3- Segunda-feira

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Ontem no domingo foi divertido até, fui em um leilão e alguns quadros meus foram vendidos para pessoas importantes. Hoje na segunda-feira acordei com o barulho de buzinas de carros atordoando minha cabeça, na verdade sempre foi assim. Coloco comida para Robert, me arrumo e pego um táxi para a estação de metrô. 

Meus dias sempre começam assim, com um fone de ouvidos, uma boa playlist, café puro do Starbucks e se concentrando em cada passo que der na rua, espero que o metrô não esteja cheio como sempre. Infelizmente está cheio, me sento no primeiro lugar que aparecer na minha frente, coloco os fones para não ter que escutar o choro de crianças mimadas insistindo para seus pais. Uns minutos depois, paramos na primeira estação, saiu e entrou pessoas, mas no meio das pessoas estava ele...O Timothée pegou o mesmo metrô que o meu! MERDA! E AINDA POR CIMA ELE VAI SENTAR NO MEU LADO! E AGORA?! EU CUMPRIMENTO ELE!?

Timothée se senta ao meu lado, ele parece que está de fone de ouvidos e não está ligando para o que pensa ao seu redor, mas se eu falar com ele? Será que ele deve ser uma pessoa legal. 

- Oi. - Digo

- Ah! Oi. - Ele diz tirando o fone 

- Tá escutando o que? 

- Um Podcast sobre literatura russa. 

- Você gosta? 

- Eu amo! Você gosta de ler que tipo de coisa? 

- Poesia, mas eu gosto muito do simbolismo francês, tipo Verlaine. 

- Meu pai é da França, então para reforçar meu francês tive que ler muito as obras de Verlaine e Rimbaud. 

- Que legal!

- E você está escutando o que? 

- Minha playlist favorita, "This is The Cure by Spotify. "

- Gosta do The Cure? 

- Eu amo! Você escuta? 

- Ás vezes. Vi em uma entrevista que você não é daqui de Nova York se não me engano. 

- Está certo! Dallas, Texas. 

- Então se mudou para cá, não é?

- Sim. E você sempre foi de Nova York?

- Nascido e criado em Hell's Kitchen. 

- Interessante.

- Eu gosto das suas obras. 

- Gosta? 

- São bonitas, você deve as pintar com os sentimentos. 

- E está certo. 

- Olha, eu já tô chegando na estação que eu tenho que parar. 

- Ah! Tudo bem. 

- Foi bom te conhecer, novamente! - Ele diz se referindo o que nós fizemos, como se fosse uma indireta

- Digo o mesmo. 

O metrô para, assim ele sai apressado. Sobre as conclusões que tirei agora até que ele parece ser alguém legal.

Meu dia foi um dia normal, dei mais uma palestra e perguntaram sobre os quadros que critico a minha família, mas para responder, minto que foi baseado numa história que um conhecido me falou. O dia ficou corrido, perdi o metrô para o Bronx, tive que pegar o de Tribeca para ir realmente para o verdadeiro destino e nem olhei as mensagens avisando de que estava atrasada. 

Agora que é de noite, posso finalmente paz, adoro ficar descalça em meu apartamento sentido o gelado do chão nas solas. Pego meu celular e surpreendo com uma mensagem de quem? É claro que é do Timothée. 

"Oi! Sou eu, Timothée Chalamet. Eu pedi para Miranda me passar seu contato, acho que podemos conversar, sei lá. ( é claro que esquecendo do que fizemos ) Desculpa pelo o tom que eu falei no metrô, eu estava com pressa. "

Acho que devo responder ele, o tom de Timothée foi completamente educado nessa mensagem. 

" Oi Timothée, adoraria conversar com você, enfim acho que um dia desse podemos tomar um café juntos com a Miranda e Katerine, não precisa se desculpar por nada!"

Como está meio tarde acho que ele não vai responder nem tão cedo, bom vou dormir porque tenho que iniciar alguns quadros.

Jobless Monday ( Timothée Chalamet )Onde histórias criam vida. Descubra agora