Tentativas ━━ Paulo Dyballa

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➵ onde Margô descobre uma traição vinda de seu noivo e conhece Dyballa.

MARGÔ

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MARGÔ

— Mamãe, posso comer algodão doce?

Uma criança no parque perguntou a sua progenitora, que lhe deu uma resposta positiva, me causando um sorriso. Era fácil pintar em ambientes abertos, adorava ir ao parque que tinha pertinho de casa, onde morei com meu noivo por alguns anos, a quem depositava total confiança e amor.

E ele a quebrou, jogando tudo o que um dia eu construí para que a gente fosse feliz, ou ao menos tentássemos viver felizes.

Logo senti meu queixo tremer, sabendo que jamais conseguiria conter outra vez as lágrimas, que escorregavam de meus olhos com total liberdade. Olhei para a tela em branco a minha frente, vendo que ela estava incompleta já que sempre começas a pintura na pracinha, e sempre terminava em casa para que meu noivo aprovasse minha ideia.

Dessa vez foi diferente, eu mal comecei a tela e achei que poderia esta ficando ridícula, e como uma inocente eu voltei em casa, chegando lá, dando de cara com sapatos que não eram meus e ouvido alguns ruídos conhecidos por mim.

Meu coração apertou no mesmo segundo que caminhei alguns passos e vi a cena que me fez querer ser cega por alguns segundos.

A minha digníssima vizinha, estava sendo muito bem fodida de quatro pelo meu homem que me pediu em casamento, em uma das viagens mais inesquecíveis da minha vida, com um anel que agora parecia queimar na minha pele. Lembraria das palavras, por toda a eternidade.

— Eu te amo, minha menina. — Disse ele já ajoelhado a minha frente. — Casa comigo e me faça o homem mais feliz do mundo, faça esse Leonardo o melhor homem para você.

Não conseguia entender como esse homem dizia ser apaixonado por mim, era o mesmo que se deliciava com a intimidade da vizinha em nossa cama, onde tantas vezes transamos como todo casal.

Eu não disse alguma palavra, penas cocei a garganta e vi eles se separarem em um susto, Leonardo de preto, ficou branco e a mulher permaneceu intacta, apenas olhando confusa a mim e a ele.

— Meus parabéns. — Falei, olhando para ele, mantendo a força para não desabar ali. — Você tem uma hora para sair do meu apartamento, e sumir da minha vida.

Após isso, sai do apartamento e voltei a praça, sentando-me em um dos panos que sempre levava para cobrir o chão que eu sentava. Já fazia mais de uma hora que eu estava ali, o céu demonstrando o fim da tarde alegava isso, mas eu não queria voltar para casa, e muito menos voltar a uma realidade onde eu estaria sozinha, com a fama de chifruda entre meus familiares.

— Ótimo destino, poderia piorar? — Questiono, enxugando o rosto e começando a reunir as minhas coisas.

— Dia infernal, dia infernal. — Ouvi alguém praguejar e logo sem seguida, senti esta mesma pessoa, cair sobre mim, ficando face a face comigo.

Acho que por conta do susto, o rapaz — muito bonito, aliás — permaneceu com a expressão séria e assustada no rosto, dono de olhos claros e um perfume que provavelmente eu esqueceria. Mesmo aquilo sendo constrangedor, queria que ele permanecesse ali, queria dar o troco em Leonardo.

Eu seria capaz até de transar com anele desconhecido e postar uma foto em minhas redes sociais, apenas para mostrar que ele ter me traído.

— Me desculpa. — Sussurrou em um pedido, permanecendo o olhar no meu. — Não vi que você estava no caminho.

— Tudo bem. — Respondo, e o vejo tentar levantar, me fazendo puxa-lo por reflexo. — Eu sei que somos dois estranho, mas você quer beber comigo, no meu apartamento?

— Porque faríamos isso?

— Porque se não eu vou me jogar de um viaduto. — Minto e o vejo arregalar os olhos, me fazendo sorrir um pouco. — É brincadeira mas por favor, bebê comigo.

O rapaz que ainda estava com o corpo sobre o meu, ponderou por alguns segundos, mantendo o contanto visual.

— Eu não tenho nada melhor para fazer mesmo.

to be continued...

**
É HORA DE PARA COM A PALHAÇADA
RESPEITA A SUA NAMORADA!

— marilia mendonça

Tudo e todas as coisas ━━ One ShortOnde histórias criam vida. Descubra agora