paralisado.
– Mas o que é...?! – Tentou gritar o homem, virando-se para olhar para cima, contudo, já era tarde demais, em segundos teve sua cabeça decapitada.
Agora o único que sobrava era Jin, o líder dos homofóbicos que estava caído no chão, quase em choque, olhando para o homem que estava em cima do carro balançando a katana para livrá-la de todo sangue.
– O que você é? - Gritou Jin. - Afaste-se de mim, seu mostro! - Completou quando Raki, com um sorriso, passava do capô para frente do carro.
– Eu que sou o monstro? Olha quem fala... O homem que ataca pessoas inocentes por puro prazer. Isso não é engraçado, Sejin?
Jin olhou para o lado, vendo o homem que eles tinham seguido sorrir e concordar com o outro, finalmente entendendo que tinha caído em uma armadilha. Desesperado por sua vida, ele enfiou a mão dentro da jaqueta, pegando uma arma e a apontando para Raki que apenas gargalhou.
– Nem pense nisso. - Falou Seijin antes de disparar uma arma de choque no outro, aquela foi a última coisa que Jin ouviu antes de desmaiar, mas se ele tivesse ouvido o resto da conversa dos homens talvez tivesse escolhido ter morrido naquele momento.
– Como eu disse, muito fácil. – Falou Raki.
Concordando, Seijin pegou o celular e discou para a polícia, denunciando um ataque.
– Dante vai adorar o presente que vamos mandar para ele. – Falou Raki, olhando maldosamente para o rapaz adormecido em meio à poça de sangue do amigo.
– Seu erro garoto foi ter colocado as mãos no que era do nosso chefe. – Falou Seijin, virando as costas ao ouvir o barulho de sirenes. Estava na hora de começar a providenciar as coisas para que o presente de Dante fosse entregue o mais breve possível.

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