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Entrei no meu closet, de banho tomado, barba feita e perfumado. Olhei peça por peça das minhas roupas na intenção de escolher algo mais casual, em vez de um terno preto.

Coloquei uma camiseta preta de algodão com a logo da Dolce Gabbana espalhada pela camisa, uma calça jeans slim cintura média da Dolce Gabbana, um cinto de couro com DG na fivela e um tênis Daymaster com estampa de graffiti, também da Dolce Gabbana.

Me olhei no espelho de corpo inteiro, reparando cada peça do meu look, cada uma custando mais de três mil reais. Peguei o meu celular e as chaves do carro, desci as escadas e fui até a cozinha e peguei uma garrafa d'água.

Saí de casa, ativei o alarme e entrei no elevador, apertei o botão para a garagem. As portas se abriram e eu fui em direção ao carro do meu pai, destravei o veículo e as luzes internas se acenderam, entrei e coloquei o meu cinto, saí da garagem e segui na avenida local.


Cumprimentei o reitor da universidade, entramos juntos no prédio

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Cumprimentei o reitor da universidade, entramos juntos no prédio. Alunos andam pelos longos corredores com as suas roupas de marca falsificada, alguns me encaram, olhando as minhas roupas. Toda a minha família não consegue disfarçar que tem dinheiro, nossas roupas de marca e acessórios de luxo, nos entregam rapidamente.

— Você vai entrar logo após essa música terminar.

Nas caixas de som instaladas no estádio, estão ecoando a música Fever do Tommy Menger. O reitor me deixou atrás da cortina e foi para o palco para anunciar a minha entrada, olhei para o DJ que me encara sem piscar, fui até ele sem desviar o olhar.

— Posso ajudar em algo? — ele franziu o cenho.

— Desculpa, senhor, é que você me lembra um dos alunos no painel de ex-alunos.

— Com toda certeza, eu estou nesse painel, saí dessa faculdade, ano passado. Você está em qual ano?

— Terceiro, senhor.

— Prazer, príncipe do mal. Agora você deve se lembrar.

A pele do garoto ficou pálida e eu dei um sorriso de canto de boca, segui para frente da cortina quando o reitor me chamou. Aplausos ecoaram por todo o ginásio, o reitor me entregou o microfone e todos os alunos ficaram em silêncio, me olhando fixamente. Dei uma olhada rápida e percebi que alguns alunos estavam gravando.

— Boa noite a todos os alunos e educadores, hoje eu estou aqui representando a Empresas Garcia, sendo a número um no país há mais de oitenta anos e a seis anos atrás minha mãe Alyce Garcia e o meu pai Aaron Garcia, decidiram disponibilizar cem bolsas de estudos por ano. — vi alguns rostos familiares, alunos que me lembro de quando estudei aqui e os bolsistas — Então, muito de vocês não me conhecem, mas alguns me conhecem ou pelas festas que a minha família dá para os bolsistas ou porque estavam estudando aqui quando eu também estava. Para quem não me conhece, eu sou conhecido socialmente com o Luka.

Um vaso de planta caiu no chão, olhei em direção ao barulho, lá estavam os cabelos vermelhos e os olhos azuis, mas por qual motivo ela estaria aqui? Continuei o meu discurso, como se nada tivesse acontecido.

— E outros me conhecem como senhor Garcia e eu queria dizer que estou muito feliz por poder estar dando uma oportunidade para que mais pessoas possam estudar em uma das melhores faculdades do estado. — os olhos azuis me observam atentamente — Eu posso ter nascido com muito dinheiro na minha conta, mas eu nunca tive as coisas na palma da minha mão. Mesmo que muitos de vocês não acreditem, eu tive que estudar e me esforçar e hoje eu sou conhecido por ser uma das pessoas que conseguiu bolsas para entrar nas cem melhores faculdades do Brasil e uma das vinte melhores universidades do mundo. Muita gente fala que o meu dinheiro fez que eu entrasse nessas faculdades, mas meus pais nunca colocaram um centavo na mão de nenhum reitor para eu ganhar essas bolsas.

O reitor limpou a garganta atrás de mim, revirei os olhos por saber que, alguns alunos que estudam na universidade, os seus pais pagaram para que o Roberto conseguisse uma vaga.

— Na faculdade, eu me esforcei e ganhei uma das melhores notas nos cinco anos que estudei aqui e isso me ajudou a conseguir os melhores estágios. Por isso, não importa se você tem dinheiro ou não, se você tem persistência e força de vontade, irá conseguir chegar longe. Então estudem e se esforcem, mas agora vamos curtir a noite e beber bastante.

Todos aplaudiram, coloquei o microfone no suporte e a música Love Me Now de Kygo começou a sair dos alto-falantes das caixas de som. Me aproximei do reitor e passei o meu braço em torno do seu ombro e fomos para trás da cortina.

— Será que posso ver a lista de bolsistas patrocinados pela minha família?

— Claro, venha comigo até a minha sala.

Seguimos pelo longo corredor até a sala do reitor, ele se sentou na sua poltrona atrás da mesa e apontou para a cadeira, me sentei e ele me entregou cinco planilhas com os nomes dos alunos. Olhei as cinco planilhas e nenhuma tinha o nome que eu estava procurando.

— Reitor, tem alguma Kamily estudando nessa universidade?

— Há muitas Camiles nessa universidade.

— Não qualquer Camile, o nome dela se escreve com K no começo e Y no final.

— Só um momento, vou verificar no sistema — ele digitou o nome no iMac —, sim, temos uma Kamily, ela está no primeiro ano de publicidade e tem dezoito anos.

Alguma coisa devia estar errada, ela não pode ter dezoito anos. A Kamily não pode ser sete anos mais nova que eu, ela não deveria estar nessa vida de prostituição.

— Tem alguma foto dela que eu possa ver?

— Claro.

Ele virou a tela do iMac para mim e ali estão os olhos azuis e o cabelo vermelho que está atormentando os meus pensamentos o dia todo. A garota de programa que transei a noite e a madrugada inteira.

— Pode me passar o endereço dela?

— Isso seria uma violação da privacidade dos alunos.

— Tem coisas piores que foram violadas nessa universidade e eu tenho provas de todos os depósitos da sua conta bancária. O senhor nunca deveria pedir para um aluno de administração cuidar da sua conta particular.

— Esse é o endereço dela — ele me entregou um papel com o endereço anotado.

— Foi bom fazer negócios com o senhor.

Saí da sala do reitor e fui direto para o estacionamento, entrei no carro do meu pai e fui para casa. 

Entregue a Você (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora