Entregue a Você (Livro 1)

9

Parei a BMW M8 enfrente a casa da Kamily, atraindo vários olhares. Engoli em seco com medo de ser assaltado, os insulfilm dos vidros são os mais escuros que a lei permite, claro que não são tão escuros, mas dá para manter a minha privacidade. A porta do carona se abriu e o meu coração parou por um instante, mas voltou a bater quando percebi ser apenas Kamily.

— Você não deveria vir nesse bairro com um carro desse.

— Eu sei, mas por enquanto todos os carros na garagem são de quinhentos mil reais para cima. Esse, por exemplo, custa um milhão e não sei quantos.

— Vocês ricos gostam de se ostentar.

— Eu não sei o que é ser rico.

— Como você não sabe? Está vestindo roupas que dão para comprar sete casas no bairro onde eu moro.

— Eu não sei o que é ser rico, eu sou bilionário — ela revirou os olhos.

Entrei na avenida principal. Todo o caminho até o shopping center foi em silêncio. Parei o carro no estacionamento e descemos, travei o carro e dei a volta e segurei a mão de Kamily. Analisei como ela está, um vestido longo branco, um salto branco, brincos simples, nenhum anel, que é uma coisa que terei que resolver também e uma maquiagem básica, parece que estamos indo para uma festa de virada do ano.

— Não gostou das minhas roupas? — sua voz está baixa para que ninguém à nossa volta escute.

— Você está linda.

Não posso mentir, ela está muito linda, mas as pessoas do quarto piso do shopping, não usam peças de roupas abaixo de três mil reais, sei disso porque sou um deles.

— Primeiro, vamos te transformar em mim.

Dei um beijo no dedo indicador dela e as portas do elevador abriram, o quarto piso do Shopping Frédéric Center é conhecido pelas suas lojas de grife e de luxo, a loja favorita da minha mãe é a butique Heir.

— Aqui em cima é tudo luxuoso?

— Um pouco. — olhei para o lado e localizei a joalheria que eu queria — Primeiro vamos na Vivara comprar uma aliança para nós dois — entramos na Vivara e um atendente veio até nós.

— Bom dia senhores, sou a Laura. Posso ajudar em algo?

— Quero duas alianças de namoro e um solitário para a minha namorada.

— Claro, me acompanhe. — seguimos a mulher pela loja — O senhor já sabe como vai querer as alianças?

— A minha em ouro branco e a da minha namorada em ouro branco com diamante.

— Ok. — a mulher foi para trás do balcão e pegou uma paleta cheia de alianças de ouro branco — Essas são as alianças que temos aqui em ouro branco.

— Amor, qual você quer? — olhei para Kamily que está encarando às alianças.

— Eu que escolho? — ela me encarou.

— Sim, a sua e a minha. — virei para a Laura — Me mostre os seus solitários de ouro branco com mais de cinquenta pontos de diamante.

— Claro, venha comigo.

— Pode escolher a que você achar mais bonita, dinheiro não é problema — sussurrei para Kamily.

Fui até a mulher que colocou outra palheta em cima do balcão, olhei cada solitário, observando os detalhes. Escolhi um solitário ouro amarelo e ouro branco com 71,4 pontos de diamantes. Voltei para onde Kamily está e ela está segurando duas alianças, uma aliança ouro branco true love, quatro milímetros e uma aliança absoluta ouro branco e 161 pontos de diamantes.

Quando eu disse que dinheiro não era problema eu não sabia que ela ia pegar uma aliança de quase trinta mil reais, acredito que depois que o namoro acabar eu vou guardar essas alianças para o meu casamento.

— Essas que você gostou. — ela apenas assentiu — Ok, levarei essas duas também.

— Qual é o tamanho?

— O meu é vinte e sete e o seu amor?

— Dezoito.

— Já providenciarei para os senhores — Laura entrou em uma porta, nos deixando sozinhos.

— Eu não sabia os preços das alianças, não tinha nenhum papel indicando — o rosto dela ficou todo corado.

— Falei que não precisa se preocupar com o dinheiro, então não se preocupe com uma coisa tão pequena.

— O senhor pode me acompanhar até o caixa? 

Laura apareceu segurando uma sacola de papel, segurei a mão da Kamily e seguimos para o caixa. Eu sabia que essa pequena compra ia me arrancar o meu salário desse mês.

— O senhor tem cadastro?

— Martinez Garcia.

A mulher digitou os meus sobrenomes e seus olhos se arregalaram, minhas irmãs e minha mãe gastaram horrores de dinheiro nessa loja, então sempre ganhamos desconto de até quinze por cento.

— Pode digitar a senha, por favor? — digitei a senha do cadastro da minha mãe na maquininha — As alianças e o solitário, ficaram em trinta e sete mil e quinhentos e setenta reais, mas com o cadastro o senhor ganhou descontos de dez por cento. Então o valor final ficou em trinta e três mil, oitocentos e treze.

— Crédito, por favor — peguei o meu cartão Black no meu porta cartão.

— Pronto. — aproximei o cartão da maquininha — Pagamento efetuado, aqui estão as suas compras e a nota fiscal. Volte sempre — ela me entregou a sacola de papel e a nota fiscal.

— Com certeza voltarei.

Com certeza terei que voltar na Vivara para comprar alguns acessórios para a Kamily, mas no momento ficarei só com as alianças. Peguei a caixa do solitário e o retirei, segurei a mão da Kamily e coloquei o anel, peguei a outra caixa e tirei as alianças, deslizei o círculo de ouro, cheio de pedras de diamante no dedo dela e coloquei a outra em mim.

— Agora estamos oficialmente namorando.

— Hum! Kamily abaixou a cabeça.

— Qual é o problema? Pode me contar.

— Eu sei que você falou para eu não me preocupar com o dinheiro, mas quase trinta e quatro mil é muito dinheiro.

— Eu ganho quarenta mil por mês, além dos cachês quando consigo um sócio novo para a empresa do meu pai. — me virei para o lado e avistei a loja da Dior — Vamos entrar ali.

— Não mesmo.

— Vamos, sim — entramos na loja da Gucci em vez de entrar na Dior, uma atendente veio até nós.

— Posso ajudar?

— Sim, quero as melhores roupas, acessórios e saltos para a minha namorada.

— Pode deixar, senhor. Me acompanhe, senhorita.

Fui para os provadores e me sentei no grande sofá de couro branco, Kamily apareceu junto com a atendente, que está segurando um monte de roupas e quatro pares de salto.

Isso será interessante.

A mulher entregou uma calça jeans escura de cintura alta, um cropped branco e um sobretudo para Kamily. Ela me olhou pelo canto de olho e entrou no provador a mulher ficou pegando mais alguns pares de saltos e mais peças de roupa.

Kamily saiu do provador e a roupa caiu muito bem em seu corpo, o meu pau reagiu imediatamente ao seu belo corpo. Cruzei as minhas presas para que a minha ereção não ficasse tão aparente.

— O que acha, Amor? — A última palavra fez o meu coração acelerar.

— Está maravilhosa, só faltou um salto.

— Esse aqui deve combinar — a atendente entregou um salto preto.

— Acredito que um Louboutin ficaria melhor — falei encarando o salto na mão da mulher.

— Suponho que não, senhor, um Louboutin ficaria melhor com esse vestido — a mulher pegou um vestido longo, vermelho com detalhes em dourado.

— Você está certa, esse vestido ficaria melhor com um Louboutin. Amor, coloque os saltos.

— Ok.

Kamily se sentou ao meu lado e a mulher entregou-a os saltos. Ela calçou e ficou em pé na minha frente. Tentei manter o meu pau sobre controle para não deixar a minha lubrificação molhar a minha calça.

— Está linda, amor. Vamos ficar com esse look — olhei para atendente — O vestido agora.

Kamily fez uma careta fofa e pegou o vestido com a mulher e entrou no provador, me deixando ansioso para vê-lo no seu corpo.