Capítulo 26 - Mesmo Sem Dizer

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Oieee 💕
Como está a sexta-feira de vocês? Espero que tudo ótimo! 🥰
O capítulo de hoje se passa durante os acontecimentos do filme Viúva Negra, e apesar de não terem grandes spoilers aqui, há referências a algumas cenas, portanto se ainda não assistiu ao filme, deixo aqui um aviso de spoiler!
Dito isso, vamos ao capítulo 💘
Boa leitura 📖❤

—— ♡ ——

Juntar os pedaços que estão espalhados quando nos despedaçamos nunca é fácil, na verdade, é terrivelmente difícil. E ainda mais complicado, quando duas pessoas se despedaçam ao mesmo tempo, “misturando seus pedaços pelo chão”, tentando descobrir desesperadamente como se montar de novo.

Talvez é naquele momento, quando todas as peças estão embaralhadas, que um pedaço do coração de uma dessas pessoas acaba indo com a outra, enquanto elas recolhem tudo apressadamente e partem em diferentes direções.

Apesar dos distintos caminhos, é quase impossível esquecer alguém que nunca realmente saiu, pelo menos não da cabeça ou do despedaçado coração.

—Só pode estar de brincadeira... –Afirmou Natasha sem paciência, se levantando do sofá de dois lugares em que estava sentada e bufando profunda e demoradamente.

Ela conseguia contar nos dedos de apenas uma das mãos o tempo em que aquele gerador havia permanecido ligado, e agora, levara a eletricidade pelo ralo. Tateando no escuro até a porta que dava do lado de fora, pois ainda não se acostumara com o caminho tão bem, já que fazia apenas alguns dias que estava ali, pegou a maçaneta e escancarou o trailer mal humorada.

O clima não era dos mais alegres, o céu estava cinzento, o ar úmido e o forte vento que vinha do norte denunciava que a qualquer momento poderia surgir uma enorme tempestade, que ainda estava longe, mas era uma questão de tempo até que desse seu nada tímido “olá”.

Ela desceu os dois degraus e pisou na grama, percorrendo metade da lateral do veículo e agachando para analisar de perto o objeto vermelho que antes mantinha as luzes acesas. Logicamente não podia ser falta de gasolina, já que tinha colocado uma boa quantia lá dentro no começo daquele mesmo dia.

A fumaça grossa que subia era a resposta, era óbvio que tinha pifado e era óbvio também que a vida tinha que arrumar uma forma criativa de atormentá-la e ter que fazê-la ir em uma nova viagem até a cidade para consertar aquele ou arranjar outro para substituir o que estava quebrado.

Fitou o nada por alguns segundos, talvez enrolando para se levantar e caminhar até a pequena vila. Não era muito longe dali, mas, o que menos queria em um clima daqueles, era sair debaixo dos cobertores.

Se o problema fosse apenas os cobertores... Seu rosto estava sendo estampado todos os dias nos noticiários,  todos se perguntavam onde ela estaria, é claro que se ficasse muito tempo rondando as lojas, alguém a veria e contaria para outra pessoa, que contaria para outra e quando menos esperasse, as pessoas das quais ela se esquivava estariam batendo justamente em sua porta.

—Olha, eu sabia que estava se escondendo aqui, só não sabia que estava levando a palavra “se esconder” tão ao pé da letra  –Brincou uma voz ao vê-la ainda abaixada na parte de trás da lataria.

Aquele som surgiu junto ao uivo da ventania, e mesmo ainda de cabeça baixa, Natasha sabia de quem se tratava, era a única pessoa com quem mantivera contato nos últimos dias.

—O gerador está soltando mais fumaça que um trem e eu perdi o final do filme que estava assistindo por causa disso. Se eu fosse você não tentava nenhuma piadinha, Rick, o meu sarcasmo também está bem afiado hoje. –Ela se levantou, rebatendo com sua ácida ironia de sempre, misturada a um sorriso debochado nos lábios.

Accidentally in Love - One-shots RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora