Capítulo 12

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[Marília Pov On]

Forço um pouco minha mente para lembrar se já fiz show em Caratinga, mas não lembro.

- Onde fica essa cidade? Eles falaram? - Olho para Maraisa.

- Minas Gerais, quer que eu vá com você? Nunca fiz show lá.

- Vamos ver, eu estou sem jato. Tive que vender, lembra?

- O meu está na manutenção, senão emprestava ele pra você o mês todo. Vamos ter que pegar vôo comercial, mas como essa cidade é bem no interior, da para você ir de táxi aéreo.

- Não confio muito em táxi aéreo, a maioria são bimotor, e nada confortável. Além que a manutenção nunca está em dia, mas até lá eu vejo que faço, só quem vai é o meu tio, Rique e você se quiser ir mesmo.

- Claro que eu vou, mas você precisa ver direitinho como vai ser sua locomoção.

- Preciso comprar um jato, antes era bem mais fácil, eu cuidava de tudo.

- Imprevistos acontecem Lila, nessa Pandemia infelizmente nos quebrou financeiramente. O que salvou foi as lives.

- Foi foda mesmo, mas já já providencio um jato novo.

Descemos e fui até a cozinha pegar a bolsa térmica do Léo. Desmonto o carrinho dele e seguimos em direção a garagem, vejo minha mãe organizando tudo no carro dela e Maiara ajeitando meu filho na cadeirinha.

Coloco o carrinho no porta-malas junto com algumas coisas que vamos levar pro sítio.
Maraisa me ajuda a por o restante das coisas e vejo meu tio chegar.

- Chegou tarde boiola. - Escuto João mexer com ele.

- Rapaz, perdi a hora. A Laura não parava de chorar essa noite, vão precisar de mais carro? A família parece que está de mudança.

- Você deixa de ser besta, meu neto precisa de todo conforto possível. - Minha mãe fala alto chamando atenção do meu tio.

- Tio, você viu a minha agenda? Lembra de já fizemos show em Ca... Ca oque Maraisa? - Pergunto para ela, o nome era tão estranho que nem lembrava direito.

- Caratinga, Minas Gerais.

- Você não vai. - Escuto minha mãe falando.

- Uai mãe, porquê?

- Marília, você já fez show nessa cidade. O avião teve que fazer pouso de emergência, a sinalização de Torres lá são horríveis, pode cancelar o show. Você não vai, nem que eu te deixe dopada.

Paro tudo que estava fazendo, lembro perfeitamente do vôo de emergência que tivemos que fazer, foi tenso, mas chegamos bem.

- Mas mãe faz tanto tempo isso. Não é possível que eles não consertaram isso.

- Lila, acho melhor você escutar a tia. - Maiara vai em defesa da minha mãe.

- E outra, você vai de que? - minha mãe cruza os braços.

- Uai mãe, eu estou sem jato. Única opção é táxi aéreo.

- Marília Dias Mendonça. Nem pensar, você só voa nessas empresas só por cima de mim. Negativo. Cancela esse show, não quero você em Caratinga novamente, minha intuição está pedindo para você não ir.

- Tá bom, tá bom. Eu não vou, mas lembra que seria um dos melhores cachês que já ganhei.

- Filha, se acontece algo dinheiro nenhum trás você de volta pra mim. Então por favor, para de ser cabeça dura.

- Concordo. - Escuto todos dizendo em um coro só.

- Cruzes. Complô agora? Tio, liga pro escritório e desmarca, não vamos pra lá.

- É tia a Marília só escuta a senhora mesmo, vou lembrar disso quando quiser arrancar algo dela. - Maiara diz e pisca pra minha mãe que solta uma risada alta.

- Vocês são sem graças. - digo e término de organizar meu carro.

Vejo meu tio ligar pro escritório e desmarcar o show.

Entramos em nossos carros, Maraisa veio comigo, Maiara e minha mãe no carro da frente, nos dois carros atrás, meu tio com Henrique e meu padrasto com o João. Eles iriam pro sítio enquanto íamos comprar roupas.

Maraisa mexia no celular desde quando saímos do condomínio. Liguei o som do carro baixinho e coloquei mundo bita, vejo meu filho dar um gritinho no banco de trás e abro um sorriso.

- Pronto, resolvido. - Ela diz me olhando e dando um sorriso lindo pra mim.

- O que você aprontou?

- Comprei um jato para você.

- É O QUE MARAISA? - Quase me engasgo com a minha própria saliva e encaro ela já que paramos no sinal. - Você está maluca?

- Oxi, presente de natal. Posso mais presentear você não? - Ela levanta uma sombrancelha e faz bico.

- Mara, por Deus. Jato são caríssimos, eu já tive um e sei que não é nada barato. - Pego a garrafinha de água que estava no porta copos do carro e bebo um pouco. - Quanto você pagou nisso?

- Tá mas eu quis te presentear, só falta você assinar e ela já é totalmente seu. E outra, já está no clube aéreo.

- Você é maluca demais, quanto você pagou nele? - Retorno a perguntar e bebo mais água.

- Cento e oitenta milhões.

Se antes eu tinha me engasgado com a saliva, dessa vez me engasguei com a água. Comecei a tossir e ficar vermelha.

- Meu Deus Marília, levanta os braços. - Mara fala desesperava e da vários tapas nas minhas costas.

- Maraisa. Você pirou de vez? Como vou te pagar isso tudo depois? Puta que pariu, endoidou de vez. - Falo com a voz rouca ainda.

- É presente, e presente não se devolve. Deveria ficar feliz e não brigar comigo.

- Óbvio que eu brigo. Já viu quantos zeros tem esses milhões? Meu Deus, o que eu faço com você?

- Me agradecer seria uma boa ideia, falar um "muito obrigado você pensa em tudo" eu ia adorar receber um beijo também, mas você só briga comigo. Incrível.

- Mara, não é essa a questão. Só não quero você gastando esse absurdo comigo, é muito dinheiro.

- Mas o dinheiro é meu, saiu das minhas economias, não vai me fazer falta disso eu tenho certeza. Só quero você segura.

Suspiro e arranco com o carro.

- Muito obrigada por isso, prometo recompensar isso. Não sei como e quando, mas vou, no fundo adorei a surpresa.

- Eu sei que você amou, só adora manter a pose de briguenta comigo.

Me estico um pouquinho e deixo um selinho em seus lábios.

- Adoro você Maraisa.

- Adoro você Marília.

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Capítulo da madrugada. Boa noite amores. 💖


Como É Que A Gente Fica - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora