𝐒𝐎 𝐇𝐈𝐆𝐇

𝒐𝒏𝒆

— Me diz por que eu nunca transei com você.

Essa frase foi suficiente para te fazer ficar sóbria rapidamente.

— Eu não sei. Por que você nunca transou comigo?

Você olhou para o garoto de cabelos longos e mechas loiras com olhos baixos e vermelhos, e ele começou a te olhar também.

Então vocês dois explodiram de rir, com lágrimas brotando em seus olhos. Vocês dois tentaram recuperar o fôlego depois de um certo tempo.

— Merda Kazutora, não brinque assim comigo. — Você deu outro trago no baseado.

— Eu não sabia que você levaria isso tão a sério. Mudando de assunto, que horas você sai do treino amanhã? Quer fazer algumas paradas comigo?

— Claro, você sabe que aquela puta está sempre na minha cola. — Você disse revirando os olhos. Você estava se referindo a sua capitã do time de líderes de torcida que você tanto desprezava.

— Você vai comer todos os Cheetos, mesmo? — Kazutora agarrou o pacote, que estava ao seu lado do painel do carro, enfiando os salgadinhos na garganta dele.

— Kazutora! Que porra! — Você prendeu o baseado entre os lábios, tentando pegar o saco de salgadinhos de volta. — Devolve! — Você choramingou.

Ele olhou para você e riu, entregando-lhe o saco vazio. Você deu um soco no peito dele e a mão dele pousou fortemente na sua bunda, enviando uma sensação de queimação pelo seu corpo.

— Kazutora! — Você disse indignada.

— Deus, você fala tanto meu nome. — Ele riu. Estava se aproximando das 7 da manhã e vocês dois estavam acabando de fumar um baseado.

— Estou cansada pra caralho. — Você riu levemente. Kazutora ligou o carro e se inclinou para trás no assento dele, colocando a mão atrás do seu assento e olhando para trás enquanto ele saía da vaga no estacionamento. — Vamos, a primeira aula já vai começar.

— Okay, babygirl. — Você sorriu com o apelido que ele tem te chamado muito ultimamente.

Vocês dois iniciaram a jornada até o colégio.

Você saiu do carro de Kazutora, com a fumaça seguindo atrás de você dois. Seus óculos de sol cobriram seus olhos vermelhos, fazendo com que você e Kazutora começassem a rir, porque vocês dois estavam ridículos.

— Porra, por que fumamos de manhã?

— Porque ficar sóbrio não é divertido. — Kazutora sorriu. Você bateu sua bolsa de líder de torcida nas costas dele e começou a caminhar em direção ao colégio. Kazutora seguiu atrás de você com sua própria bolsa de basquete na mão. — Quer dar as mãos? Vamos nos meter em problemas com nossos capitães juntos. — Kazutora enfiou a mão na sua. Você deu de ombros e agarrou sua mão de volta, com ele rindo.

Vocês dois estavam chapados por 48 horas seguidas. E agora vocês dois estavam morrendo de rir enquanto caminhavam no estacionamento do colégio.

— Okay, [Nome]... Como se chama sua capitã? É vagabunda?

— Hm... puta? Acho que soa melhor. — Você riu alto, estando a apenas alguns metros da academia.

Kazutora e você estavam chiando, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

— [Nome]! Kazutora! — Mitsuya e sua própria capitã estavam de pé em frente à academia.

Vocês dois ficaram tensos e começaram a andar mais rápido, tentando abaixar a cabeça ao passar pelos dois, mas sua capitã te puxou para trás pela camisa e Mitsuya agarrou Kazutora pela orelha.

— Sério? Às 7 da manhã? Vocês dois são doentes. — Disse Mitsuya, soltando a orelha de Kazutora.

— Nós não pretendíamos fumar, mas a maconha estava apenas... lá? — Você e Kazutora começaram a rir novamente, ignorando completamente a presença de seus capitães.

— Vão ficar do lado de fora até ficarem sóbrios. Bebam um pouco de água também. — Seus capitães disseram para vocês dois, apontando para as arquibancadas.

Kazutora e você andaram envergonhados enquanto todos olhavam para vocês. Sempre foi assim.

Kazutora e você tinham que praticar sério, mas com o ocorrido acabaram ficando de fora, passando o tempo de um jogo no banco, praticamente. Mas nenhum de vocês realmente se importava. Você simplesmente não queria ficar sóbria.

Você não queria estar sóbria quando seus pais começarem a discutir sobre seus problemas financeiros. Da alegria ao estresse, com pratos e cadeiras quebradas.

O que te levou à porta da frente às 2 da manhã. Têm sido a mesma rotina.

Comer. Fumar. Ficar chapada. Rir de literalmente tudo. E Então, tudo se repete.

Você considerava Kazutora seu melhor amigo. Mas havia momentos em que você olhava para ele e se perguntava como seria estar com ele. Você também se levava ao paraíso quando estava sozinha, apenas com os dedos.

Sim, você gostava do garoto. Você gostava quando ele descansava a mão na sua coxa enquanto ria incontrolavelmente. E quando ele brincava, agarrando sua bunda, dizendo que gostava da maneira como ela era grande. E da maneira como ele enrolava os lábios em torno dos baseados que vocês compartilhavam, desejando que ele envolvesse os lábios em torno de algo mais.

Não é como se ele soubesse. Mas você também não sabia como ele se masturbava ao pensar em você enquanto estava no chuveiro. Ou como ele queria te tirar completamente da cabeça, como se ele pudesse simplesmente te expulsar. Você não sabia sobre o jeito que ele queria te curvar e te foder por trás.

Não. Acho que você não sabia.