7- Sexta-feira

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Quinta, na quinta-feira recebi uma mensagem de minha mãe dizendo que a doença do meu pai piorou, só visualizei, se eu acabar indo para Dallas, demonstrar que eu tenho preocupação só irá me deixar muito mal mesmo. 

Judy me ligou hoje, disse que não posso me atrasar para a exposição/palestra que vai ter hoje de manhã, tenho certeza que ela acha que acabei bebendo e acordei na cama de outra pessoa novamente. Fiz o que tinha que fazer todas as manhãs, para ser mais rápida peguei um táxi e  cheguei mais cedo do que todos. 

- S/N, você já chegou? - Judy diz abrindo a porta

- Sim, Judy, você sabe se algum entrevistador vai vir? 

- Só sei que virão muitos. 

- Ótimo, avise que não estarei dando entrevistas. 

- Tudo bem. 

Entro na galeria, dou uma organizada nos quadros e espero as pessoas que vão me escutar falando por uns minutos e ver meus quadros. De todas estas palestras essa é a que veio mais pessoas, não me sinto confiante, só um pouco assustada por acabar dizendo alguma besteira na frente de 600 pessoas, tipo eu era acostumada com as 200 que sempre vinham. Só fique calma, sempre aja da forma que sempre agiu em suas palestras. Dou início a palestra, o engraçado é que maioria estava prestando atenção no que eu falava o que me deixou alegre e nervosa ao mesmo tempo. 

- Então, eu acho que podemos finalizar esta palestra, algumas dúvidas? - Pergunto 

- Eu tenho. - Uma voz familiar diz, ao ver era Timothée que se levantou 

- Diga. - Solto um sorriso de leve

- Você tem alguma hipótese para nos dar sobre suas próximas obras? 

- Relacionamentos, talvez? 

Respondi mais outras e outras e perguntas, eram muitas pessoas. Enfim começou a exposição alguns já vieram atrás de mim para comprar algumas obras. 

- S/N! - Timothée me chama, ele estava acompanhado com uma moça

- Oi! 

- Realmente adorei sua palestra. 

- Obrigada! Eu estava muito nervosa na hora.

- Ah! S/N, essa é a minha irmã mais velha, Pauline. 

- Oi, eu adoro as suas obras! Não sabia que Timmy lhe conhecia, é um prazer conhece-la!

- Digo o mesmo! - O celular de Pauline começa a tocar

- Com licença, preciso atender. - Ela sai

- Então como sabia que eu estava aqui? 

- Pauline disse que iria para uma palestra de sua artista preferida e queria que eu fosse acompanha-la, na verdade não sabia que era você, só vi quando subiu no púlpito que era a artista preferida dela que iria dar uma palestra. 

- Entendi. 

- Gostei desses seus quadros, qual é o sentido deles? 

- Me promete que não vai dizer a ninguém? 

- Prometo. 

- Como eu havia citado, eu não me dou muito bem com a minha família, e um dia eu fiquei muito mal com uma crítica que minha mãe fez então se refletiu nestes quadros. 

- Deu pra notar. 

- Todos notam, mas é que eu escondo. 

- Timothée! - Pauline volta - Vou ter que ir, a mamãe pediu para passar lá em casa e ajudar ela a desempacotar as louças de porcelana árabe que ela comprou.

- Diga para ela que irei para o jantar de sábado que vem. 

- Certo, tchau S/N! Tchau! - Pauline novamente sai 

- Depois daqui você tem que fazer mais alguma coisa? - Ele pergunta

- Não, por que?

- Tava pensando em tipo ir no Starbucks tomar um café, o que acha? 

- Claro. 

Depois de tudo acabar, fomos para o Starbucks, pedi o meu café de sempre e ele um cappuccino e se sentamos do lado de fora conversando e rindo, de novo vimos que tínhamos o mesmo gosto em outras coisas. 

- S/N, tem vontade de fazer uma exposição fora dos Estados Unidos?

- Boa pergunta! Acho que sim, mas não sei se as pessoas de fora acham minha arte interessante. 

- Com certeza deve ter fãs em todo o mundo. 

- Se você acha. 

Continuamos a conversar por horas, fomos caminhar em Soho, pela as fachadas de metal e as cores das obras de artes das galerias mais famosas. Quando foi para o final da tarde, pegamos o mesmo táxi, mas ele foi cavalheiro em sua parte de me deixar primeiro em casa. 

- Ei, S/N. 

- Sim? 

- Amanhã a noite você tem alguma coisa para fazer?

- Mais ou menos, mas acho que posso deixar de ir. - Sim, é o compromisso de ir escutar Madeline cantar. 

- É que queria saber se podemos sair de novo, vai passar no AMC uma sessão de filmes do Wes Anderson, tipo Fantastic Mr. Fox, Moonrise Kingdom e The Grand Budapest Hotel. 

- Não se preocupe, eu irei. 

- Certo! Pode ser ás 17h?

- Sim, é um bom horário. 

- Até amanhã. 

- Até. 

Abro a porta do táxi e saio, será que é numa intenção para ser um encontro ou é porque ele realmente gosta de conversar comigo?


Jobless Monday ( Timothée Chalamet )Onde histórias criam vida. Descubra agora