Elementares: Bruxa De Gelo [DEGUSTAÇÃO]

2°

Já se passavam horas mas não tinhamos achado nenhum lugar que os dois ficassem satisfeitos

Ouvi um estrondo forte, seguido de gritos

Corri em direção a uma árvore, escalando para visualizar de onde tinha ouvido o estrondo

Mais um estrondo e mais gritos

- Desce daí Ethel - Kyle gritou soando assustado

- Deixa eu só ver o que está acontecendo

Mais um estrondo e os gritos se tornaram já ensurdecedor

Subi até o mais alto daquela pequena árvore, vi a pior das cenas

O castelo estava pegando fogo em diversos pontos, vi pessoas correndo para os lados, para fora e levando flechadas, enquanto outras avançando para adentrar o castelo

Meu Deus, meus pais!

Levei as mãos a boca, com os olhos arregalados

- Ethel, o que foi? - Kyle gritou já desesperado com minha reação

Vi uma bolota de fogo voando para o castelo, e mais estrondo e gritos

Olhei na direção que a bolota vinha, eram catapultas, eles tinham bolas enormes envolvidos em tecidos, eu já sabia o que eram

Pedras envolvidas em tecido, eles jogavam querosene por toda a bola e depois carregavam até a catapulta, lançando mais uma vez, e caindo direto na minha casa

Desci o mais rápido que pude, com o rosto molhado de lágrimas

- Eles estão atacando o castelo - falei

- Então vamos! - ele disse me puxando em direção ao abrigo

- Você vai pro abrigo, eu vou atrás dos meus pais! - berrei

- Ethel, os seus próprios pais falaram para você ir ao abrigo em caso de invasões, esqueceu?

- Eu quero meus pais! - berrei novamente e tentei me desvencilhar do seu braço, ouvi mais um estrondo

- Ethel! - ele gritava enquanto me agarrava, me puxando em direção ao abrigo - Por favor, Ethel, vamos, por favor, seus pais nos encontraram, por favor, precisamos ir para o abrigo, lá é seguro - ele já chorava, me puxando

Ouvi mais um estrondo e em um impulso e que me desvencilhou de uma só vez

Corri

Corri o mais rápido que pude, enquanto meus pulmões já queimavam a tamanha distância já percorrida

Vi homens armados indo em direção a minha casa, não parei

Eles me viram, gritaram "Ei, volte aqui" muitos deles, não parei

Até que vi, minha mãe de joelhos, de frente pra mim, ela não me viu, estava com os olhos fechados, havia um homem de costa, no lado direito dela, em pé, com uma espada sob a garganta da minha mãe, ouvi ele ri, quando passou a lâmina de uma só vez pelo pescoço da minha mãe, cortando seu pescoço fora

Minha mãe morreu

A Rainha Lagertha morreu degolada

Congelei, vi o homem que a havia matado, com o indicador em direção a outra pessoa, um homem

Meu pai

Ele riu novamente, aquela risada roca, que mais parecia uma tosse com sérias doenças nos pulmões

- Faça isso logo Edgar - o guerreiro com sua espada pingando com o sangue da Rainha Lagertha, minha querida mãe, falou

Colocaram uma corda que estava presa com nós no pescoço do meu pai, que estava de joelho

Gritei, chamei pelo meu pai, corri até ele

- Não, não Ethel, corra! - meu pai gritou

Antes que eu chegasse perto do meu pai, um homem me agarrou pela cintura, me levantando

- Ande Edgar, acabe com esse drama infernal familiar - ele disse com a voz rouca que já era quase excessivamente difícil de não reconhecer

O tal Edgar puxou a corda que passava em volta de uma grande árvore do Jardim Real e puxou, tirando meu pai do chão, que se debatia

Eu gritei, a plenos pulmões, chorei e choraminguei, pedindo para que o libertasse

Mas ele morreu

O Rei Darvus estava morto

Meu pai

Eles vibraram, o homem me jogou no chão, e eu sem força, permaneci de joelhos nele, eles estavam extasiados, riam, era uma vitória

Pra mim, era a derrota de todo meu mundo