Epílogo ( O futuro chegou )

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O futuro nunca foi um bicho de sete cabeças, pelo contrário, sempre foi simples e calmo, como uma noite que aparecia no horizonte, enquanto o crepúsculo do entardecer chegava novamente para escurecer o Japão.

Inui Seishu se recordava como se fosse ontem, o entardecer na ponte de cerejeiras com Hajime, onde dois adolescentes desprovidos da maturidade de como era o verdadeiro mundo prometiam se proteger de tudo e todos.
- Se essa promessa tivesse durado.......
Inui pensava alto na varanda de seu apartamento compartilhado, com o ex vice comandante da  gangue Tokyo Manji.
O amanhecer começava iluminar as ruas
- Será que está feliz Koko? com sua decisão.
O loiro questionava ao vento como se o mesmo fosse lhe dar uma resposta.
- talvez ele tenha se arrependido, talvez não, mais não importa como Kokonoi Hajime se sente hoje, a certeza no momento é que ele está vivendo os resultados, sejam bons ou não. 
O outro morador da casa aparece com duas xícaras de café, trazendo a mais pura realidade ao amigo. Que se atormentava com o passado.
Seishu sabia daquele fato, aprenderá com a vida que em determinado momento as decisões bateriam a porta, e você não poderia escolher não atender, pois do mesmo jeito que não há como fugir da morte, não há como fugir das decisões da vida.

( Mais tarde naquele dia )

Os dois homens estavam sentados no sofá fazendo absolutamente nada de produtivo, já que não havia mais nada o que fazer num dia de folga além de relaxar.
Draken lia uma revista de motos e Seishu escorava a cabeça em uma almofada assistindo o desenho infantil que passava na TV.

O relógio na parede fazia o clássico barulho de tic tac, o que claramente fazia o tempo passar mais devagar.
O jornal acabava de começar e agora Ken deixava a revista de lado pra prestar atenção nas notícias.
O apresentador fala sobre os crimes locais, o tempo, a mudança de estação que estava perto e a máfia japonesa.
Apresentador:
-  A máfia japonesa aumenta o tráfico de drogas entre gangues adolescentes. Pelas informações o vice comandante da máfia usa vários tipos de drogas ilícitas.
Segundo a polícia dois membros importantes da máfia estão perto de ter suas identidades reveladas, O que sabemos até agora é que são dois irmãos.
E para finalizar o membro da máfia que controla a maior parte das empresas de lavagem de dinheiro foi visto em bares gays do submundo, outro que está perto de ter sua identidade revelada, o que sabemos sobre sua aparência é que sua tatuagem fica entre a testa e o couro cabeludo, o endivido também possui longos cabelos platinados.
Qualquer pista ou informação sobre a identidade desses membros disque **** .

Inui de saco cheio pega o controle e desliga a TV, Draken não o questiona ou o repreende, só se mantém em silêncio.
- Irei sair, tudo bem?
Seishu questiona o colega e Ken balança a cabeça em concordância.
- Tome cuidado, ele pode te odiar agora.
Ryuguji diz pegando o controle das mãos do amigo.
- Voltarei vivo, só não garanto que será inteiro.
Inui diz se virando para sair, porém para ao escutar Draken dizer:
- cara não vai sair de pijama né?
Seishu olha suas roupas e depois ri.
- é, acho melhor mesmo não ir ver um mafioso de pijama.
Os dois riram com a fala do loiro.

( quebra de tempo )

- quer falar com quem? seu arrombado!
O homen o questiona irritado.
- Já falei, quero falar com Kokonoi Hajime, estão surdos.
Inui diz com sua calma de sempre, o mesmo ficava feliz por não ter perdido sua incrível calma depois de tantos anos.
Ele se encontrava nas áreas do fundo de um enorme prédio que tinha certeza que pertencia a máfia japonesa e onde encontraria a pessoa que procurava. O céu já estava completamente escuro o que indicava que já passava das 20 horas.

Uma grande porta de ferro se abre atrás dos capangas da máfia e um homem alto vestindo um estilo de quimono tradicional chinês e saltos extravagantes anda em direção a seus subordinados, não notando a presença do loiro.
- O motorista já chegou?
O homen questiona os capangas e eles prontamente respondem que o motorista não havia chegado, enquanto o patrão digitava freneticamente no celular com enormes unhas pintadas de vermelho.
- é senhor.......
Um dos caras começa a se dirigir ao seu patrão com receio.
- Tem um homem aqui querendo falar com o senhor.
Outro cara completa também com receio, ao ouvir isso o mafioso tira os olhos do celular procurando quem queria falar com ele, e logo dá de cara com os olhos azuis cor de mar de Seishu.
O homem congela no lugar quase perdendo o equilíbrio nos saltos.
- Oi Jime podemos conversar?
Inui pergunta suavemente e Koko parece finalmente sair de seu transe.
- Claro, venha, comigo.
Hajime diz tudo pausadamente.
O mafioso tenta processar as informações, enquanto levava o loiro dentre os extensos corredores do prédio, com três seguranças a espreita do visitante. Ao chegarem no escritório de Kokonoi o mesmo dispensa os seguranças convidando Inui a se sentar em uma das cadeiras.
- posso saber o que traz você aqui?
Hajime pergunta trazendo a tona sua áurea intimidadora de um mafioso.
- sabe que fazer uma cara de mau e levantar a postura não me assusta né? Pelo contrário, só me faz lembrar da suas lindas expressões de Prazer e submissão no passado.
Inui decide provocar o homen parado a sua frente para analisar a reação que o outro terá depois de tantos anos, Koko não perde a postura ou fica corado como aconteceria  antigamente, o mesmo só  continua sério e depois diz:
- Se só veio aqui para me provocar, terei que te convidar a se retirar, pois, tenho outros compromissos mais importantes.
- com certeza deve ter, até já consigo imaginar o seu nome na lista vip de um bar gay qualquer do submundo.
Seishu responde o outro com rispidez e se assusta levemente a ouvir a mesa  ser socada por Hajime.
- escuta aqui! Eu não sou aquele cara que você namorou a anos atrás, contudo, apenas te recebi por consideração ao nosso passado, mas, eu não me importaria de socar essa sua cara ou lhe dar um tiro.
Kokonoi fala fechando por completo sua expressão.
- acredito perfeitamente que você me daria um tiro, entretanto, por que coloca seus capangas para me vigiar, hein Hajime.
O loiro permanece calmo ao revelar para o mafioso que sabia da vigia dos subordinados do mesmo.
- só fiz isso para garantir que você não abriria o bico para a polícia, por algum tipo de suborno.
Koko responde Inui, revelando seus motivos por trás da vigia.
Seishu perde rapidamente a postura deixando escapar uma enorme expressão de decepção, oque não passa despercebido por Kokonoi.
- obrigada pelo seu tempo, e boa festa pra você.
O loiro fala se levantando e indo em direção a porta, porém, é impedido quando seu braço é puxado com força, o mesmo tropeça nos próprios pés e se desequilíbra caindo nos braços de Hajime.
Ai que clichê, Inui pensa ao tentar se erguer para ir embora, mas o mesmo não consegue se mexer por causa do aperto firme de Koko em seus braços.
- pelo visto não perdeu sua astúcia Nui, contudo, ainda não sabe esconder sua decepção, tem consciência que isso lhe torna um alvo fácil não é?
O mafioso fala trazendo cada vez mais Seishu para perto de si.
- Hajime eu não posso entrar no seu jogo, não quero me meter com você de novo, não enquanto estiver assim, só vim aqui para pedir civilizada mente que retire seus capangas de perto da minha casa, acredite, não estou fazendo isso por mim, estou fazendo por Ryuguji, ele não quer nenhum tipo de contato com a máfia japonesa principalmente com Manjiro Sano. Eu não me importaria de sair desse prédio e ir para um motel com você para relembrarmos os velhos tempos, mas sei que se eu fizer isso você continuará a me vigiar seja por segurança ou por possessão sua, então me dê licença e vá transar com qualquer outro cara que conhecer na balada. Eu cresci Koko, assim como você, mas, nossos futuros não foram feitos para estar interligados, nossas decisões nos trouxeram aqui, está bem claro, ao menos pra mim que você não é o homem por quem me apaixonei no passado.
Kokonoi congela no lugar e o loiro aproveita brecha para se desvencilhar e sair da sala.
Hajime leva as mãos ao cabelo puxando seus fios platinados com força, ele se abaixa se sentando no chão. Um de seus capangas bate na porta e diz que o motorista chegou, Jime dispensa o motorista e fala para os subordinados que não o incomodem mais.
- você não precisava me dizer toda aquela MERDA Inui! Eu tenho a perfeita consciência da PORRA que eu fiz! Tenho a PLENA certeza que te perdi, provavelmente pra sempre!
- Que CARALHO eu fiz da minha vida!

Kokonoi se deixava cair na realidade de suas escolhas enquanto Inui aceitava o que o destino tinha preparado pra ele, entretanto, isso não deixava a dor no peito menos dolorosa para os dois homens.
- Será que existe algum tipo de solução pra nós dois?
Eles questionavam o vento.

Um  estranho amor de gangueOnde histórias criam vida. Descubra agora