Ele havia me deixado e eu apenas teria de me contentar com a realidade, eu teria que aceitá-la, por mais dolorosa que seja.
Eu não entendia, por que as pessoas que amam a vida a deixam facilmente?
Ace era assim, um amante da vida e de suas aventuras, seus desafios cada vez mais perigosos. Já eu, totalmente o contrário, desejando morrer a cada dificuldade que me aparecia.
Eu daria minha vida por ele sem nenhum esforço, eu já nem queria mais estar viva. Até que conheci Ace, o moreno gostava de viver, era um verdadeiro apreciador da vida e de seus percalços.
Assim, o garoto de sardas me mostrou o que é viver, em apenas 1 ano ele me mostrou o necessário para que eu saísse da minha zona de conforto e quisesse acompanhá-lo.
Mas já era, ele se foi.
E mais uma vez, eu quis morrer.
Eu só queria sumir e que todos me esquecessem, como se, de certa forma, todos os perigos sumissem assim. Eu queria vê-lo mais uma vez, mas ele já estava morto.
Caminhava pela praia, encarando o mar azul e lembrando das aventuras que vivi com ele, cada uma mais emocionante que a outra. Eu queria chorar, mas não estava hidratada o suficiente para chorar horrores e, no fundo, isso tava me matando.
Por que ele morreu? Ele gostava tanto da vida! E eu? Eu a odeio e tudo o que eu queria era nunca ter nascido. Por que nunca morri?
Eram tantas perguntas sem respostas que passavam pela minha cabeça e eu sabia que no fim, não daria em nada.
Enquanto caminhava, um chapéu marrom trago pelos fortes ventos, pousou em meus pés, levantei o olhar e avistei uma moça que tocava um ukulele, parecia despreocupada e a julgar suas vestes, o chapéu era dela.
Peguei o chapéu em minhas mãos e levei até a mulher que já parecia ser de idade.
Me abaixei a sua altura, pois estava sentada na areia.
- Esse chapéu é seu? - Perguntei-lhe.
A mulher parou de tocar a melodia e se virou para mim, com um gentil sorriso.
- É sim, muito obrigada! - Falou, logo pegando-o para si e colocando em sua cabeça novamente.
Analisei seu gesto.
- A moça não parece bem... - Comentou, de cabeça baixa amarrando uma pequena corda que trazia no chapéu, para evitar que fuja de novo.
- Ah, não é nada não. - Sorri.
Dava pra perceber que era um sorriso triste.
Ela bateu no chão, ao seu lado, indicando para que eu sentasse, assim eu fiz.
- Tocarei uma das mais belas canções que sei para você. - Sorriu para mim.
Enquanto seus dedos dedilhavam as deliciosas notas, usufrui da boa energia que o ar exalava naquele fim de tarde de um sábado.
Apesar da maré de confusões e do meu coração estar apertado, sentar ao lado daquela moça me aliviou, por pouco que seja.
- Conte-me, por que tanta tristeza? Você carrega um ar pesado consigo. - Falou a mulher.
- Qual é o real sentido da vida? - Deixei com que escapasse, enquanto meus olhos vidrados nas ondas calmas.
- Há quem diga que é ser feliz, mas sinceramente, não acho. - Falou e me surpreendi, voltando-me para ela - Ao meu ver, a vida é algo mais... É o sentimento de satisfação.
Enquanto ela ia falando, pude me deliciar com as notas que saíam de seus dedos caminhando pelas cordas do ukulele.
- Já pensou que, o real sentido da vida é se sentir satisfeito? É, isso mesmo. Todos estamos aqui para aprender a gostar da vida, a se sentir satisfeito com ela.
No começo não fazia tanto sentido, eu não defendia a tese de que o sentido da vida era ser feliz, mas isso que ela falou, abriu muito mais a minha mente do que eu imaginava.
Surpreendente como as pessoas que amam a vida vão embora em um piscar de olhos, é possível observar como só tem gente reclamona no mundo.
- Meu namorado morreu... - Falei - Ele brilhava mais do que esse sol, seu coração era maior que todo esse oceano... Sua beleza, ofuscava como o brilho das estrelas durante as noites de verão.
Sorri ao lembrar da imagem de Ace.
- Ele era uma pessoa intensa, ele amava a vida, mas se foi. - Fiz uma pausa - E agora eu tô sozinha, mais uma vez.
- Você parece amar muito ele. - A moça deu um sorriso reconfortante.
- Eu amava... Ah como eu amava! Eu daria minha vida por ele, trocaria de lugar, se fosse possível.
- É doloroso, não é? Eu já passei por isso, moça. - contou - Meu marido e minhas duas filhas morreram.
- A-ah, eu sinto muito...
- Não tem o que sentir, minha querida. Tudo isso já passou.
- Como a senhora fez para superar tudo isso? - Perguntei, com os olhos vidrados na mulher.
- O tempo cura, depois eu percebi que nada da vida miserável que estava levando ia me adiantar, muito menos a que eles queriam que eu levasse, então passei a levar esse estilo de vida alternativo.
Deu um sorriso.
Devo me tornar uma hippie? Essa pergunta rodava pela minha cabeça, mas eu não sentia vocação para aquilo, me levantei e dei um sorriso para a mulher.
- Obrigada senhora...
- Marnie. - Completou.
Saí da praia já sabendo o que eu seria, o que eu deveria ser. Peguei minhas coisas na velha cabana em que vivia e roubei um barco, era ali que eu começaria minha vida de pirata!
Sinto muito meus lindinhos por esse cap tão sad:( mas eu senti necessidade de fazê-lo, se vocês quiserem, posso fazer uma parte 2 mostrando como foi a vida da S/n e os desafios que ela teve que enfrentar apartir que decidiu ser pirata e honrar a memória de Ace. Deixem suas opiniões, elas são importantíssimas para mim!<3
Obrigada minhas vidinhas pelo alcance que estou tendo nas fics!!! Eu sou muito grata por tudo meus amores!!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
➵ imagines ─ ⚘ ─ One piece.
Fanfictionapenas tentando consertar seus corações quebrados. que tal um pouquinho de ilusão? espero que se divirtam!💞