Capítulo 45: Conversas

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Draco não se incomodou em voltar para a mansão, sua ansiedade para ver Harry era demais.

E se ele o tivesse machucado?

E se ele o tivesse machucado além da recuperação?

Theo também estava lá quando aparatou fora da base, ambos cobertos de sangue, suor e cinzas. Theo estava se abraçando olhando para frente, e Draco queria abraçá-lo por causa de quão frágil ele parecia... mas ele mal conseguia ficar de pé sozinho. Draco não queria arriscar quebrar os dois.

— Ela está morta — foi a primeira e única coisa que Theo disse, antes de o portão se abrir.

Por pelo menos meio minuto, seu mundo pareceu parar. A frase não fazia sentido em sua cabeça.

Draco sentiu sua respiração ficar presa em algum lugar da boca e se virou para Theo, que estava tão sério como sempre. No entanto, isso não parecia natural. Ele se parecia muito com Theo após a explosão em Godric's Hollow. Aquele que foi após a morte de seus pais. Uma máscara. Eles eram feitos de máscaras.

— O quê? — Draco perguntou, o terror subindo em seu sangue enquanto ele o seguia pelo labirinto. — Quem?

Quem? Quem perdemos agora?

Theo não respondeu, e Draco teve que juntar as peças sozinho.

Não demorou muito para ele encontrar uma resposta.

O Ministério havia caído, todos que ficaram lá morreram. Theo estava abalado, tremendo, e Draco não imaginou a falha em sua voz. Ela está morta.

Três palavras que Draco ouviu mais do que queria.

E elas só poderiam se referir a uma pessoa.

Pansy estava morta.

Ninguém veio resgatá-la, ele não foi resgatá-la do jeito que prometeu fazer. Pansy estava nas masmorras, e a porra do prédio inteiro devia ter caído sobre ela. Pansy estava morta, e Blaise também, e Draco não podia fazer nada a respeito. Talvez ela tenha esperado por ele, talvez ela tenha chamado o nome de Draco, e ele... ele nem sequer pensou nela.

Pansy estava morta.

E eu prometi salvá-la.

Draco quase correu os últimos passos do labirinto, a vontade de encontrar Harry coçando sua pele. Harry provavelmente não saberia o que fazer, provavelmente estaria exausto e infeliz como fica depois de cada batalha, mas eles ficariam infelizes juntos e Draco precisava dele agora como precisava respirar.

Mas no início do labirinto não havia ninguém além de Luna Lovegood.

— Você está viva — ela ouviu, e logo Theo a apertou nos braços.

— Theo.

Draco deu-lhes uma rápida olhada e continuou seu caminho com o resto. Harry havia aberto a porta, então ele devia estar ali, devia estar em algum lugar, provavelmente cansado de ajudar, mas ali, atrás daquelas paredes e em segurança...

Respire.

Draco ignorou os olhares perplexos enquanto caminhava pela mansão e ia de porta em porta, olhando através delas e procurando exaustivamente por Harry. Tinha que estar lá, tinha que estar.

Respire.

Ele pensou tê-lo visto, embora apenas o confundisse com um menino de óculos. A cada segundo que passava, o coração de Draco subia até a garganta, e o desespero o fazia querer arrancar o cabelo ou arranhar o rosto. Harry não estar lá nem sequer era uma opção. Ele tinha que estar. Tinha que estar, e tinha que estar tudo bem. Harry havia prometido a ele, dito que sua vida pertencia a ele, e Draco não estava pronto para perdê-lo agora. Nem nunca. Não quando a última coisa que ele fez - a última coisa que disse a ele -

Desolación | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora