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Jeon Jungkook

Devia ser de manhã, meu celular vibrava debaixo de mim. Me contorci até conseguir pegá-lo e levei o que pareceu um tapa na cara.

Abri os olhos, o filhote dos meus pesadelos.

— Então é real... - Resmunguei recordando as últimas horas do dia anterior.

Retomando os sentidos lentamente, percebi que do outro lado na cama estava meu secretário adormecido e o pequeno ômega tinha sua pulseira nas mãos.

— Não, solta. - Peguei o acessório antes que o fedelho estourasse todas aquelas miçangas na cama.  — Vai quebrar. - Disse quando ele fechou a cara.

Para um ômega, sua expressão era assustadora. Como se não bastasse, de repente ele começou a puxar o ar, um beicinho se formou e um berreiro atingiu meus ouvidos.

— Não, não. Para vaiii!- Eu já havia me desesperado.

Mas pior do que o choro extremamente agudo do garoto, foi a bronca e olhar furioso do Sr. Park ao acordar de cara com o bebê chorando. Ele me olhava como se eu tivesse toda a culpa.

— O quê pensa que está fazendo?! - Ele grita comigo, nunca vi o ômega assim antes, mas me assusta.

— Eu não fiz nada, só tentei impedi-lo de estragar sua pulseira. - Disse me livrando e entregando o acessório.

Trabalhávamos juntos a alguns meses, me dei conta de que naquele momento, os cabelos desarrumados de meu secretário e o olhar de fúria, o deixavam estranhamente lindo aos meus olhos.

— Eii - Ele chama minha atenção e noto que estava no mundo da lua.

— O quê?

— Nada. - Ele bufa e revira os olhos como se eu fosse inútil demais.

Deixou-me de lado e esticou os braços para que o garoto viesse com ele.

— Omma! - Ele gritou em meio ao choro.

Em seguida se levantou e quando ele o pegou no colo, sua cabeça se deitou no ombro do ômega.

Eu tinha mesmo escutado aquilo? Ele havia o chamado de omma?

— O que significa isto? - Chamei a atenção dele.

— Eu não sei, ele está me chamando assim desde ontem a noite. Talvez eu me pareça com o omma dele. - Ele disse o acalmando balançando de um lado a outro. - Você tem que parar de fazê-lo chorar. - Seu olhar foi de um aviso.

— Mas eu não fiz nada pra ele. -Respondo.

— Exatamente. Você não fez nada! - Ele já aumentava o tom de voz. - Viu ele chorar e não tentou entender, não tentou acalmá-lo. Se for o pai dele, vai ter que aprender Sr. Jeon.

Ele saiu do quarto, me deixando com a angústia e aquelas palavras perambulando em minha mente. Quase como uma tortura.

Se eu fosse o pai, se aquele moleque fosse meu, eu estaria então perdido.

Meu CEO insuportável | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora