— O que está acontecendo?
Weasley – que, Draco presumiu, fazia parte do grupo que saiu para o mundo trouxa naquela tarde – foi mancando até Harry quando ele falou com ele. Seu rosto formou uma careta de dor e preocupação. Draco se perguntou se esta era a primeira vez que ele saía em missão desde que sua perna havia acontecido. Se fosse esse o caso, isso ficou evidente.
— Quando estávamos voltando de Londres, ouvimos um alarme; seu som é monumental. Os Comensais da Morte nas ruas estão mobilizando os Purificadores para longe das aldeias — explicou Weasley agitadamente e Draco se forçou a olhar para sua Marca, mas ela não estava queimando. Ele não entendia. — Não se sabe para onde eles estão indo, mas estão abandonando seus postos. Ninguém tem ideia do que está acontecendo e acho que temos de agir agora. Astoria diz que pode ver as memórias de Lucius antes de irmos para a Mansão Potter.
Draco sentiu como se tivesse sido subitamente transportado de volta à realidade. O quarto de Harry, os sorrisos e o calor já haviam ficado para trás. Há uma eternidade. E agora ele estava sendo arrastado de volta ao mundo real, o cruel e terrível.
Astoria veria a mente de seu pai.
Isso significava... que seria a última vez que Draco falaria com ele.
— Está tudo bem. — Harry deu um tapinha no braço de Ron e olhou para Draco com uma pergunta no rosto, mas Draco não disse nada. — Não houve outro problema?
— Não. Tive um pouco de dificuldade para aparatar, mas tirei a prótese e o problema foi resolvido. Achei que tinha quase me partido, companheiro. Não foi nada agradável...
Draco ouviu Harry e Weasley trocarem mais algumas palavras, palavras às quais ele não prestou atenção. Então, ele e Monstro os levaram para a sala onde Astoria deveria estar. Harry explicou calmamente que esta excursão ao mundo trouxa era, em parte, para comprar a prótese de alta tecnologia para Ron. Astoria ajudou-os a ultrapassar as barreiras com o seu dispositivo.
Uma vez dentro da sala, descobriram a mulher em questão sentada na cadeira do meio e seu pai numa cadeira à sua frente. Draco deveria ter se consolado porque o que quer que eles fizessem aconteceria em algum lugar mais confortável do que uma masmorra, mas teve o efeito oposto. Se eles estivessem lá, significava que não viam sentido em manter o pai lá. Ele não era perigoso.
Ele não faria nada para escapar.
— Olá, Astoria — Draco disse calmamente, tentando não olhar muito nos olhos perdidos de Lucius.
— Olá, Draco.
Astoria estava uma bagunça. Draco percebeu que desde que a conheceu, ele nunca a tinha visto assim. Ela estava nervosa, todo mundo estava. Astoria sacrificou sua liberdade para servir a Ordem, ajudar as crianças e derrubar o Lorde das Trevas. Não poderia ter sido uma situação fácil que ela estava vivenciando, e isso ficou evidente.
— Seus pais estão bem. Sua família está bem — Draco relatou, e era visível a forma como o corpo de Astoria relaxou, observando-o com olhos azuis esperançosos. — Daphne ordenou que eu dissesse a você que ela a amava. Que ela a amava, não importava o que acontecesse.
Os olhos de Astoria se encheram de lágrimas, e tanto Harry quanto Draco tiveram de dar a ela alguns minutos para se recuperar. Era inevitável que Draco se perguntasse se Daphne já havia dito à irmã o quanto a amava nos anos anteriores. Se ela havia dito a ela alguma vez desde a morte de Elizabeth.
Astoria respirou fundo e voltou sua atenção para Lucius. Era injusto que ela não conseguisse ter tempo para processar tudo o que havia acontecido com ele, mas eles estavam no meio de uma guerra, e a guerra não era justa.
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Desolación | Drarry
FanfictionHarry Potter estava morto. A guerra acabou. Todo o Mundo Mágico estava finalmente sob o regime de Voldemort. E Draco Malfoy fazia parte do círculo mais interno do Lorde das Trevas. Oito anos após a Batalha de Hogwarts, e com a aparição repentina de...