(19h58)
Por alguma razão, na tarde em que Draco voltou para a Mansão Malfoy, ele estava mais exausto do que o normal.
Ele não entendia completamente por que Theo teve que ir procurá-lo na Irlanda mais cedo, quando ele alugou seu quarto de hotel por quatro dias e quase nenhum dia havia passado. Ele sabia que houve uma tentativa de entrada em Nurmengard; Contudo, Draco não via como isso poderia ter algo a ver com ele. Sim, se fosse necessário implementar soluções, eles precisariam do seu voto no Wizengamot, mas nenhuma reunião ainda havia sido convocada. Rodolphus simplesmente encontrou ele e Theo na fronteira e gentilmente os acompanhou de volta à mansão, informando-o que sua presença ali era necessária devido aos rebeldes que queriam penetrar na prisão mágica, e porque aquele dia era a transferência dos traidores que foram amontoados em St. Mungos para Azkaban.
Com essas explicações vagas, havia algo que não combinava com Draco.
Nos últimos tempos ele estava se sentindo assim – como se algo não estivesse certo. Mas aquele dia foi demais. A começar pelo fato de se encontrar num nível de exaustão que não tinha razão, já que quase não tinha feito nenhum esforço no dia anterior. E porque, novamente, ele estava experimentando aquela sensação de vazio. Como se sua mente fosse incapaz de reter certas coisas.
Se Draco relembrasse a noite passada, desde o momento em que olhou para o medalhão com a foto de seus pais, ele não se lembrava de ter ido dormir ou de ter acordado em uma cadeira. Na verdade, ele quase não tinha lembranças daquela manhã, embora pensasse ter tido pesadelos: pessoas conversando, um homem pedindo para ele não morrer e um entorpecimento por todo o corpo. Mas fora isso, ele não se lembrava de ter acordado, nem tinha certeza de em que momento deixou Theo entrar no quarto.
Delirantemente, Draco acreditava que dormir o ajudaria.
E ainda assim, quando ele acordou porque as proteções da mansão estavam tremendo, as lacunas em sua memória ainda estavam lá e o cansaço também.
Foi assim inúmeras vezes nos últimos tempos.
Draco se levantou, fazendo uma careta, enquanto decidia tomar uma poção revitalizante. Não é como se ele pudesse fazer muito mais.
Caminhando até o salão principal, depois que um elfo foi explicar o que estava acontecendo, Draco começou a colocar o distintivo em seu peito, porque isso era protocolo, e porque - bem, isso lembraria à mulher quem ele era, de fato caso ela quisesse repetir uma cena como da última vez.
Draco abriu a porta do salão principal e olhou fixamente para o centro.
— Pansy — ele cumprimentou.
Pansy se virou em sua direção. Seu rosto, diferente da maioria dos rostos que Draco tinha visto naqueles meses, não refletia o cansaço que a guerra estava trazendo para suas vidas. Pansy parecia a mesma da vez em que tentou convencê-lo a realizar uma cerimônia para Narcissa, ela parecia a mesma do dia em que brigaram, e ela parecia a mesma da última vez que esteve na mansão visitando Theo sobre a bomba.
Draco fez uma careta.
— Você está uma merda — disse ela, depois de encará-lo por um longo tempo.
Draco não respondeu, fechando a porta para caminhar em direção a uma das poltronas. Ele não tinha ideia do que diabos ela queria, mas se fosse a reconciliação, ela já tinha começado mal. Além disso, Draco não tinha certeza se queria se reconciliar com ela. Certificar-se de que ela ainda estava sã e salva, mas longe, era mais que suficiente.
— Sente-se — respondeu ele, apontando para uma cadeira ao lado da lareira onde Rodolphus estava sentado quando ele veio falar com ele meses antes.
— Não será necessário. É breve.
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Desolación | Drarry
FanfictionHarry Potter estava morto. A guerra acabou. Todo o Mundo Mágico estava finalmente sob o regime de Voldemort. E Draco Malfoy fazia parte do círculo mais interno do Lorde das Trevas. Oito anos após a Batalha de Hogwarts, e com a aparição repentina de...