Capítulo 20

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[Marília Pov On]

Não sei por quanto tempo fiquei desacordada, mas assim que abro meus olhos vejo uma luz forte e fecho novamente.  Sinto alguém pegar na minha mão e percebo que estava no hospital, abro meus olhos lentamente e vejo minha mãe parada ao meu lado.

- Minha garota acordou, João meu filho, chama o médico. - ela fala e tento me mexer um pouco.

- Mãe, cadê a Maraisa? E a Maiara? O que aconteceu? - falo baixo e me lembro de tudo que aconteceu.

- Ei, se acalma. Maiara está na copa para familiares, Maraisa está no quarto ainda não pode receber visitas, mas está bem. Não precisou de cirurgia, a internet está uma loucura e a tv nem se fala.

Respiro um pouco aliviada e tento me sentar na cama mas minha mãe não deixa. Logo a médica entra.

- Bom dia, Marília Dias Mendonça. - ela lê meu prontuário e logo me olha. - Me chamo Rafaela, você teve apenas um desmaio, provavelmente foi por stress.

- Que horas posso ver a minha amiga? - falo me referindo a Maraisa.

- Maraisa precisa descansar, mas acredito que daqui a uma hora vamos abrir para visitas. Bom, agora preciso ir, sua receita está com a sua mãe, mantendo essa medicação em dia por um mês, vai te ajudar muito. Até logo! - ela sorri e se retira do quarto.

- Ê maninha que susto você nos causou, pensei que fosse te perder. - João Gustavo se aproxima e deixa um beijo em minha testa.

- Vai ter que me atuar muito ainda pirralho, não esqueci que temos uma música para gravar. Quero ver você decolando, mãe pode ligar para Maiara?

- Oi, oi, no morro nunca mais, já estou aqui - Mai diz entrando no quarto e tirando um riso de todos.

- Mai como você está? - pergunto preocupada.

- Eu estou bem, estaria melhor se não estivesse aqui com vocês duas hospitalizadas.

- Logo sairemos daqui amiga, você conseguiu ver a Maraisa?

- Eu consegui, ela está bem, ainda dormindo. Metade está toda machucada, deu uma dor no coração em vê-la assim - suspira. 

- Quero muito ir vê-la, foi horrível ver os paramédicos reanimando ela.

- Ela teve uma parada cardíaca, os médicos encheu ela de exames, ainda não descobrimos a causa. Porém, descobri o porque ela te deu um toco, me entregaram o celular dela. E tive que mexer, aquilo não estava normal, achei tudo. Meu irmão e meu pai ameaçaram ela, eles jogaram tão baixo que a metade ficou desesperada quando ele voltou a ameaçar você de morte Lila.

- Como é que é? Me conta isso direito Mai.

Maiara começa a me contar com detalhes tudo que leu, segundo ela, já está tudo nas mãos do advogado. E sua mãe deu a entrada no divórcio, expulsou os dois de casa mas estão esperando Maraisa acordar para ver oque ela vai decidir.

Óbvio que fiquei perplexa quando ela me contou tudo, se o cara fez isso com as próprias filhas, por que isso envolve a carreira da Mai também. Ele com certeza teria coragem de fazer pior comigo.

- Vou redobrar a segurança da nossa casa e de principalmente quando for sair. Ok mãe?

- Não precisa me perguntar filha, eu super te apoio, e nesse momento precisamos de mais segurança. Cesar não está em seu juízo perfeito.

- Tia, eu espero que o meu pai não se arrependa de nada que está fazendo, ele pegou pesado e não tinha necessidade disso, ele deveria apoiar a nossa felicidade. Se ele souber que também estou me envolvendo com mulher é capaz de me matar.

- Você toma cuidado com ele, não é uma pessoa de confiança. O que é decepcionante, eu tinha o Cesar como um pai pra mim. Um pai que nunca tive na vida, mas depois dessa... Não tem volta, preciso agilizar a questão dos seguranças pra ontem.

Uma enfermeira entra no quarto e separa algumas medicações para me dar.

- O que você teve Lila?

- Desmaio por stress, nunca tinha acontecido antes, até ver Maraisa desacordada. Aquilo me causou vários sentimentos, nem eu entendi.

- Tem alguém apaixonada aqui - minha mãe implica.

- E como não se apaixonar por aquela mulher? 

- Então minha filha, assim que ela acordar você conversa calmamente. Explica que já sabe o por que ela estava sendo indiferente, ponha as cartas na mesa.

- Tia você é incrível sabia? - Maiara abraça minha mãe.

- E você também toma juízo, terminou um dia e já está de rolo com outra. Desde quando você é lésbica ou bi?

- A tia, nem eu sabia até beijar a Júlia, e não quero parar mais.

- Maiara, você precisa ir com calma minha filha. Isso pode ser carência, tentou conversar com o Fernando?

- Ah mãe com esse aí é só na base da porrada mesmo, se ela for falar com esse crápula apanha os dois.

- Credo Marília, teria coragem de me bater? - Mai faz bico.

- Oxi, claro que sim. E se você voltar com ele o projeto das patroas acaba.

- Tá vendo com pela é chantagista né tia?

- Essa aí me puxou, não posso reclamar.

- Viu só, sempre estou certa - pisco pra elas.

- Exagera não que você está me devendo uma composição. - meu irmão fala e arranca gargalhada de todos. -

- Maiara, é hora de parar com a presepada. 

- Eu não estou fazendo exatamente nada. Você quer ser a primeira a ver a metade?

- Por favor né... - falo e me sento na cama.

- Espera, vou pedir uma cadeira de rodas para você filha.

Minhas mãe sai do quarto, demora alguns minutos lá fora e volta com uma cadeira de rodas.

- E o caminhoneiro? Como ele está?

- Nome dele é Roberto, ele está bem. Hospitalizado, passei por lá, ele ajudou muito. E o cara que tentou fugir foi preso.

- Antes de sairmos do hospital, quero dar um autógrafo para ele. Não me deixe esquecer.

Saio da cama com um pouco de dificuldade, não sei o porque mas meu corpo todo doía, parecia que fui atropelada, meu irmão e Mai me ajudam a se sentar na cadeira. E minha mãe empurra pra fora do quarto, seguindo até a copa, onde estava os nossos amigos, meu filho com a babá e dona Almira que assim que me viu veio correndo me abraçar fortemente.

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Como É Que A Gente Fica - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora