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PAULO
— Quer mais vinho?
Talvez meu pedido de uma nova tentativa tivesse chegado bem rápido, o destino fez questão de me trazer até o cenário a qual estou agora, na casa de uma desconhecida, bebendo para tentar esquecer a desgraças da minha ex, que porventura resolveu me trair bem no dia do meu aniversário. Nunca mais quero comemorar.
— Por favor. — Estendi a taça a morena, que voltou a enche-la até a metade.
Não sabia qual era sua história é muito menos seu nome, mas o apartamento estava basicamente vazio. Como tudo era em conceito aberto, era possível ter uma boa visão da cozinha e o quarto, que estava com a cama perfeitamente arrumada. Ao olhar o closet que ficava um pouco ao lado, pude ver várias cruzetas vazias e algumas peças de roupas jogadas pelo chão.
— Você deve estar se perguntando, quem é essa louca e porque ela me chamou para beber? — Ela disse com a voz embargada, como de quem fosse chorar. — Vou te explicar. Eu sou uma artista, eu pinto quadros igual Van Gogh, e um dia eu me apaixonei por um cara a qual eu estava preste a me casa.
Ela se esparramou no sofá, encarando o teto e segurando a garrafa de vinho branco na mão, a repousando sobre sua própria barriga.
— Sempre vou àquela mesma praça para pintar e volto para casa no final do dia, sentindo-me realizada por ter tudo, ou quase tudo. — Suspirou e a olhei com mais atenção. — Hoje não foi diferente, mas eu senti que deveria voltar para casa e quanto chego aqui, puf! — Virou outro gole na boca — O desgraçado estava fodendo a minha vizinha de quatro, na merda da minha cama.
— Eu sinto muito. — Murmuro baixo, vendo ela me olhar. — Acreditaria de eu dissesse que acabai de passar por isso?
— Negativo. — Respondeu, e vi uma lágrima escorrer pelo cantinho de seus olhos negros. — Mas me conta sua história.
Suspirei fundo e fiz o mesmo que ela, me esparramando no sofá que eu estava e olhando para o teto, tentando não chorar outra vez.
— Eu me apaixonei pela pessoa errada. — Respondo, a vendo sentar-se curiosa. — Delaila, parecia ser alguém diferente das outras, mas hoje quando eu finalmente tomei coragem de pedi-la em casamento, ela me deu um presente e tanto de aniversário.
— É seu aniversário? — Questionou preocupada e assenti. — Eu sinto muito. — Murmurou culpada.
— Não é culpa sua. — Digo. — Ela e o meu irmão, estavam me metendo chifre a um mês e agora, eu vou ser a chacota da família que eu nem sei se quero participar mais.
A moça suspirou fundo e veio em minha direção, sentando na mesinha de centro e de frente para mim. Fiz o mesmo, sentando no sofá e de frente para ela, analisando mais ainda seu rosto que no momento em que nós conhecemos, estava perto do meu, causando uma vontade de beija-la naquele mesmo instante.
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Tudo e todas as coisas ━━ One Short
Fanfiction✽+†+✽ ━━ "Não custa nada imaginar" Aqui é onde podemos ser criativas (os), com a nossa imaginação e desejos. Escrever longue Fics é bom, mas os love shots dão um gostinho de quero mais. Então, aqui escreverei tantos os seus desejos quando os meus, q...