Frágil ainda que existindo sob uma infinidade de possibilidades apenas tuas, lindamente tuas.
Eu me pergunto:
O que você escolheu ser?
Que formas decidiu possuir,
Os formatos que tomou.
Essa fragilidade ainda persiste em mim,
Acima de meu existir,
Dentro de meu espírito,
Ao redor de meu coração,
Dilacerado meu todo como necessidade impossível além de desejos supérfluos de paixão.
Eu me pergunto,
Que distância tuas asas voaram,
Quão longe você foi de mim,
Para fora de mim.
Quero reduzir minha carne em algo menos que necessário,
Para não mais me perguntar durante noites de luar,
Quantas luas terei que assistir nascer e morrer até assistir você voar de volta para sua casa em meu coração.
Meu Tsuru,
Vivendo frágil entre minhas mãos machucadas,
Ainda que frágil, não haveria nada mais resiliente que tua forma ainda incompleta,
Ainda impensada, um tanto perdida.
A longevidade que você desperta ecoa em mim,
Meu fogo de vitalidade e devastação.
Quero me reduzir em cinzas,
Que o vento me tome em sopro,
Então me deixe voar até você outra vez.
Por entre minhas mãos, a ti eu sussurro,
Meu Tsuru,
Não deixarei que seja menos do que para ti foi.
Esta chama viva queimará para sempre,
Se tornará o coração do Sol,
Para fazer o deus amarelo sorrir cantarolando teu nome.
Não há fragilidade em teu papel,
Meu Tsuru.
Há apenas você,
Tuas asas abertas,
Tua perfeita completude,
Teu existir maravilhosamente singular.
E eu me pergunto,
Perdido nas sombras da quebra de ondas no oceano furioso em meus olhos,
Para onde você voou,
Que formas tomou.
Tome o que quiser.
As formas que desejar.
Os caminhos que precisar.
O céu que quiser.
Teu existir reside no perfeito, meu bem.
Não há fragilidade em tuas linhas.
Meu para todo sempre amado,
Tsuru.