Pesadelo.

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OLIVIA

Gritei vendo o sangue se esvair do corpo de minha mãe. Eu implorava pra que fosse mentira.
Vi ele vindo em minha direção e peguei meu filho no colo, corri como uma louca até chegar no carro. Ouvi disparos em nossa direção e liguei o motor saindo o mais depressa possível dali.
Cheguei numa delegacia ainda em prantos e expliquei oque houve, o delegado mandou duas viaturas a procura daquele homem.

Meia hora se passou e ele foi encontrado se livrando da arma.
Os policiais o trouxerem e arrastavam ele pra dentro, o mesmo quando me viu sorriu diabólico dizendo que me mataria.

Pulei da cama assustada e ofegante, tentei me estabilizar pois tinha sido apenas um sonho, não um sonho qualquer, é claro, e sim a lembrança daquele dia infeliz. Eu sonhava com isso bem mais do que eu queria.

Suspirei tirando aquela camisola suada e fui para o banheiro, me aprontei em vinte minutos e fui pro quarto do Dylan, separei a roupa dele e o troquei ainda dormindo.

Coloquei oque a creche pedia na mochila e fui pra cozinha. Fiz o lanche, coloquei frutas, um suco e também um bolinho de chocolate, fechei a lancheira e fui pro carro. Coloquei tudo lá e voltei, peguei o Dylan e o deixei em sua cadeirinha, prendi o cinto, depois fechei a porta.

Quarenta minutos depois, eu já havia deixado meu filho na creche e estava no meu trabalho.
Vesti meu avental e fui atender os clientes da cafeteria.

— Bom dia, oque a senhora gostaria de tomar ? — Anotei o pedido de uma senhora e de mais uma mesa, mandei pra cozinha e fiquei no balcão preparando apenas os cafés.
Suspirei olhando as horas, hoje o dia vai ser longo.


LOGAN


Acordei cedo como em todos os outros dias, fiz a barba e tomei um banho, vesti um conjunto de moletom e lembrei que hoje eu tinha que fazer algumas compras pra casa.
Eu odiava profundamente sair daqui, mas minha irmã me ligou dizendo que não conseguiria vir hoje.

Desci as escadas e abri o armário, fechei outra vez odiando minha existência, porque Deus, eu tinha que esquecer que o café acabou também ?.

— Merda....— Bufei e fui pra garagem, abri a porta da oficina e entrei no carro, liguei pra algumas pessoas adiando a entrega dos automóveis consertados e sai de casa, apertando o botão no controle da porta automática.

Passei no mercado comprando tudo oque faltava em meus armários e depois de pagar resolvi passar numa cafeteria aqui perto.

Entrei no estabelecimento e fui até o balcão, vi um rosto familiar, aquela mulher morava há poucos metros da minha casa, eu tinha visto ela com um garotinho algumas vezes caminhando pela rua.

Seus cabelos estavam presos pela touca higiênica mas com um pouco de esforço me lembrei, eles eram castanhos e cacheados, as vezes definidos, as vezes mais abertos.
Sua pele tão negra e reluzente quanto a minha, olhos estreitos e delicados, muito bonitos, um tom de castanho claro predominava as íris. Os lábios bem preenchidos e aparentemente hidratados deixam o rosto pequeno ainda mais completo.
Se não me falha a memória, o garoto que sempre estava com ela era uma miniatura da mesma, muito parecido.

— Bom dia...— Eu já estava ali há uns minutos e ela não reparou.

— Me desculpa, senhor, eu...eu estava um pouco distraída, por favor me desculpe....Bem vindo a: Coffe Express, o que o senhor gostaria de tomar hoje ? — Deslizou o cardápio que estava no balcão até mim.

— Veneno....— Ela arregalou os olhos. — Pra começar, gostaria que não me chamasse mais de senhor — Ela concordou e eu abri passando rapidamente os olhos pelo menu. — Quero café puro e um expresso, nos maiores copos que você tiver aí —

Sonhos PerdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora