Capítulo 16

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                Haruki Pov

Enquanto preparava algumas ervas para servir ao Hyo para a próxima vez que visitá-lo, ouvia o calmo som da cachoeira ao meu redor.

Gostava de trabalhar enquanto sou movido com os sons da água se colidindo às rochas. Os pássaros cantando. O gentil toque do vento em meu rosto, brincando com meus longos cabelos. As companhia das borboletas que sobrevoam sobre meu corpo, aproveitando a brisa entre as folhas das árvores, que nos protegia do sol.

Era um dia bom. Então dediquei meu tempo ao Hyo. Enquanto pegava algumas ervas que cultivava em volta da cachoeira, cantarolava uma melodia que normalmente toco em minha flauta, o que aparentemente agradava às borboletas ao meu redor. As borboletas me amam, e eu as amo em dobro.

Juntava as ervas em minhas mãos para que não escapem com o vento, então as levava até o pilão de pedra que trouxe comigo, o que auxiliava a moer as ervas, fazendo uma espécie de pó. (Ervas mEEEEEEDICINAAAIS)

Escrevia a receita em meu livro, onde escrevo cada remédio natural. Dava algumas pinceladas no tinteiro, então anotava tudo que continha no pilão.

Eu havia feito uma mesa de pedra justamente para ocasiões como essa. Diria que esse canto alguns quilômetros loge do templo é o meu refúgio.

Estava tudo bem, até que eu começo a girar as ervas com o socador de pedra, começando a esfarelá-las lentamente. Com o baixo barulho do socador se colidindo com a pedra do pilão, minhas orelhas se levantam em alerta após sentir uma presença atrás de mim, entre as folhas.

Levantei minhas caudas, sentindo a aura forte do suposto ser escondido.

- Mostre-se. - Ordenei, com a voz firme enquanto me imobilizo em defesa.

- Não há... Motivos para... se armar. - Uma voz grave e ofegante me respondeu.

O proprietário de tal voz se revelou. Era um ser grande e robusto, com a pele avermelhada um grande nariz. Tinha longos cabelos pretos e seu corpo estava com algumas poucas cicatrizes. O Tengu usara somente sem quimono caído por suas pernas, preso em seu quadril, juntamente à suas calças.

Seu cheiro era familiar. Um odor que adentrava minhas narinas, o que fazia meu nariz arder. É o mesmo cheiro de estava preso em Hyo quando desmaiado. Provavelmente o tal Tengu teve sua forma de reencarnar.

- Você... - Meus dentes se cerraram assim que o Tengu saiu da copa das árvores, porém disfarcei minha raiva para que ele não a sinta.

- Ora, outro animalzinho desprevenido. - O Tengu disse, me provocando.

- Não há essa história de "Outro". Se ele fosse desprevinido, não precisaria reencarnar por culpa dele. - Eu disse ainda no mesmo tom, começando a andar em uma rota circular em volta do Tengu.

- Está falando do Nekomata? Você o conhece, raposinha? - Perguntou o Tengu, me seguindo com os olhos.

- Oh, sim. Eu o conheço muito bem. - Peguei meu pilão de ervas, ainda com o conteúdo dentro. - Não gostei nada do que você o fez. Você mereceu a morte que teve.

- Nada disso foi culpa minha. - Ele permaneceu. - Tudo isso foi porque ele declarou a luta.

O Tengu tentava fazer minha cabeça de várias formas.

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⏰ Última atualização: Dec 01, 2021 ⏰

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