My Dear Neko

Capítulo 11

Hyo pov

10 dias depois, à noite.

Eu acordo de madrugada após um pesadelo. Então eu me sento na beira da cama e encaro a janela na frente da cama.

Eu vou até a escrivaninha da mestra e então me sento para apreciar as estrelas, enquanto me lembro de alguns momentos marcantes que eu fazia quando a lua estava exatamente dese jeito.

Flashback on

Eu estava aos meus 16 anos, Elise tinha saído de casa e então eu aproveitei pra sair um pouco também.

Eu corro pelo pasto da Fazenda de Elise enquanto pego alguns vagalumes que iluminavam o lugar.

Um dos vagalumes voam pra longe de mim e então eu corro atrás dele. Eu me acabo tropeçando e machucando feio, algo que não era normal, já que eu tenho bastante agilidade pra simplesmente tropeçar em alguma coisa.

Eu olho pra trás, no lugar que eu tropecei e vejo um volume de terra, que só o cheiro fazia meu nariz arder.

Eu acho que é algo que o cachorro da Elise tenha enterrado.

Eu tiro aquela terra do caminho para me prevenir que eu não me machuque novamente e então um corpo podre de um gato preto é revelado. Ele estava com seus órgãos expostos, mas não parecia ter sido enterrado a tanto tempo.

Eu fico assustado com isso, mas eu levo minha mão até o a cabeça do gatinho, o acariciando.

Eu levanto dois dos meus dedos e levanto minha mão pra cima. O gato morto rapidamente se levanta, obedecendo meus gestos.

Eu sorrio alegremente com isso, então eu volto a correr pelo pasto acompanhado com o gato zumbi, que seguia meus comandos para pegar vagalumes também.

A Elise nunca soube desse gato, mas eu brincava com ele toda noite que ela saía.

Flashback off

Eu sorrio enquanto me lembro do meu amigo. Então olho para a mestra e o Kai dormindo tranquilamente na cama.

Eu pego uma folha de papel da mestra e uma caneta. Eu escrevo um bilhete pra ela saber que eu vou dar uma "caminhada" noturna pra respirar um pouco.

Eu deixo o bilhete debaixo do celular dela, então pulo a janela e caio de pé no quintal da mestra. Eu corro até a rua e então ando pelas ruas, enquanto me relembro no caos que eu fazia quando era criança na minha antiga cidade.

Eu costumava ser literalmente um yokai, junto com o meu irmão. Eu vivia pregando peças nos humanos... tipo, revivendo os entes queridos deles e fazendo-os visitar no meio da madrugada. Eu fazia vários zumbis pegando fogo saírem vagando pelas duas de manhã. Eu queimava a casa dos humanos que me maltratavam e então usava o corpo deles para dançar comigo, uma dança de ritual.

Eu suspiro e então coloco meus braços atrás da nuca. Eu vou até o cemitério e pulo o muro de lá. Eu começo a verificar alguns túmulos, eu me sento em cima de uma casinha e então encaro o cemitério inteiro, pensando em quem seria minha vítima.

Talvez... o Dasmond?

Eu sorrio perverso e então começo a procurar por túmulos da família Comerio.