Elementares: Bruxa De Gelo [DEGUSTAÇÃO]

13°

Já estava anoitecendo quando cheguei a cidade, finalmente, demorei mais do que o esperado, por não saber para onde ir, mas cheguei, vi homens começarem me olhar e aquilo já me incomodou muito

Apesar das roupas já estarem quase secas, ainda era muito desconfortável, desci do cavalo e puxei meu capuz para cima, segurei pela rédea do meu cabelo para ele andar ao meu lado, enquanto a outra mão segurava minha capa para deixa-lá fechada o máximo possível

Estava quase tudo fechado, então teria que deixar pro dia seguinte, comprar o que precisava e conseguir informações pertinentes

Andei até uma hoteralaria, amarrando meu cavalo em um tronco que havia ali, adentrei pelas portas, era um lugar simples mas bem limpo

- Boa noite, eu queria uma noite, um quarto pra mim e cuidados pro meu cavalo

A senhora levantou os olhos pra mim

- Sim, fica 6 denários

- Se eu acrescentar uma refeição bem grande para mim e ração abundante pro meu cavalo, você podia aceitar ouro?

- É um troco bem alto

- Por favor, eu fico duas noites então, e peço refeição abundante para mim e meu cavalo

- Tudo bem, tudo isso nos dois dias fica 58 denários, então te daria 32 denários, pode ser?

- Sim, meu cavalo é o todo branco amarrado no tronco

- Certo - olhou para trás de mim - Flavius, leve a menina ao quarto 6, e depois o cavalo dela ao estábulo - pegou uma chave com um pingente de madeira esculpido um 6 e me entregou

- Olá - entrou Flavius na recepção e depois parou, me tirando por mais de um minuto

- Flavius tá esperando o quê? - Disse a senhora impaciente e eu soltei uma leve risada

- Venha comigo

Eu o seguir até as escadarias, onde começamos a subir, ele parecia ser bem mais jovem que eu, eu não daria nem 17 anos, seus cabelos eram castanhos encaracolados e era só alguns centímentros maior que eu, e eu tinha 1,68 de altura

Subimos quatro lances de escadas até chegar a outro corredor idêntico ao corredor de dois lances abaixo, e ele me levou até a última porta do corredor estreito

- Esse é seu quarto senhorita, qual é seu cavalo?

- É um todo branco com arreias pretas, amarrado ao tronco na entrada, cuide muito bem dele pra mim por favor

- Claro, deixa comigo - ele sorriu, era um sorriso perfeitinho, seus dentes grandes se encaixavam bem um no outro, fazendo seu sorriso ser grande e bonito

- Fico grata

- Qualquer coisa só chamar - disse ele saindo, andando de costas para o corredor e de frente pra mim - Tipo qualquer coisa mesmo, algo sujo, quebrado, comida, lençóis, estou sempre disponível, qualquer coisa que precisar - ele falava desengonçado, que me fez rir

- Obrigada, Flavius

Ele suspirou ao ouvir seu nome, e ele sorriu novamente, virando para descer as escadas, enfiei a chave na porta e o virei para abri, adentrei e tranquei assim que me virei

Olhei para o quarto e a luz do luar entrava pelas janelas enormes, tomando uma cama de casal que tinha forros de flores, nos dois lados da cama tinha estacas de madeiras que iam até o teto, nas duas pontas, olhei ao lado, com uma escrivaninha que tinha velas e fósforos, acendi algumas, espalhando pelo quarto, e até pelo banheiro, que era bem simples mas com certeza dava pra tomar um belo banho

Havia uma mesa no meio do quarto e uma cômoda no canto de frente para a janela, tirei a minha capa e joguei sobre uma das cadeiras que havia em volta da mesa, indo até a janela pude ver as pessoas andando de um lado para o outro, outras passeando, outras comprando lanches nas barracas, ou só passando por ali

Comecei a tirar as roupas e joguei sobre a mesa, como odiava aquelas roupas, entrei no banheiro e tomei um longo banho, retirando toda sujeira que me acumulava, na esperança de que as lembranças ruins também se fossem