Capítulo 8

1.3K 140 86
                                    

Narrado por Inui :

Deixar Koko naquela ponte sozinho depois de tudo que aconteceu foi bem difícil, mas o problema  informado por Draken também precisava da minha atenção, ele disse que o Hanagaki pediu a minha presença urgentemente, mas não informou o motivo.
E por isso devo recompensar o Jime.

( quebra de tempo )

Depois de terminar a conversa meio tensa com Taquemichi retiro meu celular do bolso entrando no aplicativo de ligações indo no contato de Koko, logo começando uma chamada. Não leva muito tempo e ele atende.

Ligação :

- Oi Inui o que foi ?
Ele É o primeiro a falar com uma voz chateada e sem ânimo.
- Oi Koko, podemos sair para tomar um sorvete amanhã?
Digo a primeira coisa que vem na minha mente logo escutando o seu questionamento confuso do outro lado da chamada.
- Que, sorvete ?
- Isso sorvete!
Falo para ele sem ter a mínima ideia do que estou fazendo.
- tudo bem podemos ir.
Ele diz calmamente.
- Ah que bom !
Exclamo aliviado.
- então Nui você não disse aonde e nem que horas.
Ele completa sua fala que eu havia interrompido me lembrando de um fator muito importante para formação de um encontro.
- Ai meu Deus desculpa, pode ser naquela sorveteria perto da sua casa às 3h30?
Digo meio afobado.
- Pra mim está ótimo.
Ele fala me dando boa noite e desligando a chamada.
**************

Droga ele realmente deve estar chateado, mas também olha o que eu fiz larguei ele no meio da ponte depois da sua declaração. Acabo me lembrando de suas mãos na minha cintura enquanto ele me encostava na ponte, seus lábios nos meus eram viciantes. Mas não é hora de pensar essas coisas, marquei um encontro sem nem planejar nada ai merda  estou frito.

No dia seguinte :

Esperava meio ansioso  Hajime na frente da sorveteria, meu pé batia no chão freneticamente, e minhas mãos tremiam, não conseguia parar meu corpo quieto sempre ajeitando a barra da camisa. As chances de isso dar merda são grandes já que não planejei nada mas que se fodam as chances. Avisto  o outro virando a esquina com uma calça rasgada preta, uma blusa branca de botões, os cabelos bagunçados mas de uma forma muito charmosa, ele também mantia as mãos nos bolsos e uma expressão serena. Ao me ver abre um pequeno sorriso involuntário e acelera o passo em minha direção, retribuo o sorriso enquanto ele termina de chegar até mim.
- Boa tarde Koko.
Sou o primeiro a falar olhando em seus olhos e ele apenas balança a cabeça retribuindo o  boa tarde. Ele parece querer fazer algo mas ao mesmo tempo está nervoso e suas mãos no bolso são um sinal de ansiedade.
- Vamos entrar ?
O questiono e ele pula no lugar seguindo para dentro da sorveteria.
Ao entrarmos a atendente já vem anotar nossos pedidos. Koko pede um sorvete de chocolate com duas cerejas, e eu peço um de torta de limão, esse sempre foi meu favorito, não acho o pedido do outro estranho já que vínhamos muito aqui a uns anos atrás. Não demora muito e os sorvetes chegam, nunca gostei de cereja e ver Koko pegar uma pura de seu sorvete e enfiar na boca me deixa com uma expressão um pouco fechada.
- Não gosta né?
Ele questiona com um sorriso divertido. Apenas balanço a cabeça em negação e ele sorri mais.
Ele me estende  uma colher de seu sorvete um pouco corado e diz:
- Quer provar ?
Abre a boca e ele  trás  a colherada até mim, o chocolate era forte, acredito que seja  meio amargo, mas tem um gosto de.....
- Cereja Hajime !
Falo com um olhar mortal ao outro e ele ri alto.
- não acredito que colocou cereja no meio do sorvete e fez aquela carinha só para eu comer!
Digo bravo, e Koko continua a rir.
- sua cara foi muito engraçada, mas você vai me perdoar né?
Jime fala com sua cara de "anjo" enquanto me encara.
- talvez eu vá, mas só se você comer uma colherada do meu sorvete.
Ele fecha cara imediatamente depois de escutar o que eu disse, aí está a graça de virmos a sorveteria, ele ama cereja e odeia limão, eu amo limão e odeio cereja,  então no fim sempre acabamos assim, cada um comendo o que odeia só para os dois rirem.
Ele come meu sorvete fazendo uma careta e resmungando baixinho, mas não deixo de perceber um pouco de sorvete no canto de seus lábios, me aproximo sem aviso segurando seu queixo e lambendo seu lábio superior pegando e limpando o sorvete ali, ele cora gaguejando meu nome fazendo uma expressão envergonhada enquanto eu rio dele, Koko fica emburrado inflando as bochechas.
- Você me paga Nui idiota !
Ele joga suas maldições sobre mim e continua resmungando, porém quando ele para me olha sorrindo como um menininho que acabou de vencer no video game.  Jime se aproxima do meu ouvido sussurrando:
- Posso te beijar ?
Sem nem pensar que estávamos em público só  aceno que sim. Koko me beija lentamente saboreando minha língua gelada pelo sorvete, fecho meus olhos me deixando levar, com tudo um estrondo alto na mesa do lado faz com que nos separemos.
- Que porra é essa ?
Um homem desconhecido grita para nós dois da mesa do lado, eu e Jime fazemos expressões confusas enquanto o homem aponta o dedo em nossa direção.
- Eu não vim aqui com minha família para ficar vendo duas bichinhas se pegarem !
Ele continua gritando e nos xingando e Koko serra os punhos com uma expressão mortal,  me pego confuso pela gritaria e  xingamentos vindo do homem, porém fico estático com sua próxima fala.
- pessoas como vocês deveriam morrer queimadas ou na forca !
Me Recordo de já ter ouvido algo parecido do meu pai quando ele via dois homens se beijando numa série de Tv e sem nem perceber meus olhos se enchem de água, Hajime parecia pronto para socar o homen, mas  meu constrangimento interior falou mais alto.
- vamos sair daqui Jime por favor.
Segura o seu braço me sentindo frágil quase implorando para saírmos dali,  Koko me olha e sinto ele tremer de raiva, com tudo ele Percebe meu estado e se levanta me puxando pela mão ignorando o homem saindo da sorveteria comigo logo atrás, já havíamos pagado então isso não era uma preocupação. Ele sai me arrastando parecendo estar com muita raiva como se milhões de coisas passassem em sua cabeça. Ao chegarmos em uma praça ele solta meu pulso se sentando no banco bruscamente respirando fundo com as mãos puxando os cabelos, ainda estou em choque sentindo gotas descerem de meus olhos que nem mesmo havia reparado, involuntariamente solto um soluço e Kokonoi me olha.
- O que foi isso?
Pergunto atordoado para o outro. Ele parece querer chorar pelo meu questionamento, porém minha pergunta não precisava ser respondida, nós dois sabíamos o que foi aquilo, só precisávamos processar. Koko agarra  minha cintura me fazendo sentar em suas coxas,  e me abraça forte colocando  a cabeça em meu pescoço.
Ficamos um tempo ali apenas aproveitando o calor corporal um do outro, por mais que a situação ainda rodasse meus pensamentos. Do nada sinto Koko morder meu pescoço com força e solto um resmungo de dor, aquilo com certeza ficaria marca.
- Jime o que foi ? Vamos me diga, em vez de ficar me mordendo sem aviso.
Ele treme com minha fala, porém diz :
- Desculpa pela mordida Inui eu só fiz isso porque estava muito atordoado, não queria te causar dor nem deixar marca.
Ele fica cabisbaixo a cada palavra e decido quebrar esse clima horrível entre nós.
- quem disse que eu não quero que deixe marcas no meu corpo?
Digo e abra um sorriso malicioso tirando seu rosto de meu pescoço fazendo ele me olhar. Koko arregala os olhos curando, mas logo retribui meu sorriso,  seus lábios levantados contrastando com seus olhos que agora me provocavam enquanto suas mãos acariciavam minha cintura era um conjunto perfeito para um convite que eu me jogue naquele abismo chamado Kokonoi Hajime, contudo a noite já caía pelo Horizonte trazendo a visão mais bela do céu. Mesmo querendo me jogar de cabeça no homem a minha frente precisava ser responsável e voltar para casa sem a bunda doendo, então tomo seus lábios sem aviso iniciando um ósculo calmo e cheio de sentimentos misturados tanto meus quanto de Hajime. Ele encerra o beijo já entendendo que era hora de irmos e se levanta me tirando do seu colo.
- Dia agitado né?
Ele ri nervoso, bato em seu ombro abrindo um sorriso e dizendo:
- acho que deveria apagar esse dia da memória, mas essa marca não vai deixar.
Aponto Para meu pescoço rindo e ele cora envergonhado me dando um boa noite e um selinho, seguimos direções  opostas a caminho de  nossas casas, não pude deixar de pensar como esse dia foi uma confusão, porém me sinto cada vez mais confortável com Jime e isso já é o suficiente para mim.

Um  estranho amor de gangueOnde histórias criam vida. Descubra agora