𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟗

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Severus estava ajoelho na frente da menina que se encontrava sentada a sua frente. As mãos de Severus massageavam o tornozelo de Alya, que segurava pequenos gritinhos de dor e mordia seus lábios com força. Quando Snape finalmente havia terminado de enfaixar e cuidar do pé de Alya, se levantou e encarou a menina.

- Está melhor?- Perguntou voltando a sua postura impotente.

- Um pouco, obrigada professor- Alya respondeu e com cuidado se levantou. Deu alguns passos e sorriu- Já não dói tanto para caminhar.

- Fico feliz- Snape então encarou os olhos da menina e sentiu aquele sentimento novamente. Como se pudesse se perder naquela imensidão, como se aqueles lindos olhos azuis tão puros pudessem o afogar e fazer afundar até não conseguir pensar em mais nada. Alya o encarava de volta e não conseguia pensar em desviar o olhar. Sua atenção estava totalmente cravada na escuridão nos belos olhos do homem a sua frente, tão intensos e misteriosos, como passos silenciosos em uma noite sombria. Mas sua pequena hipnose foi quebrada quando algo colorido demais para aquela casa foi visto. Alya deu um passo a frente e foi andando até um pequeno quadro pendurado na parede. Diversas cores preenchiam a tela e formavam desenhos muito mal feitos.

- Você guardou- sussurrou a garota, então virou seu rosto com calma, Snape agora estava atrás da mesma. Não foi preciso responder, e Alya já sorria o mais que conseguia. Antes que Severus pudesse se dar conta, os braços da menina já circulavam sua cintura e o rosto da pequena afundava em sua capa. O grande homem sentiu seu corpo ceder e um nervosismo tomar conta de si. Sem saber o que fazer ou dizer, Severus apenas com muito cuidado abraçou os ombros de Alya e acariciou seu cabelo de forma muito desajeitada.

A loira levantou o rosto e se afastou, seu rosto agora estava corado e a mesma apenas murmurou um " Desculpe-me ", o professor ainda não exibia nenhuma reação, o que os fez emergir em um silêncio desconfortável. A menina começará a apertar seus dedos de forma nervosa e quando se deu conta que Snape não iria responder, apenas o deu boa noite e se retirou até seu quarto.

Ao se deitar na cama, Alya fitou o teto com muito pouco interesse. Sua cabeça estava a mil e o sono não era algo que viesse em sua mente. Seu corpo se remexia de um lado para o outro, a coberta praticamente a engolia sem dificuldade alguma. Então a garota apenas parou e ficou encarando as sombras que as árvores faziam pela janela. A neve caia calmamente e de forma carinhosa lá fora, o frio enfeitava seu quarto e a fazia desejar um pequeno abraço para a confortar.

Nunca gostará de dormir sozinha, geralmente suas amigas tinham de a ajudar com isso, ou até mesmo os gêmeos, mas nenhum deles estava aqui agora...o que a deixava de certa forma muito triste, então encontrando um pequeno conforto no travesseiro, o abraçou com todas as suas forças. O cansaço veio depois de um tempo, e a loira emergiu em um sono tão profundo que nem mesmo um apocalipse a acordaria.

~∆~

Snape segurava um copo enfeitado com um líquido ambar que chacoalhava para lá e para cá. Sua boca estava franzida em uma linha reta, seus olhos encaravam algum ponto pouco importante da sala grande salva em que se encontrava. O mesmo cruzou as pernas e balançou um pouco seu corpo para se sentir mais confortável. Deu um último gole no líquido que desceu queimando por sua garganta e colocou o copo de lado.

A noite fria se empregava cada vez mais, uma lua cheia brilhava intensamente, o vento se envolvia em uma dança singela com os galhos das árvores e formava sons estranhos e assustadores. Severus desviou seu olhar até o relógio e se surpreendeu com a hora, já passava das 4:30. Em breve o sol começaria a surgir, e então tudo se repetiria.

Determinado, o professor se colocou de pé e passou a caminhar com passos silenciosos e firmes. Ao passar pelo quarto de Alya, brigou contra a vontade de adentrar o local. Fincou seus pés no chão feito raízes e apertou suas mãos com força. Suspirou o anos fundo que conseguiu e entendeu que era melhor ficar longe da garota. Lutando contra si mesmo, Severus se retirou do lugar.

~∆~

Na manhã seguinte, uma figura de cabelos loiros já estava acordada a muito tempo. Alya estava sentada na mesa de jantar, onde esperava pacientemente por Severus. Suas mãos impacientes remexiam os talheres e seu rosto se levantava a cada instante para rever o horário no relógio. Até que por fim a figura impotente de seu professor surgiu na porta da sala de jantar. A loira se levantou automaticamente e acabou por derrubar a cadeira atrás de si. Severus se aprontou a ajudar, mas a garota já colocava a cadeira em seu lugar e sorria para o mesmo.

- Bom dia Professor- Alya cumprimentava sorrindo animada.

- Bom dia srta.Malfoy- o mesmo falou e encarou a menina com seu olhar notório. Um silêncio desconfortável se instalou no ambiente e Alya passava o peso de seu corpo para o outro pé. Severus desviou o olhar até a mesa posta para o café e voltou o olhar até Alya.

- O senhor gostaria de tomar café da manhã comigo?- Alya perguntou por fim já sentindo suas pernas bambas.

Severus apenas assentiu e sentou-se. A loira também tomou seu lugar na mesa e iniciaram suas refeições. Alya por algumas vezes encarava seu professor e apenas parava quando o mesmo a olhava também.

Snape sentiu-se levemente tentando a ficar encarando a jovem garota, mas sabendo que não seria apropriado apenas continuou com sua refeição.

- Seu pé está melhor?- Perguntou decidido a acabar com o silêncio do lugar.

Alya levantou o olhar e o encarou com um pequeno bigode de espuma do café acima de sua boca- Está melhor...doeu um pouco para andar, mas não com antes...- A fala da garota foi interrompida quando seu professor pegou um guardanapo e gentilmente passou sobre a boca da garota. A loira sentiu a respiração de seu professor muito perto de si, suas mãos agarraram a barra da blusa que usava e ficaram a apertando com força. Snape calmamente limpava o restante da espuma, e quando se afastou encarou a menina- Obrigado...- Alya sussurrou e quebrou o contato visual.

O final da refeição se passou em silêncio até o professor da garota se retirar da mesa. Alya então suspirou e levantou-se indo em direção a algo divertido para fazer. Andou até seu quarto e abriu sua mochila, encontrou algumas aquarelas e decidiu pintar. Pegou tudo que era preciso e se sentou no chão. Iniciou seus desenhos e suas mãos iam ficando cada vez mais manchadas. Sua intenção era fazer uma noite estrelada, e os tons de azul enfeitavam a tela em uma paisagem bonita. A tinta fria lhe fazia sorrir por vezes,o chão de madeira espetava suas coxas descobertas e a menina apenas continuava seus desenhos.

Por fim a pintura estava pronta e a menina novamente entediada. Levantou-se e foi até o banheiro lavar suas mãos. Encarou seu reflexo no grande espelho que ia desde o chão até o teto e virou a cabeça de lado. Tirou sua roupa ficando apenas com suas roupas íntimas e encarou mais ainda seu reflexo. Apertou seus braços pálidos e os arranhou sem perceber, passou a encarar seu abdômen e pequenas lágrimas brotaram em seu rosto. A menina desviou o olhar até a privada e balançou a cabeça como se negasse isso. E por fim, o café da manhã já lhe fazia falta...

~∆~

Oiii, finalmente um capítulo kskskk.

Gente, me perdoem por ser pequeno, quis postar logo para matar a saudade.

Obrigada por não terem desistido de mim.

Desculpa por qualquer erro de português.

Beijo e amo vocês🥰

Voto Perpétuo~ Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora