Joker King | Woosan

Capítulo 10

Conteúdo sensível

A vida de Wooyoung nunca esteve tão agitada como agora, a casa vivia cheia de pessoas correndo de um lado para o outro, eles não tinham mais o sossego de semanas atrás e Wooyoung começou a entender que a vida de Joker não era nada fácil como todos achavam. Hongjoong estava o ensinando coisas que nunca achou que poderia fazer, agora ele podia correr e desviar de balas como ninguém, ele sabia a posição de alguém escondido e sabia várias outras coisas que eram incríveis.

Yeosang estava aprendendo a como dominar seus poderes e ele não poderia estar melhor, ele sabia como controlar as pessoas para seu próprio bem agora, e ele também podia levar uma pessoa à loucura com apenas um pensamento, e nós não queremos saber como ele descobriu isso. As coisas estavam tão agitadas e barulhentas que eles nem mesmo viam os meninos com a frequência que viam antes. Yeosang estava com saudade de Seonghwa e só queria poder ficar em seus braços por algum tempo.

Wooyoung sentou no sofá porém levantou rápido com um sorriso esperançoso nos lábios quando viu San descer as escadas, mas se jogou de volta ao estofado ao ver seu homem indo em direção a porta da frente, o outro nem mesmo o beijava mais, e ele sentia falta dos carinhos e beijos de San.

– Ele queria poder estar aqui também, mas sabe como as coisas estão complicadas para todo mundo. – Hongjoong diz se sentando perto dele. Wooyoung agradecia por ter Hongjoong por perto sempre que ele estava prestes a cair, sempre o mantendo em pé, sempre o dizendo as coisas que queria ouvir e sempre o abraçando quando sentia que não podia mais aguentar ver San se afundando nos negócios e não dando atenção a ele.

– Eu sei que sim. – Wooyoung diz emburrado.

– Então não faça essa cara, nós dois ainda temos treinos. – Hongjoong diz sorrindo para o outro e dando uma tapinha no ombro do mesmo. Wooyoung ia falar para Hongjoong não se preocupar com ele quando a porta foi aberta e conforme os passos iam ficando mais perto mais os gritos podiam ser ouvidos.

– O que está havendo? – Hongjoong se levantou e foi para mais perto da porta.

– Esse imbecil vai passar todas as coisas para o meu nome! – Choi Jongho gritava apontando o dedo para San.

– Eu tô fazendo isso por você seu idiota! – San estava para voar no pescoço do irmão, e teria feito isso caso Yunho não tivesse chegado com mais alguns homens carregando uma maca com um corpo na mesma. Wooyoung chegou mais perto e sentiu todo o seu corpo gelar e seu coração errar uma batida. Ele não podia acreditar que alguém poderia machucar Mingi

Mingi estava com sangue por toda sua camisa e sua pele estava pálida, um furo de bala – provavelmente – estava no seu ombro e por ele jorrava mais sangue. Wooyoung sentiu uma raiva crescer em si, ele não deixaria que ninguém machucasse aqueles que ele amava, e pouco importava quem era o ser que ele iria matar.

– Levem ele para a ala hospitalar. – San tinha seus olhos lilases e suas mãos apertadas em punho.

– O que houve? – Jongho perguntou assim que todos chegaram ao local e Yunho ficou do lado de fora, ele estava também sujo de sangue, dava para ver que ele estava com fúria correndo por suas entranhas.

– Fomos nos encontrar com o tal traficante que mandou, mas era uma emboscada, começaram a atirar na gente assim que colocamos os pés para fora do carro. Fomos rápidos em voltar para o carro mais um tiro já tinha o atingido. – Yunho passou a mão pelos cabelos. – Antes dos tiros começarem houve um grito de guerra: "o cair de Joker para o levantamento da serpente".

Wooyoung se sobressaltou com o susto que levou com o barulho de Joker socando a parede perto deles, fazendo um buraco pequeno e deixando sangue para trás.

– O filho da puta está sabendo que estamos atrás deles. – San andava de um lado para o outro, ele não podia deixar que seus amigos se machucassem, ele não podia correr o risco disso.

– Por isso quer passar tudo que tem pra mim? – Jongho pergunta sério.

– Eu quero te passar para que se algo der errado que você possa tirar sua família dessa merda de vida e ninguém ficar indo atrás de vocês, eu tenho que garantir isso pelo menos a merda de uma vez. – San sai andando de volta por onde todos vieram. Os olhos de Wooyoung se encheram de lágrimas ao perceber que a maior preocupação de Joker é com sua família, Wooyoung sabia que aquela não era a vida que ele queria para o irmão mas ele não podia fazer nada se a vida o tinha dado escolhas de merda.

Jongho também saiu dali com lágrimas nos olhos, Wooyoung só queria sair correndo dali e abraçar San, mas sabia que ele não precisava disso agora.

Algum tempo depois Felix saiu de dentro da ala hospitalar e informou que a bala não tinha afetado em nada e que Mingi só precisava de um longo tempo para recuperar seus movimentos sem dor. Yunho correu para dentro da sala de novo e Hongjoong e Wooyoung voltaram ao treino, Yeosang estava passando mal desde de manhã e por isso não estava treinando com eles.

~

San foi para a cama já de madrugada e ele só queria poder deitar na sua cama e abraçar seu menino bonito. Ele sentia tanto a falta do outro, mas era tanta merda acontecendo que ele não tinha o devido tempo para isso. Quando San deitou ao lado do outro e o trouxe para seus braços ele sentia que todo o cansaço tinha ido embora.

Ele ficava se perguntando se eles tivessem uma vida normal se eles ainda se encontrariam, se eles ainda iam ter essa ligação que por mais que Joker teima em insistir que não é amor, todos sabem que é.

Como seria se eles fossem normais? Eles teriam sido amigos desde a infância? E depois de anos San se declararia para ele como nos dramas e viveriam juntos para sempre?

Mas como a vida de Joker não é um drama ele resolve tirar todos os pensamentos da cabeça e apenas dormir, ele só queria poder dormir até que toda a merda tivesse sumido como mágica.

~

O escritório de Joker estava lotado de novo, Minho e Jisung estavam ali com mais informações.

– Nós o achamos, ele está de volta a Coreia, à mais de 4 anos e não sabemos o porquê de ele nunca ter feito nada antes. Ele é o criador da serpente, ele vem recrutando membros à alguns meses. – Minho diz entregando o arquivo que tinha algumas fotos de Woo Dohwan e mais alguns documentos.

– Gangues menores e que ficavam intimidadas por você se juntaram à ele, ele está espalhando para todos que você está abandonando seu povo para viver um clichê adolescente, que você está matando todos aqueles que se opõem a isso. Alguns tem pura raiva de você pelos entes que matou à anos e agora querem vingança. Dohwan tem a máfia italiana do lado deles. – Joker apertou os dedos nas têmporas para aliviar sua cabeça, ter a máfia italiana ao seu lado já era uma merda das grandes.

– Nós temos a japonesa, o que eles podem fazer? – Wooyoung perguntou.

–Se as máfias se envolverem isso vai deixar de ser por vingança, e será por território, por armas, fora os acordos que eles quebrariam com a Rússia, isso daria uma merda bem grande. – Minho diz devagar e Wooyoung balançou a cabeça, ele agora entendia toda a preocupação.

– Eu quero que fiquem de olho nele entendeu? Ele está aprontando, todo cuidado é pouco. Também quero que pegue alguém da gangue dele, alguém que ele confie. Vou dar o troco por ele ter ferido Mingi.

– Tem mais uma coisa que você precisa saber, ele tem um irmão adotivo. – Minho fica em pé e arruma seu blazer. – Não sabemos quem ele é mais estamos correndo atrás disso.

– Acho bom estarem com todas as informações quando voltarem aqui.

– Sim senhor. – Todos da sala se curvam em respeito e saíram da sala.

Wooyoung suspirou fundo quando olhou para o semblante cansado do outro, ele andou até San e o abraçou por trás, e sentiu as mãos do mesmo cobrir as suas e lhe fazer um carinho singelo com os polegares. Ele sentia falta do calor de San junto ao seu, de sentir ele segurando sua mão quando se sentia inseguro com toda essa merda de mundo.

– Wooyoung. – San o chamou. – Se eu não fosse esse tipo de pessoa e tivéssemos uma vida normal, você ainda ficaria comigo? – San suspirou enquanto levava sua mão até o cabelo do seu menino e afagava os fios.

– Eu estarei ao seu lado para sempre. Não importa quem você seja. – Wooyoung o abraçou e quis chorar.

– Eu prometo que depois que resolvermos isso teremos umas férias, e vamos ficar juntinhos em uma ilha deserta. – San o abraçou mais apertado só com o pensamento de ficar colado durante semanas ao mais novo como foi no começo.

– Eu te amo. – Wooyoung disse baixinho rente ao peito do outro.

– O que? – San ficou surpreso e pensou não ter ouvido direito. Wooyoung se afastou do outro e o olhou no fundo dos seus olhos, e sentiu poder ver o homem bondoso que apesar de todo o sofrimento só queria que todos ao seu redor tivessem uma vida boa, que eles nunca precisassem passar por todas as coisas que ele passou, Wooyoung viu nos olhos de San que ele não queria ver ninguém sendo quebrado como ele foi, que não queria ver ninguém tendo que matar ou ser morto. Viu que ele tinha medo de amar e ser destruído.

– Eu te amo. – Wooyoung disse firme. San sentia sua barriga dando voltas, seu coração parecia que iria parar e sua respiração ficou rápida, ele não ouvia aquelas palavras a tanto tempo que ele nem sabia mais se era merecedor disso. Ele puxou Wooyoung pelo pescoço e o beijou lentamente, aproveitando o momento ao máximo, ele queria poder guardar aquele momento em uma caixa e não esquecer nunca mais aquele momento.

Eles ficaram se beijando por alguns minutos aproveitando o momento quando alguém abriu a porta correndo e ofegante, Minho estava suado e descabelado, Wooyoung nunca o tinha visto assim antes.

– Vocês têm que vir comigo, as serpentes deixaram algo para você Joker. – Eles saíram correndo pela porta e entraram no carro avançando junto a outros veículos que os acompanhavam de longe. Wooyoung estava nervoso e não sabia o porquê, ele sentia que algo estava errado. Ele sentiu seu coração se apertar.

Wooyoung estranhou mais ainda quando eles chegaram em um cemitério, o que teria para Joker ali? Wooyoung seguiu quieto, aquela situação o agoniando de maneiras loucas. Quando chegaram ao local Minho os parou.

– Vocês têm que ser fortes ok? – Wooyoung não esperou mais nenhuma palavra e andou até onde havia alguns dos homens de Joker reunidos. Wooyoung se arrependeu amargamente por ter tomado a frente, seus joelhos falharam e seus olhos se encheram de lágrimas.

O corpo de Hongjoong estava prostrado de joelhos em cima do túmulo que tinha o nome de Woo Dakho e seus braços pendiam ao lado do corpo, suas roupas que sempre estavam impecáveis agora estavam em farrapos e encharcadas de sangue, era possível ver cortes espalhados em seus antebraços, Hongjoong foi mutilado até a morte, ele sangrou até ficar sem ar.

Sua cabeça estava ao contrário do corpo, o que indicava que no final da tortura teve seu pescoço quebrado como a porra de um animal sem valor, o corpo foi apoiado por uma barra de metal que atravessava sua garganta, fazendo o olhar para o céu, e em sua face era possível ver dois cortes nos cantos de seus lábios em direção ao queixo, e em seus olhos, apenas se via os globos oculares estourados, e sangue formando lágrimas.

San gritou e correu até o corpo do outro o abraçando.

– Hongjoong fala comigo, Hongjoong não me deixe aqui, você não pode fazer isso comigo, não agora por favor. Vamos treinar amanhã cedo, sim? Nunca mais treinamos. Vamos sim! Você vai treinar comigo amanhã, só comigo! – Os soluços de Joker eram doloridos, seus gritos e lágrimas eram de sofrimento. San nunca chorou desde que matou seu pai, mas diante daquela barbaridade ele as derramou, eles haviam matado um dos cinco e ele não iria deixar isso barato.

– Um bilhete foi encontrado junto ao corpo dele. – Minho o deu a Wooyoung.

"Gostou do meu presente Joker?

Você pegou o que é meu, e ninguém pega o que é meu.

Eu não matei os pais desse garoto a toa.

Me devolva Wooyoung e mais ninguém se machuca, o que acha?

Ass.: Kim Dongsoo. Seu pequeno pesadelo"

Wooyoung amassou o papel em suas mãos, Dongsoo iria pagar caro pelo o que fez, e quem iria arrancar a cabeça dele do pescoço seria ele.

– Eu vou ter seu sangue em minhas mãos e não vejo a hora disso. – Wooyoung disse com seus olhos amarelos vidrados e com um sorriso maquiavélico.

~

6 anos atrás

Dongsoo não ia deixar ninguém tirar Wooyoung de si, o pai do outro achava que podia os afastar ou brigar com seu amor, mas ele não podia, ninguém podia. E ele iria livrar Wooyoung do peso que era a família podre dele, eles poderiam construir outra em breve e tudo ficaria bem, ele ficaria muito bem ao lado dele, ele teria de tudo.

Naquela noite Dongsoo achou burrice da família colocar a chave debaixo de um vaso de planta na porta de trás da casa, quem era burro o suficiente para isso?

Ele subiu as escadas lentamente com uma arma com silenciador que pegou de seu irmão, ele entrou no primeiro quarto e logo de cara era o dos pais do garoto, ele olhou com nojo para os progenitores de Wooyoung e se perguntou o porquê dos pais serem assim, tão irrelevante e burros.

– Obrigada por trazer ele ao mundo, mas isso é só o que fizeram de bom. – Ele primeiro atirou no pai o qual tinham tanto nojo, e depois na mãe a qual não fazia nada de útil para ajudar seu filho. Dongsoo não sabia se iria matar o irmão do menor, mas a praga teve a audácia de ir pedir para dormir com Wooyoung.

Quando ele entrou no outro quarto ele viu a criança dormindo tranquilamente e não se importou em a matar, o pequeno o lembrava a cara do pai de Wooyoung, se crescesse seria igual ao pai, um idiota com postura de superior.

– Você não pode fazer isso! – Dongsoo olhou para seu irmão parado na porta, Woo Dohwan tinha dó de crianças, mas ele não. Ele olhou para seu irmão e mirou na cabeça do menino, e atirou. Dohwan com o susto e com nojo do irmão andou para trás. Ele não sabia onde tinha errado na criação do seu irmão mais novo, mas ele sentia nojo dele às vezes.

O celular de Dohwan tocou e assim que ele atendeu seus olhos pularam de tamanho.

– Temos que sair daqui agora.

– Eu vou levar Wooyoung comigo. – Dongsoo ia em direção a porta no fim do corredor quando Dohwan o puxou pelo braço ao mesmo tempo que fechava a porta do quarto da criança.

– Vocês dois vão morrer se tentarem ir agora, Joker está nos caçando e não temos mais nosso irmão para nos proteger. Quando reconstruirmos tudo, voltamos e o pegamos. – Dongsoo olhou mais uma vez para a porta e concordou com o outro. Ele poderia pegar o que é seu a qualquer hora.