MANHÃ DE SÁBADO
Abri os olhos de uma vez só enquanto me sentei na cama por impulso. Por breves segundos eu não entendi o que estava acontecendo, até que me dei conta de que estive tendo mais um pesadelo. Notei que eu estava com calor e também com a respiração descompassada. Respirei aliviada quando voltei à realidade e depois disso, desabei na cama outra vez.
De acordo com o relógio pendurado no alto da parede a minha frente, era nove e meia da manhã. Eu realmente não tinha intenção alguma de acordar assim tão "cedo" em pleno sábado, ainda mais com o tempo frio que estava. Mas, parece que neste dia eu não pude escolher. Acordei e pronto, simples assim.
Fitei o teto do meu quarto enquanto não consegui me desvencilhar de fragmentos daquele pesadelo que ainda pairavam em meus pensamentos. Dois dias antes o mesmo aconteceu, porém foi "menos pior". Me deparei com cenas desconexa e também com uma situação que me dava uma sensação de arrepio, mas no final de tudo, nada fazia sentido.
Porém dessa vez fez.
Em meu sonho, junto comigo, estava Yeosan. Era um lugar escuro e vazio, muito medonho e estranho por sinal. San estava segurando minha mão enquanto eu tentei nos conduzir até a saída de forma desesperada, mas antes de chegar lá, dei de cara com Choi Junghwa — isso mesmo, o nosso pai.
Assim que o encontramos por ali, estranhamos, mas resolvemos ir até ele para buscar ajuda. Nosso pai estava lá parado apenas observando tudo, mas por ser conhecido e nos inspirar confiança, resolvemos nos abrigar perto dele. Não soltei a mão de San, corri com ele até o ponto que não conseguimos mais fazer tal coisa.
Era como se uma barreira invisível não nos deixasse ficar mais perto. Entramos em desespero os dois juntos e nesse instante começamos a falar sobre nossa mãe e quanto ela estaria precisando de ajuda. Berramos juntos, falamos que ela corria perigo, mas nosso pai sequer se moveu, apenas continuou nos olhando.
San começou a chorar e eu me desesperei. Nosso pai nos olhava e não tomava nenhuma atitude. Implorei para ajudar minha mãe, pedi que ficasse perto do meu irmão, mas nesse momento, outra pessoa apareceu na história.
Uma menina.
Ela ficou ao lado do meu pai e assim como ele, ficou calada apenas nos observando. Ela aparentava ter uns sete anos de idade e mesmo que tudo aquilo fosse medonho, ela não se assustava. Agiu como meu pai até que enfim ele a segurou pela mão e lentamente ele foi se afastando com ela enquanto nos deu as costas.
Fiquei perplexa com tal coisa e me calei, fiquei impressionada e totalmente decepcionada com o que tinha rolado ali. San continuou chorando e chamando nosso pai, mas ele se foi com aquela garotinha que não sentiu nada vendo nosso desespero.
E depois disso eu acordei.
Eu não precisei racionar muito para tentar entender meu sonho, porque isso foi fácil de conseguir. E não era nenhuma novidade eu ter sonhos desse tipo, já que este era relacionado a um dos traumas que eu tive na infância. Nem sempre era assim tão claro e tão real, mas dessa vez foi. E mesmo que tenha sido rápido, foi o suficiente para abalar.
O que acontece é que Junghwa, meu pai e pai do meu irmão, nos abandonou com minha mãe. Eu tinha pouco mais de dez anos enquanto Yeosan era ainda um bebê quando essa situação lamentável aconteceu. Eu nunca pensei que tal coisa poderia rolar, sendo assim fui surpreendida da pior forma.
Meu pai nos deixou após minha mãe descobri que ele tinha outra família. Sim, não foi a descoberta de uma traição antiga ou uma amante com quem ele mantinha relações. Era uma família de fato, ele mantinha outro lar e tinha uma filha fora de seu casamento de quinze anos com minha mãe.
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I will find you
Teen FictionApós ser desafiada durante um jogo em uma festa, Haruna deve que beijar um estranho enquanto esteve vendada. Porém, ela não contava que aquele beijo a deixaria balançada e que um desejo surgiria disso. Mas, havia só um problema: Quem a beijou?