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Se passaram mais de quarenta minutos que tínhamos saído definitivamente dos muros daquela cidade, quando avistei uma casa, era uma casa de pessoa simples todo na madeira mas tinha diversos cercados, porém estavam vazios e ao lado uma construção de madeira um pouco menor que a casa, obviamente um estaleiro

Desci do Odin e comecei a caminhar, até ver uma pessoa conhecida, saindo do estaleiro

Malakay

- Eu o conheço - informei e segui andando na frente com o Odin - Malakay! - gritei, assim que me avistou, sorriu

- Olá Ethel, já fez amigos? - disse ao se aproximar e me dar um longo abraço, cheirava a álcool

- Sim, esse é o Gayo, a propósito foi o Malakay que me libertou da minha cela, Gayo - sorri olhando de um pro outro

- Prazer - ele estendeu a mão e o Malakay apertou

- Malakay, porque não compra animais com o ouro?

- Não tem motivos, só mora eu aqui e não deixarei descendentes mesmo

- Como?

- Minha esposa morreu, há 3 anos - disse finalmente - A estupraram e mataram enquanto estava fora de casa - se virou para adentrar

- Meu Deus, sinto muito

- Tá, tá, está de passagem?

- Sim, fui a cidade comprar suprimentos para viagem

- E suponho que encontrou o Gayo lá? - ele abriu a porta de casa -  entrem, se quiserem

- Vou levar os cavalos até o estaleiro - Gayo informou e pegou a rédea do Odin, levando ao estaleiro e Malakay entrou

- Entre, se ele roubar seu cavalo, tenho dinheiro suficiente para comprar outro pra você, se é isso que te preocupa

- Tenho apego ao Odin... - Continuei olhando pro estaleiro fixamente

- Hum, entendi, então, se quiser passar a noite por aqui, é bem vinda, não recebo ninguém aqui mesmo

- Obrigada Malakay

Suspirei ao ver Gayo voltando do estaleiro e adentrei pela porta, a casa estava completamente suja, havia garrafas de cachaça para todo canto, fedia a álcool em todo lugar e Gayo entrou pela porta, tossindo ao sentir o cheiro forte de álcool

- Malakay - o chamei, que me olhou enquanto estava sentado numa cadeira e os braços sob a mesa, onde tinha uma garrafa aberta

- Pois não?

- Você é forte, não se esqueça disso - informei - Esteja consigo mesmo até o fim

Ele congelou ali, não falava e nem se mexia, só piscava por ser obrigado a faze-lô, enquanto me fitava, minutos depois ele se levantou e saiu porta fora sem responder nada

- Nossa - Gayo comentou, sentando na cadeira que antes estava o Malakay, tomando um gole da bebida e fazendo uma careta a seguir

- Só entende a dor do luto, quem passa por ele, não afirmando que você nunca passou, claro

Sorri fraco e me virei pra cozinha em busca de algo para comer, o que tinha nada além de mais cachaça, ervas, algumas já nem prestavam mais, outras ainda frescas, peguei algumas e sair da humilde residência, não avistando o Malakay, fui de encontro ao Odin no estaleiro, abrindo minha bolsa e pegando um pão e queijo, cortei um pedaço dos dois e coloquei as ervas dentro junto com o queijo, dando uma grande mordida enquanto alisava a crina do Odin, que comia sem parar

- É meu caro amigo, cada um afoga sua própria dor e mágoa do seu próprio jeito - dei outra mordida

- É meu caro amigo, cada um afoga sua própria dor e mágoa do seu próprio jeito - dei outra mordida

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Elementares: Bruxa De Gelo [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora