Se foi você,
Velha chama minha.
Uma vez extinta,
Me foi a razão da nutrição de meu corpo tão vivo,
Iluminando meus caminhos em cada recanto de meu existir perfeitamente imperfeito,
Aquecido cada coração,
Vivo cada espírito,
Tão belo e uniforme,
Necessário,
Vital,
Ousado, queimando para sempre,
Meu grito de mil heróis caídos.
Mas nada posso ver,
Neste frio,
Neste gélido escurecer sem estrelas,
Agora onde noite sem estrelas se faz perpétua,
Devo me perguntar
Para onde foi você,
Chama que de mim nasceu.
Você queimou excessivamente,
Eu me pergunto,
Até nada restar além de cinzas.
Posso notar o ausente oxigênio
Que perpetua tua existência,
Que manipula teu existir,
Moldou tua forma,
Fez teus sonhos,
Desfez teu acontecer.
Oh, Céus,
Está apagado.
O vento te levou,
Mas,
Até que eu te diga: "adeus meu velho amor, devo me deixar te esquecer",
A tudo consumiu,
Tua fúria,
Chama minha,
Era meu sol.
Está escuro,
Está distante,
Gélido,
E tudo desmorona em condições impossíveis,
Ouça o congelar de uma alva antes temperada pela forja de infinito sol.
Ah, Céus.
Mas nunca me senti tão vivo antes.
Deixe queimar.
Eu te encontrei outra vez.
Queimando meu passado,
Incapaz de o deixar esmorecer no abismo do esquecer.
Ainda está lá,
Aquecendo,
Iluminando,
Nutrindo.
Mantendo vivo o que eu queria morto.
Eu te quero de volta,
Viveremos juntos no coração do Sol uma vez mais.
Queimando entre aquele olhar,
Florescendo a cada sorrir.
Deixe queimar,
Chama minha.
Cada
Pequeno
Pedaço
De tudo que é e vir a ser.
Deixe que grite.
Que tudo se torne nada mais que cinzas de mim mesmo.