capítulo vinte e três: coração

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"Então por que não continuamos apenas fingindo como se não temêssemos o que está por vir, ou temêssemos que possa não ter restado nada? Tudo o que peço é: Se essa for a minha última noite com você, me abrace como se eu fosse mais que um amigo. Me dê uma lembrança que eu possa usar. Tome a minha mão enquanto fazemos o que os amantes fazem. É importante como isso irá terminar? E se eu jamais amar de novo?"

All I ask - Adele

[Presente/Louis]

Sou um turbilhão de emoções.

Não sei ao certo como agir ou o que fazer agora. Não sei se deixo que Harry converse com meu pai, não sei se o arrasto daqui para ele não ser machucado. Não sei o que ele dirá ao meu pai, e não sei o que meu pai retrucará a ele.

Eu sou apenas uma bagunça de sentimentos.

Olho para meu pai, enquanto ele encara o rosto de Harry com uma certa repugnância. Sei que ele está com raiva, conheço muito bem esse semblante, mas eu nunca permitirei que Harry dê a cara a tapa de novo, nem por ele, nem por ninguém.

ㅡ Não há o que remediar. ㅡ Meu pai finalmente diz, com o tom de voz firme e seco, como imaginei que diria, e Harry estremece em meus braços. ㅡ O que eu sempre quis, seu pai me tirou. Agora, não há nada mais que possa ser feito.

ㅡ Senhor Tomlinson, por favor... me deixe tentar fazer algo para ajudar vocês.

A voz de Harry sai tão baixa e tão vulnerável, que me quebra por inteiro.

ㅡ Eu só vou ter paz no dia que aquele desgraçado morrer, ou, no dia que eu morrer e encontrar a minha Jay. ㅡ Ele diz firme, mas consigo sentir sua voz vacilar na última parte.

Eu também sinto falta dela pai, e eu também só terei paz no dia que ele pagar por isso, mesmo eu duvidando muito que isso aconteça.

ㅡ Agora saia da porta da minha casa. Vai, xô. ㅡ Ele acena como a mão, como se enxotasse Harry como um cachorro.

ㅡ Pai... ㅡ tento, mas ele ele me interrompe.

ㅡ Você também, Louis. Sai. ㅡ Ele diz me olhando com os olhos firmes. ㅡ Vocês estão me atrapalhando com toda essa ladainha.

ㅡ Senhor Tomlinson, ㅡ Harry praticamente implora, com a voz embargada e sei que ele irá chorar a qualquer momento ㅡ me perdoe, por favor.

Não quero que Harry implore. Quero que ele pare de pedir perdão por algo que ele nunca fez... por isso, pego a sua mão e entrelaço nossos dedos no momento em que meu pai fecha a porta na nossa cara.

ㅡ Louis... ㅡ ele praticamente geme o meu nome de forma dolorosa, ao colocar os olhos marejados nos meus.

Eu nego com a cabeça insistentemente.

ㅡ Eu sei que suas intenções são as melhores, Harry... eu sei disso, mas eu disse a você que não precisa pedir perdão por nada. Não é, e nunca foi sua culpa, coração. Você não precisava ter feito isso.

ㅡ Mas... mas...

ㅡ Mas nada. Você não é culpado. ㅡ Digo firme, sabendo que irei repetir isso quantas vezes forem necessárias.

ENTERNECEROnde histórias criam vida. Descubra agora