— Sachs, o cabelereiro já está pronto! – Andreah olhou para Miranda que logo se pôs em pé.
Miranda segue pelo corredor da revista com seu caminhar imponente, logo atrás vem senhorita Sachs com uma das sobrancelhas elevada, observando o quão sensual é o caminhar da sua chefe. Miranda se sente observada e caminha ainda mais provocativa.
Elas entram na sala do August, ele não esconde a cara de terror ao avistar os cabelos da Sachs. Andreah acena desconfiada para ele e Miranda sorrir quase que imperceptível.
— O que vamos fazer nesse cabelo? – Ele questiona a Miranda, como se Sachs fosse um objeto inanimado.
— Eu não quero nada muito tão longe da minha identidade. – Sachs se impõe.
— E qual é a sua identidade? Um suéter horrendo, um par de sapatos e saia que pediu emprestado da sua avó? – Miranda ironiza.
— A identidade de alguém que mais além de roupas caras e um penteado bonito. E sim, eu usaria sem problemas roupas da minha avó, caso ainda existisse.
O August olha para Sachs com as duas sobrancelhas arqueadas, mas logo finge não ouvir Andreah. Ele gira a cadeira e manda ela se sentar. Miranda aproxima dos dois e toca nos cabelos da garota, e então olha para o espelho, recebe o reflexo do olhar castanho da senhorita Sachs. Andreah sorrir para Miranda, que vacila ao retribuir o sorriso. É como se elas gostassem de se alfinetarem.
Então a mulher começa a dizer para o homem como ela gostaria e como cairia bem e combinaria com o tipo de rosto da jovem, Sachs escuta atentamente as instruções da mais velha fascinada e aprovando tudo o que a mulher falava.
Quando Miranda mais uma vez pega nos cabelos da jovem assistente, os dedos da mais velha resvala a nuca da jovem, fazendo ela se arrepiar, mais uma vez elas se olham e Sachs ordinariamente morde o lábio, comprimindo os olhos enquanto encara a mulher. Miranda por questão de segundos se ver desconsertada, sua respiração dificultosa e um inquietação incomum entre as pernas lhe invadir.
— Quando tiver pronto, mande Emily avisar. – A de cabelos brancos profere após um pigarreio.
Miranda voltada para sua sala. Senta em sua cadeira e a gira para a janela como se não tivesse tanta coisa para fazer. A mulher pensa sobre as reações que a Sachs vem causando nela. Miranda não é tola, Miranda sabe muito bem o que significa cada reação que teve e como curte a maneira rebelde que a assistente às vezes se porta.
— Só pode ser piada. – Ela sussurra com um sorriso de canto.
É claro que vem em sua mente o quão jovem a garota atrevida é. É claro que vem a mente uma retrospectiva da sua pacata vida sexual, claro que vem a mente a crise existencial principalmente pela diferença de idade.
Mas, espera aí, a Sachs quem começou com o flerte, foi a Sachs quem disparou o gatilho do vale na mente da de cabelos nevoados, é a Sachs que é culpada por alimentar essas reações no corpo da mais velha.
Então Miranda faz o que sabe fazer de melhor, ela gira a cadeira para frente e volta ao seu trabalho a todo vapor.
