Why Always Me? - Severus Snape/Carlisle Cullen.

Capítulo 01: Reflexões e ataque.

Tobias Snape estava deitado em sua cama sozinho pela primeira vez em 16 anos e ele nunca se sentiu tão só, ele nem sabia como dizer ou entrar em contato com seu filho para lhe informar que Eileen havia falecido bem quando eles finalmente se acertaram, foi tão repentino, tão... Tão injusto.

Ele sabe que não foi um bom marido, muito menos um bom pai, principalmente devido a bebida que ele não conseguia largar desde que tinha quinze anos, ele só percebeu que estava ruim tarde demais, quando descobriu no ano passado que sua esposa tinha câncer, Eileen não quis contar a Severus, mas ele sabia que seu filho era inteligente demais para não notar que sua própria mãe estava doente.

Eileen se definhou sem nem que ele percebesse, e ele se odiava por isso, ele sempre, sempre a amou mais do que tudo em sua vida, mas a bebida o fazia se esquecer que tinha uma família, uma esposa incrível e um filho mais ainda, ele se lembra que teve uma época em que ele havia se esquecido de como era beber, Severus tinha por volta de seis ou sete anos, ele não se lembra de muita coisa daquela época, mas, foi quando Severus teve sua primeira explosão de magia acidental.

Ele ficou com medo, claro que ficou, seu filho era um bruxo! Ele fugiu aquele dia, e acabou encontrando alguns de seus colegas de trabalho, eles lhe ofereceram uma bebida, e ele aceitou, depois disso, era tudo um borrão de memórias.

Tobias só se lembra que acordou no sofá naquele dia, sua mão estava manchada de sangue e sua esposa e filho estavam muito machucados. Aquela foi a única e última vez que ele levantou a mão para qualquer um deles, ele tem certeza. Das outras vezes, ele conseguiu se controlar muito melhor, pois ele se lembra de gritar, empurrar e sair para beber mais, porém, quando descobriu no ano passado que sua esposa estava morrendo, e ela estava escondendo isso dele, foi um choque tremendo.

Foi como sair de um transe que ele estava submetido a anos sem que ele percebesse.

Severus estava na Escola na Escócia com seus amigos bruxos e ele estava em casa sozinho, Eileen havia saído, dizendo que iria fazer compra com o pouco dinheiro que ela havia conseguido cuidando da menina Breace mais velha de 10 anos, filha dos vizinhos ao lado, ele havia acabado de chegar do trabalho da fábrica e dado mais dinheiro a ela, e pegou uma garrafa de whisky, ele foi direto para seu quarto, assim que se sentou na cama, ele notou que haviam alguns papéis que ele sempre via nos últimos meses e sempre ignorava, a garrafa estava quase vazia, então ele decidiu deixar aquilo de lado e pegou os papéis pensando que eram contas da casa.

Porém, ele se lembrou que já havia pagado as contas do mês e dado dinheiro à esposa para a compra do mês, ele então abriu os papéis e começou a ler, ele sentiu a garrafa deslizar de sua mão e os papéis caírem tudo muito lentamente.

Ele a confrontou assim que ela chegou cheia de sacolas e ele finalmente percebeu como ela parecia fraca, abatida e triste, foi como... Foi como se afogar no desespero, ele nunca se sentiu tão estúpido e um completo monstro quando a viu pela primeira vez em anos sem estar bêbado.

Tobias fugiu de novo naquele mesmo dia, e ele nunca chorou tanto como naquele dia, ele se sentiu péssimo consigo mesmo, um péssimo pai, um péssimo marido, um ser humano péssimo, ele foi para o bar, mas não conseguiu beber nada, ele ficou com nojo de si mesmo, ele ficou em um hotel naquela noite e na manhã seguinte, acabou entrando no piloto automático, quando deu por si, ele já estava em casa logo depois do trabalho, a casa estava limpa, a comida feita e Eileen surpresa por ele estar em casa, sóbrio.

Naquele dia, eles conversaram pela primeira vez em anos como duas pessoas civilizadas enquanto jantavam, eles não brigaram durante toda a semana e ele não bebeu um pingo de álcool desde então, ele foi na próxima consulta com Eileen e ambos receberam a pior notícia que acabou mais ainda com ele, Eileen estava com câncer no cérebro, um tumor do tamanho de um limão, e era muito avançado para começar qualquer tratamento, não podia mais correr o risco de uma cirurgia.