Capítulo 5

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Sarah 

Respiro fundo e dou três batidinhas na porta.

São 9:00h da manhã senhor Campbell chegou a alguns minutos com uma cara nada boa acompanhado de alguns homens; muito bem vestidos, que eu não faço ideia de quem sejam. Nunca os vi aqui na empresa antes e só posso imaginar que algo muito ruim aconteceu, a cara que eles estavam demonstraram isso.

- Entra. - O senhor Campbell diz.

Abro a porta devagar e todos param de falar quase automaticamente. Dois deles estão devidamente sentados nas cadeiras enfrente a mesa do meu chefe e outros dois no sofá de descanso que fica no canto da sala.

Dou mais uma olhada para eles e reconheço quem são. O mais velho é o deputado mais pilantra e cínico que já vi. Os outros devem ser seus advogados ou seguranças.

Ainda estão com uma carranca enorme, caminho depressa até o aparador ao lado da estante de livros e deposito ali a bandeja com algumas xicaras de café e alguns biscoitinhos de champanhe.

- Precisa de mais alguma coisa? – Pergunto ao meu chefe. Passo os olhos pela sua mesa rapidamente e vejo que está forrada de papéis e plantas de alguma construção.

Ah, acho que estou entendendo.

- Não, pode ir. – Ethan está com um braço apoiado na cadeira enquanto passa a mão pela testa em um tique nervoso.

Caminho em direção a porta...

- Senhorita Becker – Ele me chama. – Você ainda tem os e-mails trocados referente a construção do ginásio? – Balanço a cabeça confirmando. – Ótimo, imprima todos eles e tire cópias. – Ordena.

- Vamos, Ethan. Você sabe que não é necessário, podemos esperar até o seu pai voltar e daremos andamento ao projeto, não se esforce tanto. – O deputado diz com um sorriso cínico nos lábios. Ele aparenta ter uns sessenta anos pela aparência.

Vejo as narinas do meu chefe inflar, ele respira fundo e toma postura.

O que eu faço?

Eu saio?

Fico?

- Acho que você ainda não entendeu – Dá uma risada forçada. – Meu pai não vai voltar agora e mesmo que voltasse nesse exato momento não adiantaria de nada sua exigência. Afinal, quem está no comando da empresa agora sou eu.

- Não me leve a mal, garoto. Mas seu pai tem anos de experiência e você está chegando agora. Já disse que podemos seguir a construção quando ele voltar de suas férias. – O engomadinho se levanta e caminha pela sala.

Meu chefe também se levanta, mas continua trás de sua mesa aparentando toda a calma do mundo.

Posso trabalhar com ele a pouco tempo, mas já o conheço bem para saber que toda essa calma é só um disfarce. As narinas estão infladas e o olhar.... Bem... O café que eu trouxe deve ter congelado.

- Não vou repetir, senhor deputado. Ou resolvemos essa questão agora ou o senhor precisará procurar outro arquiteto para aceitar seus caprichos. – Diz com firmeza.

Eu ainda não sei o que faço.

Espero mais um pouco ou já era para eu ter saído?

O deputado que não lembro o nome, e nem me interessa lembrar, arruma o paletó com raiva e aponta para Ethan.

- Não sabe o que está falando, garoto. Se seu pai estivesse aqui tudo estaria revolvido. – Vai em direção a porta e seus homens o seguem. Antes de sair ele vira para mim. Meu coração que já estava acelerado dá um pulo, sobrou até para mim agora? – Faça o favor de dar esse recado ao verdadeiro dono dessa empresazinha: Diga que o filho dele ainda não sabe comandar a empresa e nem aproveitar as chances que um homem como eu tentei dar a ele. – E sai.

Ficamos somente eu e meu chefe na sala. Devo estar branca que nem papel, Ethan ainda está de pé com os olhos fechados e eu ainda não sei o que fazer. 

Caminho do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora